EPÍLOGO

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Violeta estava sentada na igreja, vestindo seu melhor chapéu e um vestido novo.

Segurava Sabrina, que também estava com um vestido novo, branco e bordado com pregas rosa que Violeta insistira em costurar. Do lado de fora, as folhas do outono caíam das árvores, como se Deus tivesse decidido criar seus próprios confetes amarelos e laranjas para a celebração.

— Estou muito feliz por você ter ficado do meu lado — agradeceu Penélope, segurando a mão da irmã. — O que eu faria sem você?

— Ah, você sobreviveria. Você tem Lenora. — A irmã mais nova morava no Arizona, mas era mais próxima de Penélope, que sempre idolatrara a caçula da família.

Penélope acenou em rejeição.

— Lenora enche a paciência. Ela fala demais.

Violeta riu.

— Agora, silêncio, Penélope. O casamento já vai começar.

— Você realmente deveria parar de interferir na vida das pessoas — sugeriu Penélope, ajustando o chapéu amarelo bordado. — Apesar de ter me arranjado meu Harold, o médico mais lindo do terceiro andar, e justo na idade da aposentadoria, o que foi muito conveniente para mim. Agora precisa encontrar alguém para você.

— Bobagem. Estou bem. Tenho minha filha, minha neta e minha vizinha-neta. — Trouxe Sabrina contra o peito e beijou a testa do bebê de 11 meses. — É o bastante para mim.

Penélope assentiu.

Na parte da frente da igreja, Alfonso estava no altar, lindo num smoking preto, parecendo pronto como qualquer homem para se casar, nem um traço de nervosismo no rosto. De um lado, estavam suas oito irmãs e duas amigas de Anahí. Do outro, os irmãos e os maridos das amigas. Apenas os padrinhos e madrinhas já eram uma parte significativa da lista de convidados.

A marcha do casamento começou. Violeta levantou-se, virando-se para o fundo da igreja. Anahí, resplandecente num simples vestido branco com um pescoço em forma de concha, começou a caminhar até o altar, escoltada pelo pai orgulhoso. Juntou-se a Alfonso no altar e, 20 minutos depois, estavam casados e compartilhando seu primeiro beijo como marido e mulher.

— Você tem um pai agora — sussurrou Violeta para Sabrina.

— Papá — respondeu Sabrina.

— Sim. Uma mamã e um papá. Essas são as únicas palavras que precisa saber menininha. Agora seu mundo está completo. — Beijou a testa de Sabrina e passou-a para o casal feliz quando pararam ao lado de seu assento, criando o final perfeito.

Exatamente o que imaginou quando deixou Sabrina na casa de Alfonso. Naquele dia, poderia ter; claro, escolhido qualquer uma das mães da Rua Larch, que passam o dia inteiro em casa, mas nunca contaria isso a Anahí ou Alfonso.

— Obrigada, Sra. Bracho — disse Anahí, com um sorriso quente.

Alfonso refletia o mesmo sorriso.

— Não há de quê — respondeu, então desejou felicidades enquanto eles saíam.

Anahí e Alfonso percorreram o corredor da igreja, com a filha entre eles. Alfonso inclinou-se e beijou a testa de sua esposa.

— Ela acha que não sabemos.

— Devemos contar a ela?

— Não. Minha mãe quer conhecê-la — disse Alfonso. — Ainda tenho todas aquelas irmãs solteiras, lembra? Se a Sra. Bracho pode fazer mágica com elas, Sabrina terá alguns primos logo.

Anahí passeou os dedos pelo pescoço de Alfonso.

— Estava esperando dar a ela um irmãozinho primeiro.

Ele envolveu a cintura dela com um braço e puxou-a gentilmente para perto.

— Isso, Sra. Herrera, é uma história que vamos começar a escrever agora mesmo. — Alfonso beijou-a, rápida, porém docemente, dando só um gostinho do que viria naquela noite, antes de soltá-la novamente.

Ela riu, e seus os olhos dançavam cheio de desejo e felicidade.

E assim, saíram da igreja e entraram no primeiro capítulo da nova vida deles, uma vida que, os dois tinham certeza, seria um best-seller.

PAPAI POR ENCOMENDAWhere stories live. Discover now