7. Losing Your Memory.

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LORENZO.

Alegrias violentas, tem fins violentos.
Lembrem-se disto.

Se houver muitos comentários
nesse capítulo, hoje mesmo posto
mais dois. (motivo: tô entediada)

Não vi quando Jhenifer entrou no refeitório, mas vi quando ela caminhou em direção a mesa de Luca e foi recebida com sorrisos falsos. Apenas meu primo parecia estar feliz por tê-la com eles, mas eu via o escárnio na expressão dos seus companheiros. 

— O que deu nela? — Lila perguntou injuriada. — Pensei que ela gostasse da gente! 

Carly me lançou um olhar confuso, a expressão assumindo um ar culpado. 
Eu não podia ter certeza, mas apostaria todas minhas fichas na possibilidade de Jhenifer estar com ciúmes depois do que viu na noite anterior. O que ela não sabia, era que Carly e eu nunca teríamos nada. E mesmo se estivéssemos transando, que porra ela tinha com isso? Havíamos trocado dois beijos, mas fora apenas isso. Beijos movidos por situações extremas. Não tínhamos nada. Nada. Fiquei em silêncio durante o almoço, os olhos fixos na figura ruiva que mesmo de longe parecia estar fazendo um enorme sacrifício para estar naquela mesa. Quando ela se levantou e saiu em disparada, eu tive que usar todo meu autocontrole para continuar sentado e não segui-la. Assim que Jhenifer saiu pelas portas do refeitório, Luca se levantou e praticamente correu até mim. 

— Ei, eu acho que você deveria falar com a Jen. — Meu primo, e praticamente irmão, disse com os olhos assombrados. Uma pedra de gelo se alojou no meu estômago ao ver sua expressão. 

— O que ela te disse? — Perguntei cuidadosamente. Meus amigos haviam parado de falar para prestar atenção na conversa tensa. 

— Nada… — Luca olhou para os lados e se inclinou contra a mesa para ficar mais perto de mim. — Mas teve um momento em que ela esticou a mão e a manga do casaco levantou e o pulso dela… O pulso dela estava… 

Eu pude sentir os olhos do refeitório inteiro sobre mim quando me levantei, arrastando a cadeira tão alto que o barulho ecoou pelas paredes do salão. Todo meu corpo entrou em alerta quando praticamente corri para fora do refeitório, sem me importar com os olhares curiosos sobre mim. Eu já havia visto muita coisa na vida, já havia matado e até mesmo torturado, já havia levado uma facada e um tiro de raspão, mas simplesmente imaginar que Jhenifer estava ferida fez meu corpo tensionar e meu coração acelerar dolorosamente. Eu não precisei que Luca continuasse a frase para saber o que havia acontecido. Eu já havia visto em primeira mão o que ela fazia com os pulsos, a forma que ela os cortava quando estava mal. Encontrei o inspetor da escola, ou melhor, um soldado da Camorra disfarçado de inspetor, na saída do refeitório e me aproximei dele em passos rápidos. 

— Jhenifer Rizzi, cabelos ruivos e longos, usando um casaco verde escuro, acabou de sair do refeitório. Você viu para qual lado ela foi? — Minha voz soou mais dura do que pretendia, mas não me importei. 

— Foi para o campo de futebol. 

Girei em direção ao campo e dessa vez, literalmente corri. Eu não me importava em estar parecendo um louco correndo pela escola, tudo que eu queria, tudo que eu precisava, era encontrar Jhenifer. A primeira coisa que vi foram seus cabelos ruivos; a garota estava sentada na arquibancada, sob o sol escaldante, encarando o nada. Atravessei a distância entre nós tão rápido que quando a alcancei estava ofegante. Jhenifer se assustou quando me sentei ao lado dela, os olhos azuis se arregalando conforme ele me encarava aturdida. 

— Aconteceu alguma coisa? — Jen perguntou cuidadosamente, avaliando minha expressão. Eu sabia que eu estava tudo naquele momento, menos controlado. Por algum motivo, eu não conseguia manter a frieza indiferente quando estava perto dela. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now