Sexagésimo sétimo capítulo!

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Antes que eu pudesse responder ou impedir, ele acelerou e eu preferi nem dizer nada. A cada vez mais que ele acelerava eu não mais reconhecia o caminho.
- Pra onde a gente tá indo ? - perguntei
- Você vai ver. - ele sorriu
- Acho que você tá perdido - eu ri
- Porque? - ele me olhou
- Você ainda sabe andar por aqui ? - eu ri
- Sei sim palhaça - ele riu
Reparei que a gente só subia, subia e subia morro. Quando chegamos, ele só parou um carro num lugar meio deserto.
- Pode descer. E aprecie a paisagem. - ele sorriu
- Você é louco. - eu desci
Era um mirante. Lindo. A visão de toda a cidade, com aquelas luzes e o céu todo estrelado.Parei e me encostei no carro, só apreciando a paisagem, realmente.
- E aí, gostou ? - ele perguntou
- É lindo. - eu continuei olhando
Tá vendo aquele lugar ali, com umas arvores? - ele apontou pra um lugar, que também era alto.
- Tô - eu olhei
- Lembra quando viemos aqui de moto, a muito tempo atrás? - ele me olhou
Veio toda aquela lembrança, o dia, o que fizemos, como foi perfeito. Meu coração acelerou e respirei fundo, tentando controlar ele.
- Lembro. Você também né. - eu o olhei
- Nunca esqueci. - ele me olhou e sorriu
Ficamos parados ali, olhando a paisagem. Tive vontade de dizer mil coisas, de beijar ele, de chorar e dizer o quanto eu senti falta dele, de bater nele por ele ter me deixado aqui e ter ido embora. Mas só fiquei observando mesmo.
Enquanto a gente só apreciava a vista, as lembranças invadiram minha mente como se fosse um filme muito bom mas que eu nao conseguia acabar de ver. Todos aqueles momentos, desde o primeiro beijo até o ultimo abraço que ele me deu, tudo que a gente passou... E agora ele estava ali, do meu lado novamente mas as coisas não eram as mesmas e isso me incomodava muito. Por um minuto deixei meu coração no comando e concluí que eu ainda amava ele, apesar de tudo que a gente viveu, apesar do tempo. Estar ali de novo, só eu e ele, só me confirmava isso. Sem perceber, as lágrimas caiam.
- O que foi? - ele se virou pra mim
- Nada, acho que o vento ta forte demais - menti
- Ah, pera. Tem uma blusa aqui. - ele foi pra atrás do carro
Abriu o porta malas e me deu uma blusa de frio
- Toma aqui - ele me entregou
- Pedro, pra que que você tá fazendo isso tudo?
- Isso tudo o que ? - ele riu
- Não ri, eu tô falando sério - fiquei brava
- Tá bom. Isso tudo o que ? - ele fez uma expressão séria
- Isso! Primeiro você volta, vem morar na minha casa, depois me dá um presente, agora me trás aqui. O que que você quer de mim? O que mais você quer de mim que você não teve? O que você tá querendo com isso tudo Pedro? Me deixar louca, me confundir ? - disse chorando
- Luiza, eu quero você - ele me puxou pra mais perto dele
- O que ? - eu já tinha entendido, mas queria que ele repetisse
- Eu quero você pra mim, de novo. Pra sempre! - ele me olhou
Por um momento só nos olhamos, eu vi que ele estava sendo sincero pelo jeito que ele me olhava.
- Agora? Depois de tudo? Você acha que é fácil assim? - tentei bater nele de raiva, mas ele agarrou meus braços
- Eu vou fazer o que for preciso. Porque eu sei que vai valer a pena. - ele me olhou
- Eu quero ir embora daqui. Agora. - entrei dentro do carro
Sem falar nada, ele também entrou e fomos pra casa. No caminho, não falamos nada. Quando fui entrar pro meu quarto ele disse '' boa noite '' mas nem quis olhar pra trás, fechei a porta e chorei, chorei e chorei.
Pensei em ligar pras meninas, e saber a opinião delas, mas a decisão era só comigo. Eu precisava decidir isso sozinha. sei nada nem ninguém pra me influenciar. Minha vontade era ir lá no quarto dele e o beijar, dizer o quanto senti falta dele e o quanto eu ainda o amava.
- Quer saber. É isso mesmo que vou fazer. - limpei as lágrimas
Me levantei, olhei no espelho e ajeitei o cabelo. Ri sozinha da loucura que eu estava prestes a fazer, mesmo sabendo que eu poderia me arrepender, não recuei. Coloquei uma camisola e fui.
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Era só meu irmão...Where stories live. Discover now