Capítulo 85- No, this is a warning

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Já anoiteceu faz um bom tempo, estou prestes a sobrevoar  pelo Vale do Bosquenegro, esse lugar me causa um certo... Nervosismo? Talvez, acho ele sinistro, não há matas nele há milhares de anos, uma vez que toda ela foi usada para construir casas, moinhos e fortalezas. Seu solo é nu e lamacento, o que me deixa nervosa nesse momento é a falta de pessoas pelo caminho que leva até ele, mesmo sem chalés por ali, ele da acesso a sede da cada Blackwood, não há ninguém indo ou vindo, o que já me deixa meio desconfiada, geralmente a circulação por Westeros dura dia e noite sem parar, comerciantes estão para lá e para cá o tempo inteiro, também estou muito curiosa e tensa para saber o que é tão confidencial para que não possa ser enviado por um corvo, óbvio que não vou abrir as cartas, minha mãe confia em mim e não vou quebrar isso, se ela tiver que me contar, fará isso no meu retorno, mas não posso mentir e dizer que não tive vontade de dar uma espiada.

Assim que avisto o Vale, sinto um arrepio, o vento fica mais forte, seus sussurros são quase como falas... Posso estar ficando maluca, mas eu juro que ouvi uma voz dizer "Não, não, não" em seguida um grito de horror, Cannibal está rugindo, ele está tenso, ouço o som estridente de um raio, seguido por um trovão ensurdecedor, o tempo não estava ruim e nem parecia que teríamos uma tempestade para enfrentar.
Antes mesmo de chegar na metade do maldito Vale, os raios começam a cair com mais frequência, as trovoadas estão mais intensas, a chuva cai fortemente, os ventos são como lâminas, sinto como se cortassem o meu rosto, olho para baixo, ainda estamos no Vale do Bosquenegro, ainda não avistei o Solar, isso é péssimo, mas há algo de estranho lá embaixo, a coloração das poças de lama quando o clarão dos trovões iluminam todo o Bosquenegro, tem algo de errado, não é aquele amarronzado, é algo puxado para o vermelho, uma mistura, quase como se fosse... Sangue? Não, estou ficando maluca, fecho os os olhos, esfrego eles e quando volto a olhar, um raio cai bem na hora e eu vejo um mar de corpos flutuando pela lama, poças e mais poças de sangue, ali ocorreu um verdadeiro massacre, o desespero começa a bater, Cannibal fica agitado, a tempestade parece se intensificar de uma forma nunca vista por mim antes, ordeno que meu dragão se acalme, mas ele começa a descer com rapidez, indo em direção ao lamaçal de sangue, meus gritos são abafados pelos barulhos de trovão, incluindo as minhas ordens, sinto um impacto forte, como se meus ossos estivessem se quebrando, como se meu corpo estivesse se partindo, a sensação de desespero se intensifica, dores se espalham por todo o meu corpo, eu quero gritar por ajuda, só que isso fica entalado na minha garganta, uma queimação forte começa a se espalhar, minha visão começa a escurecer e a última coisa que ouço é o rugido de Cannibal, então tudo fica preto.

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Ouço um barulho estrondoso, em seguida um rugido, sinto algo em meu rosto, um açoite, algo molhado cai com força e frequência, abro os olhos para verificar e... Ainda estou em cima de Cannibal, estou sobrevoando o Vale do Bosquenegro, olho lá para baixo e só há um lamaçal causado pela chuva, não há sangue ou corpos, verifico todo o meu corpo, não há ferimentos, avisto o Solar em pouco minutos, puta merda... O que foi aquilo? Eu nunca passei por isso antes, eu não cochilei durante o longo caminho, não tem explicação, pelos Deuses.
Pouso bem ao pátio barrento que é completamente aberto, no externo do castelo, os guardas se assustam, mas logo fazem uma reverência, desço de Cannibal e corro para a parte interna que é coberta.
— Quero falar com Mary Blackwood. – Aviso ao guarda, ele imediatamente abre os portões e me guia para o interior do Solar, o local está mal iluminado, continuo pensando no que aconteceu enquanto estava no céu, aquilo foi bizarro, assim que passamos por um arco de pedra com vários rubis cravejados, uma mulher alta, com uma silhueta muito bem esculpida, longos cabelos negros e lindos olhos verdes como esmeraldas, já está de pé e quase frente a frente comigo, é até como se já estivesse me esperando, minha mãe disse que não poderia enviar corvos para ninguém suspeitar de nada, então como ela poderia saber?
— Bem vinda ao Solar de Corvarbor, princesa Rhaenys. – Ela faz uma reverência. — Eu sou Mary Blackwood, prima de lorde Fraden Blackwood, é uma honra ser a anfitriã de sua visita.
— Lady Mary, podemos conversar em particular? – Ela sorri e me guia para uma pequena sala, há apenas dois sofás e uma mesa, algumas taças em cima da mesma.
— Sente-se e fique a vontade. – Ela fala e se senta ao sofá oposto do meu.
— Minha mãe pediu que eu trouxesse isso aqui para você, ela disse que deveria ser entregue apenas para a senhorita, acredito que seja de extrema urgência. – Estendo a mão com a carta, Mary fica tensa, ela pega a carta de minha mão e abre ela com rapidez, lê o conteúdo e seus olhos se arregalam levemente, ela solta um longo suspiro.
— Não posso permitir que a vejam saindo com qualquer carta minha, mas quero que diga a ela que sim, quando chegar a hora, farei o que for necessário, sou leal a ela. – Não sei porque, mas a fala dela me deixou angustiada, muito angustiada mesmo, Mary insiste que devo descansar, que ela arrumará rapidamente um de seus aposentos, já está na madrugada, mas a ordem de minha mãe foi que eu não fizesse isso, então recuso gentilmente e digo que preciso retornar, só que não é verdade, partirei para Guardamar, sede da casa Mallister.

