Capítulo 11- Goodbye to times of peace

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Estou andando em direção a um rio, sei que atravessando ele, há uma colina com um pequeno e estreito caminho, preciso chegar até o topo dela. Consigo ouvir o barulho do choque de espadas, também ouço gritos, quanto mais tento atravessar esse rio, mais a correnteza fica forte, sinto um braço envolver minha cintura, que me puxa em direção à margem desse rio, procuro quem me ajudou, vejo uma figura alta, porém o seu rosto está completamente desfigurado, ele está dizendo algo, não consigo entender, está falando baixo demais, ele gesticula e aponta para a colina.
Tento subir, mas seu caminho é estreito demais, sinto uma leve dor na barriga, que logo começa a se intensificar, me impulsiono em uma das pedras, tento agarrar qualquer coisa firme, sinto uma mão em meu pulso, quando olho para ela, não tem unhas, está sangrando, é rodeada de cicatrizes, assim que me puxa, é a mesma figura do rio.
Ele aponta para o campo que se estende atrás da colina, ando até a ponta dela e consigo ver. Guerra, é uma guerra.
Há muitos mortos, poças de sangue, partes do campo estão queimadas, grandes círculos de fogo, a batalha é sangrenta, homens rasgam o peito de outros, outros esmagam suas cabeças com pedras enormes, tudo está um verdadeiro caos, mas essa não é a pior das batalhas, não mesmo, a pior está acontecendo no céu. Dragão contra dragão. Não consigo reconhecê-los, está difícil de enxergar, há muita fumaça, meus olhos estão queimando, a dor em minha barriga começa a ficar insuportável, quando olho para verificar, sangue, tem muito sangue nas minhas roupas, sangue escorre pelas minhas pernas, mas algo puxa minha atenção para o céu, dois dragões estão se enfrentando, um deles é grande, robusto, mas parece ser lento, o outro é mais magro e esguio, só que muito rápido.
A figura que me ajudou, está ao meu lado, parece observar, continua dizendo coisas que não consigo entender, até que ele da três passos para trás e aponta para o céu.
O dragão maior fechou sua mandíbula no esguio, não dá a ele chance alguma de revidar, ele rasga o seu pescoço e o puxa, separando a cabeça do corpo. O pequeno dragão cai, mas não consigo ver o que acontece, minha visão fica escura, sinto um calafrio, uma mão segura o meu rosto e agora consigo o ouvir o que ele está dizendo.
*Valiriano*
— Esse é o início do fim, a guerra está mais próxima do que pensam, muito sangue será derramado. A exigência é clara, sangue por sangue, muitas vidas serão tomadas. Minha visão volta de uma vez, fico atordoada, quando me viro para olhar mais da batalha, ele está me encarando, está bem na minha frente, quando penso em reagir, ouço a ordem e o mundo se transforma em fogo.

******

Senti mãos em meus ombros, me sacudindo, me apertando. Eu me debato contra aquelas mãos, gritando, gritando...
Ainda sinto aquela dor sobrepujante em minha barriga, sinto o fogo, minha pele parece queimar.
— RHAENYS.
Aquela voz, me parecia tão familiar... Eu conhecia aquela voz. Cada centímetro do meu corpo se acalmou ao reconhecê-la.
*Valiriano*
— Acorde, pequena. Você precisa acordar, abra os olhos. – Eu Abro.
Tento recuperar o fôlego, minha garganta está seca, meu rosto está ensopado e grudento, Aemond me encara, está acima de mim, uma de suas mãos está em meu rosto, ele faz pequenos movimentos, faz círculos com o seu dedão, é um toque carinhoso, mais para me lembrar de que estou ali, estou bem.
*Valiriano*
— Foi só um pesadelo. – Ele diz, percebo que está tentando acalmar sua respiração, que está tão pesada quanto a minha. — Um pesadelo. – Repetiu ele.

