Quadragésimo capítulo!

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- Você vai pra minha casa hoje né? - eu perguntei, enquanto guardávamos o material
- Sim, só preciso pegar um livro pro trabalho de português ali na biblioteca - ela disse
- Por falar em livros, hoje eu conversei com aquele Felipe lá. - eu disse
- Aquele que derrubou todo o seu material uma vez? Gato? Do shopping? - ela riu
- É. Só que eu também derrubei uns livros dele hoje, estamos quites. - eu ri
- Nossa! Que estranho isso amiga - ela disse, debochando
- Porque? Boba! Como diz meu pai, aqui se faz aqui se paga! - eu ri
- É verdade. - o sinal tocou
Fomos pra biblioteca e pegamos o tal livro pro nosso trabalho, chegando em casa fiz uma lasanha no microondas e abri um refrigerante pra gente.
- Amiga, vou fazer mais uma festa. Mas essa vai ser diferente, quero que seje tipo um baile de máscaras! - ela fez um gesto engraçado com a mão
- Nossa, sem tentar interpretar a frase, já entendi! - eu ri
- Palhaça. Sério! Só preciso de um tempinho e de uma ajuda - ela disse
- Minha ajuda, você quis dizer. - eu disse, nos servindo
- É! Isso! Sua ajuda. - ela disse
- Tá amiga. O que tiver ao meu alcance eu faço - eu sorri
- Mas essa não vai ser fechada. Vou cobrar individual e vai poder entrar quem quiser, o que voce acha? - ela perguntou
- Ah. Você quem sabe! Tendo um segurança na porta revistando a galera, fica de boa! - eu disse
- É, pensei nisso também - ela disse
- Pra quando? - eu perguntei
- Ah, lá pras férias de julho da pra organizar - ela disse
- É. Faltam 2 meses e pouquinho pras férias, tempo suficiente - eu disse
- Então, só quero que voce faça a divulgação nas redes socias amiga, o resto eu arrumo fácil - ela disse
- Ok. Vou pensar em um flyer bem bacana pra mandar pra galera - eu sorri
- Isso. - ela disse
Assim que terminamos de comer, recolhi nossos pratos e arrumei a cozinha bem rápido. Enquanto isso Ana estava no meu quarto. Terminei e me deitei na cama. Ana elogiou a casa, disse que era linda e que era minha cara. O elogio dela me fez acreditar mesmo que o apê era bacana porque ela sempre teve tudo do bom e do melhor, quase não a via elogiar nada.
- O meu relacionamento com o Matheus tá cada dia mais entediante. - ela disse, se sentando na cama
- Porque amiga? - eu perguntei
- Sei lá. Você não entende. - ela disse
- Claro que entendo. Se você falar né? - eu ri
- A gente namora há muito tempo, sabe? Ele foi meu primeiro e único até hoje. Nosso namoro virou rotina. Não que eu não goste dele, eu amo ele! Como ele mesmo diz, a gente vai envelhecer junto. Mas por agora não sei se eu quero continuar.
- Nossa. Nem sei o que falar amiga - eu fiquei confusa
- É. Só me deixa desabafar tá? - ela riu - Eu tô na melhor fase da minha vida, meus 15 aninhos! Eu tenho que aproveitar enquanto eu posso, sabe? Eu quero sair, dançar, curtir, usar as roupas que eu quero. O Matheus implica até com minhas saias! Tô cansando. É com ele que eu vou casar, construir uma familia. Mas agora? Agora não. - os olhos dela se encheram de lágrimas
- Ô amiga vem cá - eu a abracei
- Eu quero mudar um pouco sabe - ela chorou
Ficamos abraçadas, as duas em silêncio. Eu entendi o que Ana estava sentindo, eu que não tenho nem três meses de '' namoro '' já sentia falta de sair sempre com as minhas amigas da minha outra escola, imagina ela que tem esse tempão de namoro? Mesmo entendendo ela, eu não tive coragem de falar nada. Nem um '' isso amiga, termina '' e muito menos um '' voce vai se arrepender ''. Fiquei calada, essa decisão é só dela. Ela quem tem que tomar.
- Me mostra suas maqueagens ? - ela disse, enxugando os olhos
- Claro amiga - eu sorri
Depois que eu peguei minhas maqueagens e mostrei a ela, o nosso assunto só foi esse. Ele me maqueou, eu a maqueei, rimos muito com nossas maqueagens. Fizemos as unhas e depois fizemos alguns penteados no nosso cabelo, depois, quando começou malhação, fiz uns mistos quentes pra gente e vimos juntas. Era um capítulo emocionante e a gente acabou chorando no final, o que fez a gente rir muito de nós mesmas. Foi uma tarde perfeita, logo depois que malhação acabou ela foi embora.
Logo depois que Ana foi embora fiquei no computador montando a divulgação pra festa que ela ia organizar. Fiz umas vinte montagens e dessas vinte escolhi cinco. Apaguei as outras e trabalhei mais nas que eu escolhi, fiquei bem empolgada com elas que nem vi o tempo passar, só ouvi meu pai batendo na porta.
- Filha, já cheguei - ele gritou
- Tá bom, tô com fome - eu disse
- Vou fazer algo pra gente comer, peraí - ele disse
Continuei trabalhando nas montagens e quando assustei meu pai estava com meu prato na mão, ele colocou em cima da mesa do computador e perguntou o que eu estava fazendo.