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Ao chegar em Guardamar, Alionor Mallister, filha de Claire Mallister com o lorde Jorah Mallister, me recebeu e caminhou comigo até castelo, tive que deixar Cannibal mais afastado, já que Guardamar é uma junção de um Castelo e uma Vila, aqui a tempestade parece estar muito mais intensa por ser na costa ao longo da Baía dos Homens de Ferro.
— Venha, a entrada é logo ali. – Um grande portão negro se abre para a nossa passagem, uma senhora vem até nós duas.
— Sua mãe está de pé, coisa que não deveria acontecer... Ah, peço perdão, princesa. – Ela faz uma reverência desajeitada.
— Não há necessidade disso, está tudo bem. – Indico para que ela continua.
— Claro... A senhora Claire está na sala das bordadeiras. – Alionor assente e caminha comigo em direção a essa sala.
Assim que entramos, vejo uma mulher sentada encurvada em um canto, ela está admirando a tempestade que cai lá fora.
— Mãe, a princesa Rhaenys está aqui. – A linda mulher olha para mim, ao me aproximar percebo que suas feições são extremamente delicadas, assim como a filha, ela tem lindos olhos azuis acinzentados e longos cabelos castanhos, ela se levanta e todos os seus movimentos são graciosos.
— Ah, princesa Rhaenys, é um prazer recebê-la aqui, venha, sente-se comigo. – Ela aponta para a cadeira à frente dela. — Alionor, mande trazerem algo para a princesa. – Ela abre um largo sorriso para mim. — A tempos que não vejo um Targaryen, a última vez foi no casamento de seus tios, Aegon e Helaena, fico feliz que esteja aqui.
— Obrigada por me receber, eu vim por um motivo específico, minha mãe me enviou. – Ela assente.
— Claro, a princesa Rhaenyra... Nos deixem a sós. – Ela fala para os servos, que imediatamente acatam a ordem.
— Ela pediu que eu viesse pessoalmente para lhe entregar essas duas cartas, disse que apenas em suas mãos. – Ela pega as cartas e cautelosamente a abre uma e lê, depois faz o mesmo com a outra, sua expressão permanece pacífica e serena, em momento algum vacila ou tensiona.
— É claro... Sim, sim. – São suas únicas palavras, ela se levanta. — Espere só um minuto, já volto. – Ela fala e sai, pouco tempo depois ela retorna, dessa vez está carregando uma carta em sua mão, ela a estende para mim, pego na mesma hora. — Entregue isso a ela. – O sorriso que Claire abre é radiante. — É sempre uma honra servir a casa Targaryen.
— Obrigada, acho melhor eu partir logo. – Ela arregala os olhos.

— Não mesmo, a tempestade está para piorar, minha querida, olhe com os seus próprios olhos. – Ela aponta para lá fora. — Olhe para o horizonte, os ventos estão mudando, uma enorme e trágica tempestade está se formando, algo muito pior está por vir... – Ela sussurra em meu ouvido.
— Nós preparamos um quarto para você, princesa, deixe pelo menos a tempestade acalmar um pouco. – Alionor fala, me assusto, não percebi que ela estava aqui, olho para Claire, a mulher não tira os olhos da tempestade.
— Não haverá calmaria a partir de agora, esse é só o início de uma grande tempestade... Que os Deuses tenham misericórdia de todos nós. – Claire fala baixo o suficiente só para que eu ouça, logo em seguida ela me olha e sorri. — Quer tomar um chá e comer bolo?
— Ficarei só um pouco, mas se não diminuir, terei que partir assim mesmo. – As duas assentem, decido isso só porque realmente piorou, não quero me arriscar, mas o medo que tudo isso está me causando... Eu só quero voltar para casa.
— Claro, venha comigo. – Alionor fala.

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Boa noiteee❤️
Hoje mais cedo já teve um capítulo, verifica se você leu...

Gente, tá caindo o mundo aqui, que chuva é essaaaaaaaaaa🥹
Ainda não fiz a playlist, acabei tendo que repassar umas matérias para domingo, mas como amanhã vou tirar o dia de descanso, não devo nem trabalhar, então faço ela com calma, quero ver direitinho todas as que vocês me mandaram também❤️❤️❤️❤️

Eu revisei esse, mas foi bem rapidinho, queria postar logo, então se tiver algum erro, eu vou corrigir amanhã🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenWhere stories live. Discover now