13. Question.

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LORENZO.

Um pensamento perigoso cruzou minha mente:
“E se...”

New York estava fria, como sempre estava em dezembro. Eu realmente esperava que o litoral estivesse quente, porque sinceramente, passar dez dias em um cruzeiro sem ver a luz do sol era o fim da picada. Assim que chegamos na mansão Rizzi, Jhenifer soltou um gritinho animado e correu em direção a Devon. Apesar do moreno caminhar em passos comedidos, afinal, seu pai estava observando, eu vi a animação em seus olhos. Era belo observar o quão próximos eles eram, como se fossem mesmo uma só alma. Devon abraçou Jhenifer apertado e beijou seus cabelos vermelhos. Parei de olha-los quando Thomaz se aproximou de nós ao lado de tia Carina. A ruiva parecia cansada, como sempre parecia nos últimos anos, haviam olheiras sob seus olhos de esmeralda. Antes, ela se incomodava em esconde-las com maquiagem, mas agora parecia ter perdido a animação para isso. Eu sabia que Thomaz não era violento com ela, na verdade, ela era a única pessoa que ele tratava com carinho, mas ainda assim… Ela parecia exausta. 

Minha mãe foi a primeira a se mover, abraçando minha tia. Papai cumprimentou Thomaz com um abraço ladino e logo tia Alessa e tio Nino seguiram seus exemplos. 

— Você segue mais bonito a cada dia. — Tia Carina elogiou com um beijo em seu rosto e eu me forcei a sorrir, mesmo que quisesse perguntar a ela o que estava acontecendo para ela parecer tão mal. 

Por fim, acabei trocando um abraço com tio Thomaz. Eu gostava do cara. Além de meu tio, era meu padrinho, e ele nunca tinha feito nada de ruim comigo, apenas com Devon… 

— E aí. — Devon murmurou quando se aproximou do pequeno séquito na entrada. Abracei meu primo com afinco, feliz por vê-lo inteiro, sem nenhum hematoma. Thomaz também não era violento com Devon, não fisicamente. Ele não precisava usar sua força para punir o filho; o homem era ótimo com jogos mentais e eu sabia bem que suas palavras poderiam ser mais dolorosas que um soco. 

Meu celular vibrou no bolso várias vezes, como se alguém estivesse me mandando uma sequência de mensagens, e me desaproximei de Devon para conferir; pensei que era algo ruim, mas era Lila, me mandando um amontoado de fotos de… Globos de neve? Haviam alguns de natal, outros com temáticas de Halloween e ação de graças, poucos de cidades reais.

LILA: Não esqueça!!!!!!!!!!!!!!

Eu ri com o monte de pontos de exclamação e virei o celular em direção a Jhenifer que arqueou as sobrancelhas para o aparelho. 

— Globo de neve, cápsulas de chocolate, camisas coloridas, berloque para a Pandora de Carly e… O que Andrew pediu? — Jhenifer perguntou estreitando os olhos. 

Nada. Ele havia até mesmo dito que não queria um presente de natal, mas eu iria comprar ainda assim. Ele era um cara legal e merecia coisas boas; me lembrei dele ter se apaixonado por meu Apple Watch quando troquei pela versão mais atualizada. 

— Já pensei em algo. — Dei de ombros me virando para Devon. — Quer ir comprar presentes de natal com Jhenifer e eu? 

— Sim! — Devon exclamou com um sorriso conspiratório. — Tenho algo para comprar também, alguns amigos mais próximos, sabe. 

Pelo olhar de Jhenifer, eu bem poderia imaginar de que amigos ele estava falando. 

— O que você vai me dar de natal? — Mamãe me perguntou cruzando os braços. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now