12. Lendas e Mistérios.

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JHENIFER.



Lendas e mistérios de um amor eterno
Que nem mesmo o tempo foi capaz de apagar
Foi assim que aconteceu
Um amor que não morreu.





Como era possível que a dor provocada por Lorenzo só pudesse ser curada por ele mesmo? Meu coração doía por ele, mas tudo ficava bem quando ele estava comigo. Não acordei ao seu lado, mas saber que havia dormido em seus braços fez meu dia ser melhor. Bom, não tão melhor já que quando entrei no refeitório na hora do almoço  todos os olhos caíram sobre mim. Era engraçado como as fofocas se espalhavam rápido; antes ninguém me notava, mas foi só passar algumas horas na enfermaria que eu era uma nova atração. Manti o rosto erguido e uma expressão austera ao atravessar o refeitório, fingindo que a atenção não me incomodava. Do outro lado do salão pude ver Lorenzo erguer a mão e acenar para mim, chamando para sentar com ele e seus amigos. Sabendo que eu não tinha outra opção (senão comer sozinha) caminhei em direção a ele, reunindo forças para parecer confortável com a situação. 

— Ei! — Lila foi a primeira a me notar e sorriu abertamente. — Como você está? 

Eu me sentei ao lado de Lorenzo, onde havia sido meu lugar nos primeiros dias de aula, e tentei sorrir simpática. 

— Estou bem. — E era verdade. — Eu fiquei estressada com a prova e acabei… Sabe quando a gente aperta as mãos para dissipar o nervosismo? Não percebi que minhas unhas estavam afiadas por ter lixado de um jeito diferente e acabei me ferindo, mas foi só isso. 

— Bom, eu arranhei minha própria cara quando lixei assim. — Carly disse dando de ombros. — Que bom que você está bem. 

Era estranho pensar que Carly tinha um caso com meu primo de quinze anos, mas Lorenzo estava certo, homens mais velhos sempre namoravam com garotas mais novas e ninguém achava isso anormal. Por fim, eu me sentia aliviada por ela estar envolvida com Luca, e não com Lorenzo. 

— Sim, sim. Foi só um susto. — Acabei dizendo. Lorenzo deitou a cabeça contra a mesa e suspirou. — Você está bem? 

Quando Lorenzo apenas balançou a cabeça e não respondeu, Matthew disse: 

— A noite deve ter sido boa, o cara parece que não dormiu nada. 

Tive que me esforçar para manter a expressão inalterada. 

— Foi ótima, dormi com tua mãe. — Lorenzo zombou secamente, sem levantar o rosto. — Porra, que dor de cabeça do caralho. 

— Talvez você devesse tomar um remédio, iremos para New York no final da noite. — Murmurei. 

— Vocês vão passar o feriado em New York? — Lila perguntou arqueando as sobrancelhas. — Me traz um globo de neve? Eu sempre quis um de lá… 

— Claro. — Lorenzo disse bem mais suavemente. — Alguém quer mais suvenirs? 

— Cápsulas de chocolate quente. — Matthew disse. 

— Um berloque de New York para minha Pandora. — Carly pediu. 

“Camisas coloridas e largas!” Thalys gesticulou. 

— Uma arma nova? — Andrew perguntou animado. 

— Você quer uma arma de natal? — Perguntei abismada. Lorenzo levantou a cabeça e apoiou os cotovelos na mesa, interessado na conversa. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now