Trigésimo nono capítulo!

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Tomei outro banho e fui dormir. Acordei com o despertador e senti aquela sensação de ter dormido um pouco mais, achei estranho. Olhei no relógio e eu ja tinha acordado algumas vezes e colocado no '' soneca: mais cinco minutos '' e quando me dei conta de que estava atrasada, me arrumei ás pressas.
Saí e não vi o Pedro, pensei que ele havia me esperado e que já tivesse ido então apressei o passo e entrei no colégio correndo, e, mais uma vez esbarrei em alguém e derrubei todo o material que estava com essa pessoa. Me ajoelhei rápido para a ajudar e não chegar atrasada na aula, até que ouvi a voz do Felipe.
- Tá vendo? Aqui se faz e aqui se paga. - ele riu
- Nossa, me desculpa - eu ainda recolhia o material que estava no chão
- Estamos kits agora, correto? - ele me olhou
- Correto. Tô atrasada, tenho que ir - entreguei os livros pra ele e andei
- Luiza, espera! - ele disse
- O que? - eu olhei pra trás
- Bom dia. - ele sorriu
- Bom dia - eu disse e continuei
Entrei na sala e pedi licença ao professor, e pra minha surpresa ele não me deixou entrar. Fiquei um pouco mal, mas me sentei perto da cantina e terminei algumas atividades pendentes da matéria dele.
- Posso me sentar aqui? - disse o Felipe
Eu não tinha reparado que ele estava vindo
- Claro, esse banco é público - eu sorri e continuei fazendo a atividade
- Você nunca vai me dar atenção né? - ele disse
- Eu tenho um namorado - eu disse continuando a atividade
- Não estou afim de você, só quero conversar. Ou será que você só conversa com seu namorado? - ele perguntou
- Pronto. Pode conversar.- eu coloquei a caneta em cima do caderno e olhei pra ele
- Tudo bem com você? - ele sorriu
- Tudo bem Felipe, é o seu nome mesmo né? - eu perguntei
- É. - ele disse
- Hum. - eu continuei fazendo minha atividade
- Você me acha uma pessoa ruim só porque derrubei seus livros, né? - ele me olhou
- Não. Só não acho legal dar em cima de garotas comprometidas. Agora de resto, não posso dizer nada, mal te conheço. - eu disse, continuando a atividade
- Felipe, 19 anos, terceiro ano do ensino médio, solteiro, sem filhos. - ele riu
- Desempregado? - eu perguntei
- Nunca trabalhei. - ele disse
- Hum. Papai banca tudo pra você. - eu ri
- Pra você também. - ele sorriu
- Mas eu só tenho 15 anos. Você já é de maior. - eu o olhei
- Já tenho carteira de motorista, e ano que vem começo uma faculdade. - ele sorriu
- Hum. Legal. - eu disse
- Seu namorado é da minha sala, suponho que ele também forme esse ano. - ele me olhava
- É. Tomara que sim. - eu sorri
- Você é linda. Com todo respeito. - ele disse, ainda me olhava
- Obrigada. Agora para de me olhar, tá me deixando sem graça - continuei a atividade
- Era mesmo a minha intenção! - ele riu
- Idiota - eu ri
- Idiota não! Um amigo agora - ele sorriu
- Modo de falar. Você não é idiota, não totalmente. - eu ri
- Palhaça! Todo homem é idiota. - ele sorriu
- É. Talvez. - eu o olhei
Ele era lindo mesmo, era até pecado eu admitir isso pra mim mesma, controlei meus pensamentos e desviei o olhar dele. Por um instante me senti culpada, mas como Ana mesmo dizia: estou namorando mas não estou cega. Eu ri com isso e o sinal bateu
- Do que você tá rindo? - ele me olhou
- Nada. Deixa eu ir pra minha sala. Foi bom conversar com você Felipe. - eu sorri e fui em direção a minha sala.
- Atrasadinha - Ana disse
- Oie - eu ri e me sentei
- Perdeu matéria nova, o que aconteceu? - ele se virou pra mim
- Me atrasei um pouco, coloquei modo soneca no celular - eu ri
- Nossa! Lerda. - ela riu
- Vai no meu barraco hoje? - eu perguntei
- Barraco não, mansão, né? - ela me olhou
- Apê. - eu sorri
- Vou, precisamos muito de uma tarde só nossa. - ela sorriu
- E você e o Matheus? - eu perguntei
- Ontem ele me ligou, conversamos um pouco mas nem tocamos no assunto CIÚMES DO MOTORISTA. - ela revirou os olhos
- Ai, que chatos. - eu ri
- Mas acho que vai ficar tudo bem. Espero. - ela me olhou
- Vai sim amiga - sorri
A professora entrou e prestamos atenção na aula. Quando bateu o sinal do recreio, antes mesmo de sair de sala Pedro me esperava do lado de fora.
- Bom dia minha princesa - ele me beijou
- Bom dia amor - eu sorri
- Porque atrasou ? - ele perguntou confuso
- Ah, dormi mais que a cama. - eu ri
- Ficou cansada ontem né? - ele mostrou a língua
- Fiquei. Andei muito no shopping com a Ana - eu sorri ironicamente
- Hum. Chatas. - ele fez biquinho
- Me ama - eu ri
Ficamos juntos no recreio e enquanto isso, Ana e Matheus estavam do outro lado do pátio conversando, sentados.
- O clima tá tenso entre os dois né amor - Pedro os olhava
- É... Eu não entendo eles - eu disse
- Eu não entendo é ela. - ele disse
- Porque? Ele que é muito ciumento. - eu o olhei
- Mas ela conhece ele, sabe que ele não gosta né amor - ele disse
- É amor. - não rendi
Mudamos de assunto e ele começou a falar de como as coisas estavam na casa dele. Quanto ao assunto da Ana e do Matheus não falamos mais nada, mesmo eu sendo muito amiga dela e ele sendo muito amigo dele, não nos metíamos no relacionamento dos dois. Mas eu, como amiga, tinha o dever de perguntar o que eles estavam conversando. Conti minha curiosidade até a hora do fim do recreio, despedi de Pedro e fui para minha sala ás pressas.
- E ai amiga o que você conversou com ele? - eu disse animada, me sentando
- Ah, a gente tá de boa agora. - ela sorriu, mas estava estranha
- Porque essa cara? - eu fiquei preocupada
- Não sei, juro que não sei. - ela me abraçou
Eu já não estava entendendo mais nada. Porque Ana estava estranha daquele jeito? Alguma coisa tinha acontecido. Quando o professor entrou, nos sentamos corretamente e assistimos a aula.

Era só meu irmão...Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora