20. DYNASTY.

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JHENIFER.

“And all I gave you is gone
Tumbled like it was stone
Thought we built a dynasty that heaven couldn't shake
Thought we built a dynasty like nothing ever made
Thought we built a dynasty forever couldn't break up.”

A mesa de jantar no centro do deque principal era tão grande, mas tão grande, que as vinte cadeiras ao redor dela estavam posicionadas com folga. Éramos em dezesseis, uma grande e barulhenta família, mas o jantar parecia ser para o exército americano. Havia tanta comida, mas tanta comida, que só de olhar eu já engordara. Me sentei entre Lorenzo e Devon, como sempre fazia, e nossa família tomou seus lugares a mesa. Papai ficou em uma das pontas, Nico em outra. Me perguntava como seria o dia em que Lorenzo se sentaria numa cabeceira e Devon na outra. 

O jantar transcorreu entre conversas amenas, risadas e brindes. Quando a noite virou e o natal enfim foi anunciado, a primeira pessoa que abracei foi Lorenzo, já que Devon tinha deliberadamente me ignorado para ser o primeiro a abraçar Giulia. Fiquei feliz por trocar um abraço apertado com Lorenzo, ainda mais quando ele discretamente beijou meu ombro, mas uma pontada de mágoa atingiu meu coração por ser ignorada por meu gêmeo. 

— É de uma felicidade imensa ter todos vocês reunidos ao redor dessa mesa por mais um ano. Minhas filhas, meus genros, meus preciosos netos, feliz natal. — Vovô desejou claramente emocionado e eu não pude conter as lágrimas. Eu o amava tanto. 

— Bom, e aproveitando o clima de festa… — Papai franziu os lábios. Pela sua expressão, ele não diria algo que combinasse com as celebrações. — Nico e eu parabenizamos Lorenzo e Devon por terem passado no segundo teste. Vocês mostraram que a Camorra e a Cosa Nostra sempre estarão em primeiro lugar, e como Capos, isso é uma imensa gratificação. 

— Segundo teste? — Lorenzo perguntou confusamente. 

— Quê? Que teste? — Devon também parecia extremamente perdido. 

— Bom… — Nico respirou fundo, lançando um olhar arrependido para o filho. — O que você viu acontecer entre mim e Carina foi uma cena meticulosamente armada. Não era real. 

Lorenzo encarou o pai de olhos arregalados e a boca aberta. Ao meu lado, Devon se levantou arrastando a cadeira num ruído alto. 

— Espere. Vocês… Era combinado? Você e a tia Alessia… Era combinado? — Devon perguntou abismado. 

— Do que vocês estão falando? O que tem minha mãe? — Anna questionou franzindo o cenho. 

— Eu vi sua mãe aos beijos com meu pai. — Devon sibilou. Arquejei, sentindo a respiração me faltar por um momento. — E é mentira? Você me fez… Você me fez me sentir um monstro por mentir para minha mãe e era mentira? 

— Se fosse verdade, você teria mentido do mesmo jeito. — Papai disse dando de ombros. — É bom que não seja verdade, sim? 

Lorenzo se colocou de pé, a cadeira dele caiu provocando um barulho estrondoso. Meu primo bateu as mãos na mesa com tanta força que os pratos tremeram. 

— Você está me zoando, porra?! — Ele praticamente gritou as palavras, olhando entre meu pai e tio Nico cheio de raiva e decepção. E então ele parou, os olhos caindo sobre a mãe dele e foi como se ele tivesse levado um soco no estômago. Tia Alessia se encolheu. — Você sabia. 

— Lorenzo… — Nico começou a se aproximar de Lorenzo, mas meu primo o olhou com tanta raiva que ele parou. 

— Você traiu sua esposa. Você deixou sua esposa beijar outro homem… Para provar que eu era leal? — Ele praticamente cuspiu as palavras. — O que porra tem de errado com você, pai? 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now