- Tô fazendo um favor pra Ana - eu ri
- Como assim? A melhor festa de todos os tempos? - ele leu uma montagem
- É, isso é a divulgação pra uma festa que ela vai fazer. Fiz esses cinco olha - mostrei pro meu pai
- Nossa, ficou bacana em! - ele disse enquanto olhava
- Qual deles você prefere? - eu perguntei
- Ah filha, não sei viu. Tô em duvida entre TODOS! - ele riu
- Eu também! Ai vida! - eu ri
- Olha, esse aqui com essas máscaras ficou show - ele apontou pra um
- É, gostei muito desse também. Ainda mais que a festa é um '' baile de máscaras ''. - eu disse
- Porque você não chama o Pedro pra te ajudar a escolher? - ele sorriu
- O Pe-Pedro? - eu gaguejei
- É. Ele aproveita e janta com a gente. É que a mãe dele tá vindo pra ca - ele me olhou
- Ah. Entendi agora! Liga pra ela e pede pra ele vir também pai - eu disse
- Tá, vou ligar agora. - ele saiu do quarto
- E eu vou tomar um banho - eu disse, conversando sozinha
Saí da frente do computador e fui tomar um banho. A minha ficha ainda não tinha caído. Pera, deixa eu ver se eu entendi. Meu namorado tá vindo pra minha casa jantar? Junto com a mãe dele? Que lindo! Por um momento eu ri e depois fiquei nervosa, imaginando o que meu pai ia falar com ele. Tomei um banho com gosto de ansiedade e quando terminei, coloquei um calça jeans e uma camiseta e soltei o cabelo. Não maqueei.
Continuei no meu quarto, sentada na cama, nervosa até que ouvi a porta abrindo e vozes que do meu quarto eu escutei.
- Oi amor - meu pai disse
- Cadê a Luiza? - minha madrasta perguntou
- E ai Pedrão - meu pai disse
Senti que era a hora de ir pra sala, me levantei junto com a minha coragem e fui. Do corredor eu já tinha visto o Pedro e aquele sorriso dele. Ele estava de bermuda, tenis e camisa. E adivinha? Também ajeitava o cabelo com as mãos. Ele se aproximou do corredor e beijou minha mão.
- Boa noite senhorita - ele riu
- Ai, vou chorar amor - eu o abracei
- Para com isso, seu pai vai achar que eu fiz alguma coisa com você - ele cochichou no meu ouvido
- É verdade - engoli minha vontade de chorar
Meu pai e minha madrasta estavam na cozinha, fui la e a cumprimentei.
- Você está bonita! Acho que essa mudança fez bem pra você - ela sorriu
- Obrigada - eu sorri
- Então quer dizer que, além de sua madrasta eu também sou sua sogra? - ela perguntou sorrindo
- É verdade! - eu ri
- O que tem pra janta? Tô com fome - Pedro disse
- Tô fazendo um macarrão e umas batatas fritas, sei que vocês adoram - meu pai disse
- Hum que delicia - eu olhei as panelas
- Você nem me cumprimentou direito amor - meu pai se aproximou da minha madrasta e eles se beijaram.
Eu e Pedro saimos de fininho e fomos pro meu quarto.
- Nossa, que quarto bacana - ele riu
- Como se você não conhecesse né - eu ri e ele piscou
Ele se sentou na mesa de meu computador e eu arrumei umas roupas que estavam um pouco espalhadas no chão do meu quarto.
- Que montagens são essas? - ele perguntou olhando para o computador
- Ah, são pra festa da Ana. Uma festa que ela vai fazer. Ficou legal? - eu cheguei perto dele
- Ficou muito bacana! Foi você mesma quem fez? - ele perguntou
- Engraçadinho. Claro que foi eu - eu disse
- Gostei dessa. - ele apontou uma
- A mesma que meu pai gostou - eu disse
- Você não vai ficar em pé aí né? Senta aqui. - ele me puxou e me sentou no seu colo
- Meu pai não vai gostar de me ver sentada '' aqui '' - fiz aspas com as mãos
- É verdade. - ele riu - gosto quando estamos sozinhos aqui. - ele disse.
- Também prefiro a gente sozinho - eu ri e me levantei
- Sabe amor, ontem eu marquei um teste num clube - ele disse
- Teste de que ? Natação? - eu perguntei
- Não amor, clube de futebol! Time! Sacou? - ele riu
- Ah ta! Desculpa - eu ri
- Lerda - ele riu
- Pra que dia? - eu perguntei
- Pra semana que vem - ele disse
- E se você passar? Vai ter que jogar no time deles? - eu estava confusa
- Claro né amor - ele disse
- Hum... Tomara que dê tudo certo - eu sorri
Ele se levantou e sentou na cama.
- Tô meio nervoso - ele disse
- Ai amor, relaxa! Você joga super bem - eu disse
- Mas não é tão fácil assim sabe? É tipo, complicado. - ele disse
- Você vai se sair bem. - eu sorri
Me sentei do lado dele e nos beijamos um pouco.
- Foi legal sua tarde com a Ana? - ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha
- Foi amor, muito - eu ri
- Matheus foi lá pra casa também, depois jogamos uma bola - ele disse
- Ah é? E o que ficaram fazendo lá? - eu perguntei
- Isso é curiosidade ou ciúme? - ele debochou
- Curiosidade. - tentei mentir
- Vimos um filme interessante - ele riu
- Filme pornô. - eu sorri
- Não né amor! Um de ação, que o pai dele alugou, ai ele só levou la pra casa. - ele disse
- Hum. - eu ri
- Você acha que eu preciso desse tipo de filme tendo você como namorada? -ele riu
- Hum... Acho viu amor. A gente nem consegue namorar igual antes, não moramos mais juntos - eu fiz biquinho
- É verdade. Preciso. - nós rimos
Ele começou a me falar sobre o tal clube, e até me mostrou umas fotos pelo computador. Ele estava super empolgado, apesar de eu não entender muito dessas coisas, fingia sempre entender e balançava a cabeça sempre que ele falava: entendeu amor? Era legal ver ele daquele jeito.

Era só meu irmão...Where stories live. Discover now