Capítulo 51- For my people, I give my life

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4 dias depois do aviso de Correrrio

Isso não pode estar acontecendo, estamos no escuro em relação aos acontecimentos mais recentes, só sabemos que dois dos nossos foram capturados, o medo e a aflição só cresceram dentro de mim, parece que meu corpo está prestes a colapsar e eu não tenho tempo para isso, eu queria poder pegar Storm, ser imprudente e partir para Correrrio, mas isso seria sentenciar VilaVelha à queda, não posso fazer, fiz um juramento e irei proteger essa cidade.

Norvos começou a avançar, no caso, uma grande parte de seu exército, outra ainda guarda a sede, depois de mais alguns ataques, a defesa de Qohor caiu, ainda assim, não estamos em vantagem, já que para reduzi-los, não foram necessários só os dragões, precisávamos de ajuda e eles fizeram por terra, tem ficado cada vez mais perigoso atacar por cima, a cada cinco balistas que destruímos, aparecem mais sete. Quando tudo isso começou, eu pensei que era algo aterrorizante, pensei que a quantidade de corpos e de sangue espalhados pela Campina, eram de embrulhar o estômago, mas é porque eu não imaginei que chegaria ao ponto que está agora, por onde passamos há tripas por todos os lados, homens com partes faltando, seus gritos são agonizantes, eles imploram por misericórdia, imploram para nós matarmos eles, alguns corpos já estão podres, com bichos por todos os lados e outros completamente carbonizados, toda vez que tento descansar um pouco, acordo no susto em alguns minutos, não consigo mais dormir, o medo de invadirem nosso acampamento não me deixa relaxar, mesmo com a pouca vantagem que temos, ainda não consigo relaxar, toda vez que fecho os olhos, vejo corpos, sangue e ouço gritos.

— Você está bem? – Daeron pergunta.
— Sim, só um pouco preocupada. Tivemos mais alguma notícia de Correrrio? – Ele suspira e nega.
— Mas acho que se tivessem matado dois Targaryens, já saberíamos... Ele iriam se vangloriar disso. – Talvez, mas mesmo assim, meu coração está apertado, Rhaenys está lá, meus irmãos estão, meu pai, Aemond... Eu nem consegui dizer o que eu sentia, o que sinto e só de pensar na possibilidade de... Pelos Deuses, parece que vou... Eu não...
— Rhaenys, o que foi? – Começo a ficar ofegante, sinto um nó na minha garganta, meu corpo começa a tremer de leve, tudo parece estar girando.
— E-eu... Eu n-não consigo... – Coloco a mão no meu peito, meu coração está acelerado, me sinto fraca. — R-respirar, não dá. – Daeron segura em meus ombros.
— Rhaenys, olha para mim. – Eu fecho os olhos com força, mas a única coisa que vem na minha cabeça é morte, sangue e destruição. — Preciso que você olhe para mim. – Abro os olhos, mas parece que tudo em volta está se fechando, tudo está ficando tão pequeno. — Olha para mim, por favor. – Finalmente encontro aqueles olhos violetas. — Respira fundo, igual a mim, isso, puxa e solta devagar. Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. Isso, bem devagar. – Aos poucos vou me acalmando, sinto os braços de Daeron me envolverem em um abraço, ele faz carinho nas minhas costas, consigo respirar melhor e aquele nó dentro de mim se desfaz.

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— Isso, se mantém firme, cuidado com os movimentos dos seus pés, eles tem que ser em conjunto com o seu corpo, se não isso... – Ele cruza sua espada na minha, girando ela e a fazendo se soltar de minha mão, jogando-a para longe, ele aponta a dele na minha garganta. — vai acontecer. Precisa ter controle total de seus movimentos, não pode se afobar ou esquecer de que na luta não se usa só os braços. Você melhorou muito desde o início de nossos treinos... – Sor Gusly finaliza o nosso treino.
— Se continuar assim, daqui a pouco nem vai precisar mais de Storm para te defender. – Sor Richter começa. — Sua evolução é nítida. Parabéns, menina. – Ele esfrega sua mão no meu cabelo. Richter e Gusly são os que mais me ensinam, estão o tempo todo corrigindo minha postura, minha defesa, meu ataque, graças a eles, eu até consegui sair viva de uma batalha em terra.

Pela manhã, alguns homens de Braavos conseguiram adentrar no acampamento, nosso flanco esquerdo tem estado muito frágil, tem sofrido ataques constantes, por sorte, nós agimos bem rápido, eu até protegi Baela que não tinha visto o ataque, agora ela não para de falar o quanto está orgulhosa, disse até que queria enviar um corvo para minha mãe, Ormund imediatamente disse um não gritando, depois continuou dizendo que era melhor Rhaenyra não saber de nada, por enquanto, se não ela mesmo grávida, viria até aqui só para matá-lo por deixar eu me arriscar assim, mesmo que seja inevitável em uma guerra, ele ficou insistindo "Você é a menininha da mamãe."

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenWhere stories live. Discover now