Capítulo 71- Unexpected reunion

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Eu tive que deixar Storm o mais longe possível, não queria que Cannibal a sentisse ou ouvisse seus rugidos e acabasse indo atacá-la, o ruim disso é que se eu precisar de ajuda... Tenho que pensar positivo, se ele quisesse realmente me matar, teria feito isso ontem, ele estava tão próximo, mas não me atacou.
Chegando próximo a cratera, começo a ouvir vários barulhos, os mesmos de ontem, como se algo rastejasse por ali, coloco um dos carneiros bem na frente da cratera, faço alguns barulhos para atrair a atenção do dragão, ouço um rugido de reclamação e logo vejo a grande criatura sair daquele enorme buraco no chão, Cannibal é o maior dragão selvagem que conhecemos, ele perde em tamanho apenas para Vhagar e Vermithor, ninguém nunca se arriscou a domá-lo, o medo da morte era muito maior do que a vontade de ter um dragão, então todos preferiam deixar ele quieto.
Assim que ele se aproxima do alimento, eu já chego mais próximo também, ele me vê e acompanha cada movimento meu.
*Valiriano*
— Eu trouxe comida para você, é para você. – Falo apontando para o carneiro, Cannibal apenas me observa, não queima o animal ou tenta comer, ele apenas me olha com atenção, isso me causa um certo medo, e se ele tentar me atacar? Pelos Deuses, se eu não morrer aqui, com certeza Baela e Luke vão me matar lá.
*Valiriano*
— Eu quero ajudá-lo, preciso que me obedeça, Cannibal, coma, é para você. – Ele apenas bufa e começa a se virar, é um grande rabugento, me lembra muito a Vhagar.

Depois de muita luta e tentativas de "diálogo", foi bem patético, me senti ordenando uma criança malcriada e sendo completamente ignorada, pelo menos ele não me atacou, apenas me encarava como se eu fosse uma idiota e depois bufava, por sorte eu já estou acostumada a lidar com pessoas e criaturas rabugentas, mas ele finalmente devorou o carneiro, imediatamente coloquei o outro e fui para o lado dele.
Aquela lança estava bem afincada próximo a asa dele, por isso deve estar sentindo tanta dor, assim que coloco a mão, ele fica tenso e rugi para mim, virando lentamente a cabeça para me olhar, aqueles olhos vermelhos como sangue me fazem tremer, mas me mantenho firme, tenho que mostrar que estou no controle, o chicote está agarrado na bainha da minha calça, vou usá-lo só em último caso, quero ganhar a confiança dele.
*Valiriano*
— Se acalme, só quero ajudá-lo, se acalme e me obedeça. – Ele me encara fixamente, sempre acompanhando os meus movimentos. Aponto para o carneiro novamente e ele foca a atenção na comida, ele parece estar com fome, no momento que ele devora, eu puxo a lança de uma vez, me fazendo desequilibrar e ele levantar com tudo, rugindo e tentando me atacar, corro na mesma hora, alguém ficou muito estressado.
*Valiriano*
— EU SÓ QUIS AJUDAR! – Recebo um rugido estridente como resposta.
Tentei sair, mas ele estava de guarda, dessa vez estava mais estressado, mesmo que eu tenha tirado aquela lança dele, além de ter trazido comida, o rabugento ficou irritado, depois um tempo ele acabou saindo da frente do edifício que eu estava escondida, não consegui ver para onde ele foi.

Saio de fininho do meu esconderijo, olhando para todos lados, vai que ele tenta me atacar de novo, chego ate a lança caída, verifico ela e vejo o símbolo de Pentos desenhado na própria lâmina, intrigante, começo a pensar se ele passeava por Essos, só que ninguém nunca comentou nada sobre isso, o que seria estranho, já que é o Cannibal...
Fico tão entretida em meus pensamentos que não percebo a movimentação, só sinto a respiração quente em minha nuca, viro lentamente e encontro aqueles enormes olhos vermelhos, consigo ver a fúria emanando deles, ele abre sua enorme boca e seu rugido sai tão alto, que ouço zumbidos quando ele para, mas ele não me ataca, apenas rugiu e agora sai, vai em direção à cratera.