Olho ao redor, Colin também está no quarto, seus olhos estão arregalados, provavelmente também ouviu os gritos e veio correndo.
— Você está bem? – Ele pergunta e eu confirmo. Sor Braith está me olhando da porta, ele parece aliviado, provavelmente pensou que estavam me atacando, mas era só um pesadelo... só um pesadelo.
Colin diz que eu devo tentar dormir de novo, ainda falta muito para amanhecer, mas que se eu precisar, é só chamá-lo, que ele virá, e logo retorna para o seu quarto.

Aemond continua me encarando, seu olhar me diz que ainda está preocupado, parece procurar qualquer sinal de que algo está errado em mim.
*Valiriano*
— Quer me contar o que você sonhou? – Balanço a cabeça, negando. — Tudo bem, amanhã conversamos, tente dormir de novo. – Ele se levanta e caminha em direção ao Sor Braith e diz:
— Se ela precisar, me chame imediatamente. –
Mas antes que ele possa sair, o chamo.
— Fique, por favor. – Olho com aflição para ele, não quero ficar sozinha, mesmo acordada, meu corpo parece ainda reagir ao sonho.
Ele encara Sor Braith que faz uma reverência e sai, fechando a porta do meu quarto.

Aemond se deita ao meu lado, encaixo meu corpo ao dele, encosto minha cabeça em seu peito, ele me abraça, me puxando para mais perto.
*Valiriano*
— Durma, ficarei aqui. – Fico fazendo pequenos círculos em sua barriga, enquanto ele mexe no meu cabelo, até que adormeço.

******

Quando acordei, Aemond não estava mais ali, Sor Braith disse que ele e Colin foram cedo para a cidade, e que meu tio e o lorde concordaram que era melhor me deixar descansando. Ótimo, assim eu teria tempo para olhar com calma a mesa de Colin.
Digo ao meu escudo que ele pode descansar, já que não pretendo sair do quarto hoje, ele entende o recado e logo sai. Imediatamente vou para o quarto de Colin.

Posições estratégicas, quantidade de cavaleiros, quantidade de dragões com montadores, nomes de casas menores, onde a maior parte da frota Velaryon se localiza e muitas outras informações, várias cartas enviadas para Colin, mas não há selos, não há nenhum brasão, então meu foco agora vai para as cartas trocadas com a casa Greyjoy, nelas estão algumas reclamações sobre a forma como o rei tem fechado os olhos para o que ocorre em Stepstones, parece que Tyrosh tem movido suas frotas para lá, ao que parece, Dorne está apoiando as cidades livres, o objetivo deles é claro, tirar os Targaryen do poder. Há muitos papéis com nomes, reconheço alguns, mas um nome em específico chama minha atenção, Jaime Martell, o príncipe de Dorne, uma carta dele para Colin.

Não consigo entender muito bem o início, está tudo muito confuso, as palavras não parecem se encaixar, não formam frases que façam sentido, mas quando chega ao final da carta, há algo que ele não fez questão de esconder:
"Uma vez um deles disse que traria fogo e sangue para as nossas terras e assim fizeram. Agora levaremos a destruição, mas não para as terras de Westeros, e sim para a casa Targaryen. A dinastia Targaryen vai acabar, não sobrará um com sangue de dragão, acho melhor escolher logo a quem irá se aliar, o tempo de paz está acabando, muitas casas já se aliaram a nós, assim como as cidades livres, já que o seu rei não age, faremos isso por ele."

Precisamos voltar para Porto Real imediatamente, tenho que mostrar isso a todos. Fiquei tão perplexa e envolvida com a carta, que nem percebi, até que ele decidiu falar.
— Você não deveria estar aqui, princesa. – Merda, eu pensei que Jim estivesse com Colin e Aemond. — Não deveria mexer no que não é seu.

******

Boa tardeeeee🫶🏻
Tudo bem com vocês?
As coisas vão começar a ferver heinn
Se preparem👀

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenWhere stories live. Discover now