Quinquagésimo quinto capítulo!

5.9K 405 19
                                    

O resto da semana foi corrido. Eu ajudei minha madrasta a enfeitar a casa da mãe dela, e foi bom esse tempo que passamos juntas. Deu pra gente se conhecer melhor e até se entender. Quando estávamos colocando as bolas de natal na árvore, ele me contou.
- Pedro me liga sempre, e sempre pergunta de você. - ela disse
- Pega essa bolinha aí pra mim. - eu tentei mudar de assunto
- Sei que você também ama ele. E você não pode contar essa nossa conversa pro seu pai, ele não quer nem que você veja o Pedro no natal. - ela me deu uma bolinha
- Meu pai me proibiu de atender as ligações dele. - eu falei
- Com razão. Sei o quanto está sendo ruim pra você, mas também está sendo pra ele. Ele só está correndo atrás do sonho dele, quando ele tiver uma fase estável e quando concluir o contrato com o clube, ele pretende voltar para o Brasil? Sabe porque? - ela me olhou
- Porque? - eu perguntei
- Porque ele também te ama Luiza, ele também sente sua falta. E eu espero que vocês dois ainda possam ser muitos felizes. De coração. - ela sorriu
Como sempre, meu olho encheu de lágrima. Dei um abraço nela e continuamos onde paramos.
Uns dias antes do natal, fui no shopping com Ana e Maria pra gente comprar alguma coisa pra usar no natal. Um vestido vermelho, lindo me chamou atenção logo de cara. E foi na loja desse vestido em que fizemos nossas compras. Contei a elas que Pedro viria para o Natal, e eu não sabia se meu coração ia aguentar esperar até o dia 24 pra ver ele. Eu estava com muita saudade, mesmo sabendo que ver ele ou tocar ele me magoaria, era tudo que eu queria.
Dia 24 de dezembro. Véspera de Natal. Acordei cedo e corri pro salão junto com a Maria e a Ana. Fizemos unha, cabelo, depilação, massagem e sobrancelhas. Tudo pra gente ficar linda, eu pro Pedro, Ana pro Matheus e a Maria só pra ficar mais linda mesmo.
Devo ter comido umas 5 barras de chocolate, de tanta ansiedade para a noite. Depois de quase seis meses, eu ia rever meu amor, aquele que eu me apaixonei, aquele que me entreguei, aquele que levou meu coração pra Barcelona e não voltou mais... Se ele soubesse quanto eu senti saudade, o quando eu chorei, acho que ele não voltaria pra lá nunca mais.
Quando terminamos no salão já era de tardinha, e só faltava maquiar e colocar a roupa. Despedi das meninas e elas me desejaram sorte, mas o que eu queria mesmo era não ter um infarto na frente do Pedro, o que provavelmente aconteceria, porque só de falar no nome dele meu coração já palpitava mais rápido.
Fui pra casa e, quando cheguei, meu pai tinha ido cortar cabelo e ainda não tinha voltado. Sentei no sofá e respirei fundo umas mil vezes.
- Calma Luiza, calma. - eu repetia
No meu quarto, comecei a arrumar. Coloquei o vestido e um sapato de salto preto, depois sentei na frente do espelho e me maquiei. Quando terminei, soltei os cabelos e os arrumei para ficarem do jeitinho que tava no salão. Preferi deixá-los retos como sempre. Quando meu pai chegou, ele se arrumou rápido e quanto mais dava a hora de ir pra casa da mãe da minha madrasta, mais nervosa eu ficava. Minhas mãos soavam, meu coração batia forte, eu tentava respirar, eu ria sozinha e minhas pernas estavam trêmulas.
- Vamos, filha. Está na hora. - ele bateu na porta do quarto
- Ok - tentei dizer naturalmente
A hora chegou! Em menos de algumas horas eu veria o Pedro, e mataria a saudade. Ou não.
Quando entrei no carro, meu pai elogiou meu vestido.
- Lindo vestido. - ele disse
- Obrigada pai - eu ri, nervosa
- Tá nervosa? - ele perguntou
- Não. Porque estaria? - eu menti
- É... - foi só o que ele disse
Fomos calados até a casa da mãe da minha madrasta. Era do outro lado da cidade, um pouco longe da nossa casa e da casa dela. Meu pai sabia o quanto eu estava nervosa, mesmo eu não demonstrando pra ele, ele me conhecia. E sabia o que eu sentia.
Quando chegamos, desci do carro e ajudei a levar uns pratos especiais pra noite, que meu pai foi encarregado de levar. Entrei na sala e, nada dele. Tinham vários rostos, uns mais velhos e uns bem mais novos, mas nada do Pedro. Mesmo com o coração apertado, me senti aliviada, pois acho que se tivesse visto ele logo de cara, eu deixaria tudo que estava nas minhas mãos cair.
- Feliz Natal minha linda - a vó de Pedro disse
- Oi vó Feliz Natal - eu ri e a beijei
- Me dê isto aqui, levarei para a cozinha. - ela pegou as comidas da minha mão
- Ok, o Pedro já chegou? - eu perguntei baixinho
- Chegou. Ele está no terraço. Vai lá vê-lo, sinto que ele está te esperando. - ela deu um sorriso e se virou.
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Leia também: "One now word..."
Leia também: "Melissa"

Era só meu irmão...Where stories live. Discover now