Eu perdi completamente a noção do tempo, nessa tentativa de fazê-lo comer e depois tentar tirar a lança, me esconder e esperar ele parar de fazer a guarda, escureceu completamente, não tenho noção de quanto tempo estou aqui, mas sei que é melhor eu retornar para Qarth, já consegui alimentá-lo e retirar aquela lança, meu trabalho já está completo.
Começo a caminhar em direção a estrada de saída, a escuridão aqui é intensa, tropeço algumas vezes em alguns escombros das construções destruídas, fico me perguntando como essa cidade ficou dessa forma, fico pensando se o próprio Cannibal não fez isso... Tropeço mais uma vez, só que dessa vez me desequilibro e caio em algo gosmento, provavelmente aquela maldita gosma verde, já vi ela por todos os lugares da cidade, dragões não soltam essa gosma, ouço mais uma vez aquele barulho de algo rastejando, só que dessa vez é muito mais próximo, fico tensa e começo a andar mais rápido, mas aquele som parece me acompanhar, olho rapidamente para a minha esquerda e vejo uma movimentação, uma coisa escamosa passando... Merda, sem pensar começo a correr, preciso sair daqui agora, mas assim que avisto o arco da entrada, aquela coisa se ergue bem à minha frente.

É uma serpente, tem pelo menos três vezes o meu tamanho, suas escamas são esverdeadas, ela abre sua enorme boca e consigo ver os seus dentes afiados, me lembram lanças bem finas e que podem fazer enormes estragos, aquela gosma está por toda sua boca e principalmente saindo de seus caninos, eu já ouvi falar dessa serpente, é um basilisco, essa gosma é o seu veneno paralisante... Merda, mil vezes merda.
Começo a me mover lentamente, retornando para a direção da cratera, mas ele tenta dar o bote, eu desvio e corro rapidamente, só que ele é mais rápido e me faz desviar do caminho para a cratera, acabo correndo para o meio mais afastado da cidade, tento me esconder, mas ele parece sentir cada movimento meu, não posso entrar em desespero agora, preciso achar um jeito de sair daqui, corro o mais rápido possível, mas sinto algo enrolando em meus pés, me fazendo cair, quando vou tentar me levantar, aquele basilisco se ergue em cima de mim.

Começo a sentir ele se enrolando em mim, bem nos meus pés, quer me impossibilitar de correr, está começando a doer muito, tento me mexer, mas isso irrita ele, fazendo ele tentar dar o bote, seria uma morte certa, se a grande boca de Cannibal não tivesse se fechado em sua cabeça e o puxado de cima de mim.
Cannibal destroçou o basilisco, a ira dele emana por todo o ambiente, logo depois de soltar aquela coisa, ele a queima, suas chamas são uma intensamente negras, consomem rapidamente o corpo da grande serpente. Eu me levanto e chego próximo a ele.
*Valiriano*
— Obrigada! – Falo e recebo um rugido raivoso como resposta, ele parece estar me expulsando daquele lugar, quando não saio, ele não me ataca, apenas rugi novamente e decido sair antes que outra coisa dessas me ataque novamente, mas se ele acha que vou desistir, está muito enganado, esse basilisco só me deu mais certeza de que preciso tirar ele dessa maldita cidade, eu retornarei e a minha missão será domar esse dragão.

******

Storm parece estar estressada e tensa, provavelmente sentiu todo o meu terror, todo o meu desespero e não pôde me ajudar, isso deixou ela com raiva. Estamos retornando para Qarth, está tudo tão silencioso e escuro como breu, fico pensando no que deve estar acontecendo 'em Westeros agora, penso em Aemond... Sinto um aperto no peito, estou morrendo de saudade dele, mas infelizmente em tempos como esse, não podemos nos dar o luxo e ceder às nossas vontades, não vejo a hora de reencontrar ele, mas não só ele, minha família também...
Descemos no pátio que reservado para os dragões, não vejo Moondancer e nem Arrax, mas já era de se esperar, eles não retornaram logo logo, os seus destinos são bem mais afastados, mas espero que consigam alguma pista. Desço de Storm e vou logo pegar algo para ela comer, ela passou o dia todo afastada de mim e em desespero por eu ter me arriscado, fico um pouco com ela e depois vou em direção aos meus aposentos em Qarth.

Chegando próximo a estalagem, já percebo que a porta está entreaberta, imediatamente pego a minha adaga que fica presa à minha coxa, chego mais perto e entro bem devagar, assim que o quarto se ilumina, eu o vejo sentado na minha cama.
— Finalmente! Você é uma pessoa muito difícil de se achar, Rhaenys... – Com um sorriso cínico estampado no rosto.

******

Bom dia❤️
Tudo bem??
Ontem teve capítulo, verifiquem se leram...

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora