— Então — perguntou a Sra. Bracho. — Como estão as coisas com nosso vizinho bonitão?
Uma pergunta carregada que respondeu com uma palavra só.
— Bem.
— Vamos você tem que ter mais para dizer do que isso. Alfonso Herrera é um homem que requer mais do que um simples "bem". — Podia jurar que a Sra. Bracho riu.
— Estive ocupada trabalhando.
— Querida, você precisa tirar uma folga. Ter tempo para cheirar as rosas.
— Eu tenho. Quero dizer, tive. Fiz um piquenique ontem.
Assim que falou, envergonhou-se.
— Com Alfonso? Ah, isso é ótimo!
— Sra. Bracho, diga a verdade. Você deixou Sabrina com Alfonso porque esperava que nós namorássemos ou algo assim? Porque, realmente, eu não tenho tempo para algo desse tipo.
— Ah, não mesmo. Estava num aperto. E Alfonso é o único vizinho em casa durante o dia. Mas, se algo acontecer entre vocês... — Aquela voz falhou num tom esperançoso. — Você realmente precisa de um homem em sua vida.
— Nada vai acontecer. O homem é... Impossível.
— Isso é porque acabou de ter o coração partido. Quero dizer, não sei dos detalhes, foi algo que o irmão comentou quando o encontrei fora da casa de Alfonso. Tinha uma mulher, e terminou feio. Acho que foi mais do que um romance que deu errado. Mas, o que quer que seja Alfonso se arrepende imensamente, e não quer falar a respeito. Tente ser compreensiva, Anahí, e acima de tudo, paciente.
Não estava prestes a discutir sobre Alfonso ou o potencial relacionamento com ele.
Passou metade da noite acordada, revirando-se na cama, pensando nele, considerando que Sabrina dormira a noite toda, o que foi uma perda boba de uma boa noite de sono. Depois daquelas horas, a conclusão tinha sido a mesma de antes de dormir.
Envolver-se mais com ele não daria certo.
No entanto, voltaria para a casa dele hoje. Para passar o dia todo com ele.
Trabalhando juntos. Evitando a atração entre eles, fingindo que ela não existia.
Seria tão fácil quanto não respirar o dia todo.
— Como vai sua irmã? — perguntou ela, para evitar mais perguntas da Sra. Bracho.
— Está bem melhor, obrigada. Passou por uma cirurgia, mas tudo correu muito bem. Ela deve receber alta aqui de New Hampshire em alguns dias. Se precisar de mim, posso ir a Boston até que ela receba alta, mas, depois disso, realmente precisarei cuidar dela até que esteja completamente recuperada. Ela tem 75 anos, sabe. Não é tão jovem quanto eu. Sou a mais nova. — A Sra. Bracho riu.
Se ela queria uma solução rápida, claramente não teria uma. Precisava de outra babá.
Não poderia pedir a ela que colocasse Sabrina à frente da irmã. Não seria justo.
— Não, fique aí. Está tudo sob controle. Alfonso e eu fizemos um acordo.
Não fizeram nada, mas não contaria nada a Sra. Bracho. Em vez disso, rezaria para ter a sorte de encontrar outra babá provisória barata. Ligaria para a universidade local. Eles tinham uma lista de babás que trabalhavam durante o dia. Não precisava preocupar a Sra. Bracho.
— Sabia que vocês fariam isso. Aquele homem é um santo, estou dizendo. Ele me ajudou muitas vezes, sem reclamar.
— Estamos falando do mesmo homem?
— Ah, querida, Alfonso é o homem mais bacana que já conheci. Você verá. Só dê uma chance. Você pode se surpreender com o quão maravilhoso ele é. E, querida, você precisa seguir em frente, afinal, já é hora.
Não contradisse a Sra. Bracho, pois seria desrespeitoso com uma mulher que foi tão generosa e incrível com ela e Sabrina. Mas, se tinha algo que sabia, era que dar uma chance a Alfonso, especialmente com seu coração, seria o maior erro de sua vida.
— Há alguma coisa que eu deveria saber sobre você? — Peter segurou a chupeta e sorriu para Alfonso.
Arrancou a chupeta da mão de seu irmão e jogou-a na mesa de centro.
— Não.
— Então de onde veio aquilo? Sabe, é a última coisa que esperava ver aqui, mesmo essa sendo uma casa perfeita para uma família. — Peter, magro e alto, sentou-se em uma das poltronas.
— Tive companhia ontem. Ela trouxe a filha.
Peter arqueou uma sobrancelha. Esperou Alfonso continuar.
— É isso. Não tem mais nada para contar.
— Sempre tem mais para contar, irmãozinho. Vou ter que pegar os detectores de mentira ou você vai me dizer logo?
YOU ARE READING
PAPAI POR ENCOMENDA
FanfictionO escritor Alfonso Herrera precisa de paz e solidão para poder produzir seus textos, e não de uma, bebê desconhecida na porta de casa! Mas ele não poderia simplesmente ignorá-la na soleira... Apesar de não saber lidar com crianças, fica pasmo quando...