Capítulo 16

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— Então — perguntou a Sra. Bracho. — Como estão as coisas com nosso vizinho bonitão?

Uma pergunta carregada que respondeu com uma palavra só.

— Bem.

— Vamos você tem que ter mais para dizer do que isso. Alfonso Herrera é um homem que requer mais do que um simples "bem". — Podia jurar que a Sra. Bracho riu.

— Estive ocupada trabalhando.

— Querida, você precisa tirar uma folga. Ter tempo para cheirar as rosas.

— Eu tenho. Quero dizer, tive. Fiz um piquenique ontem.

Assim que falou, envergonhou-se.

— Com Alfonso? Ah, isso é ótimo!

— Sra. Bracho, diga a verdade. Você deixou Sabrina com Alfonso porque esperava que nós namorássemos ou algo assim? Porque, realmente, eu não tenho tempo para algo desse tipo.

— Ah, não mesmo. Estava num aperto. E Alfonso é o único vizinho em casa durante o dia. Mas, se algo acontecer entre vocês... — Aquela voz falhou num tom esperançoso. — Você realmente precisa de um homem em sua vida.

— Nada vai acontecer. O homem é... Impossível.

— Isso é porque acabou de ter o coração partido. Quero dizer, não sei dos detalhes, foi algo que o irmão comentou quando o encontrei fora da casa de Alfonso. Tinha uma mulher, e terminou feio. Acho que foi mais do que um romance que deu errado. Mas, o que quer que seja Alfonso se arrepende imensamente, e não quer falar a respeito. Tente ser compreensiva, Anahí, e acima de tudo, paciente.

Não estava prestes a discutir sobre Alfonso ou o potencial relacionamento com ele.

Passou metade da noite acordada, revirando-se na cama, pensando nele, considerando que Sabrina dormira a noite toda, o que foi uma perda boba de uma boa noite de sono. Depois daquelas horas, a conclusão tinha sido a mesma de antes de dormir.

Envolver-se mais com ele não daria certo.

No entanto, voltaria para a casa dele hoje. Para passar o dia todo com ele.

Trabalhando juntos. Evitando a atração entre eles, fingindo que ela não existia.

Seria tão fácil quanto não respirar o dia todo.

— Como vai sua irmã? — perguntou ela, para evitar mais perguntas da Sra. Bracho.

— Está bem melhor, obrigada. Passou por uma cirurgia, mas tudo correu muito bem. Ela deve receber alta aqui de New Hampshire em alguns dias. Se precisar de mim, posso ir a Boston até que ela receba alta, mas, depois disso, realmente precisarei cuidar dela até que esteja completamente recuperada. Ela tem 75 anos, sabe. Não é tão jovem quanto eu. Sou a mais nova. — A Sra. Bracho riu.

Se ela queria uma solução rápida, claramente não teria uma. Precisava de outra babá.

Não poderia pedir a ela que colocasse Sabrina à frente da irmã. Não seria justo.

— Não, fique aí. Está tudo sob controle. Alfonso e eu fizemos um acordo.

Não fizeram nada, mas não contaria nada a Sra. Bracho. Em vez disso, rezaria para ter a sorte de encontrar outra babá provisória barata. Ligaria para a universidade local. Eles tinham uma lista de babás que trabalhavam durante o dia. Não precisava preocupar a Sra. Bracho.

— Sabia que vocês fariam isso. Aquele homem é um santo, estou dizendo. Ele me ajudou muitas vezes, sem reclamar.

— Estamos falando do mesmo homem?

— Ah, querida, Alfonso é o homem mais bacana que já conheci. Você verá. Só dê uma chance. Você pode se surpreender com o quão maravilhoso ele é. E, querida, você precisa seguir em frente, afinal, já é hora.

Não contradisse a Sra. Bracho, pois seria desrespeitoso com uma mulher que foi tão generosa e incrível com ela e Sabrina. Mas, se tinha algo que sabia, era que dar uma chance a Alfonso, especialmente com seu coração, seria o maior erro de sua vida.

— Há alguma coisa que eu deveria saber sobre você? — Peter segurou a chupeta e sorriu para Alfonso.

Arrancou a chupeta da mão de seu irmão e jogou-a na mesa de centro.

— Não.

— Então de onde veio aquilo? Sabe, é a última coisa que esperava ver aqui, mesmo essa sendo uma casa perfeita para uma família. — Peter, magro e alto, sentou-se em uma das poltronas.

— Tive companhia ontem. Ela trouxe a filha.

Peter arqueou uma sobrancelha. Esperou Alfonso continuar.

— É isso. Não tem mais nada para contar.

— Sempre tem mais para contar, irmãozinho. Vou ter que pegar os detectores de mentira ou você vai me dizer logo?

PAPAI POR ENCOMENDAWhere stories live. Discover now