56. Unconditionally.

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LORENZO.



Unconditional, unconditionally
I will love you unconditionally
There is no fear now
Let go and just be free
I will love you unconditionally”





A honra ditava que o casamento aconteceria em New York, a cidade da noiva, já que até o sim, ela pertencia a família original. Desembarcamos na sexta a noite, o casamento aconteceria no domingo. 

Jhenifer havia me contado sobre Lila e pensando a respeito, fazia todo sentido. Eu não conseguia me sentir irritado. Eu havia feito meu movimento naquele jogo de segredos e ela feito o dela. Estávamos quites. Seus atos sequer poderiam ser comparados aos meus. Eu havia matado Andrea. Carregaria aquela culpa pelo resto da minha vida, Lila se vingar não fazia a culpa diminuir, mas me dava certo alívio por ter pago, de alguma forma, pelo assassinato. Queria contar para meu pai, mas não tive coragem. Aos poucos meu pai estava voltando ao normal comigo, ainda meio seco, mas normal. 

Mais um segredo que eu levaria até o túmulo. Pelo menos, era apenas um. 

Quando pisei na mansão, deixando minha mala de lado junto com o terno já feito sob medida sobre ela, avistei Devon pela primeira vez desde  a revelação. Thomaz e meu pai ficaram de longe, tensos, enquanto observavam Devon caminhar em minha direção de braços cruzados. Eu não conseguia interpretar seus olhos azuis. 

— Se for me bater, não acerte meu rosto, eu vou me casar em dois dias. — Pedi tentado soar bem humorado, mas acabei parecendo desesperado. 

— Você comeu a minha irmã. — Ele acusou sem nenhuma emoção no rosto. 

— Não foi bem assim. — Me defendi. Devon arqueou as sobrancelhas. — Falando assim faz parecer que foi uma coisa de momento, mas eu a amo. 

— Eu sei. — Ele deu de ombros. — E é por isso que eu não te matei assim que te vi. 

Enquanto eu fazia perguntas e tentava de tudo antes de, de fato, matar, Devon simplesmente atirava primeiro, e se não matasse, perguntava depois.

— Eu fico agradecido? — Soou mais como uma pergunta. 

— Se você magoar minha irmã, Lorenzo, eu vou matar você da forma mais cruel que eu conseguir imaginar e você sabe bem de quem eu sou filho e que de crueldade nossa família entende muito bem. — Devon deu um passo na minha direção e eu realmente senti medo de sua postura furiosa. Devon era imprudente e irresponsável, ele não pensava duas vezes antes de machucar qualquer um que representasse risco. Diferente de Thomaz, ele não pensaria na trégua entre Camorra e Cosa Nostra, não pensaria que éramos primos ou no que significaria minha morte. — Você entendeu, Lorenzo? 

— Eu entendi. — Assenti prontamente. — Você não precisa se preocupar. 

— Vocês vão se matar ainda ou já podemos entrar? — Meu pai perguntou de longe. 

— Ninguém vai morrer. — Devon disse indo em direção aos nossos pais. — Não hoje. 

— Não hoje. — Thomaz concordou com um tapinha no ombro do filho. Papai rolou os olhos. 

— Você quer uma despedida de solteiro? — Devon perguntou quando chegamos na sala, nos separando de nossos pais. Porque eu tinha uma impressão de que aquilo era um teste? 

— Se for em casa, só a gente, eu quero. — Dei de ombros. Eu não gostava de festas e nem precisava de prostitutas nuas no meu colo. Eu já tinha todo o sexo que queria; obviamente não contei essa última parte a Devon. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now