Quadragésimo terceiro capítulo!

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Almocei e depois dei faxina na casa, Ana me ligou e me chamou pra tomar um sorvete aqui perto de casa mesmo. Coloquei um short e uma blusa e esperei ela numa pracinha perto de casa.
- Oi amiga - ela me comprimentou
- Chegou rápido - eu disse
- É, do nada me deu uma vontade de tomar sorvete. - ela disse
- Então vamos, a gente compra e depois volta pra cá. - eu sorri
- Ok - ela disse
Fomos pra sorveteria, pegamos um quilo de sorvete e duas colheres. Voltamos pra pracinha, sentamos em um banquinho e na nossa frente tinha um campinho de futebol, onde havia alguns meninos jogando bola.
- Imagina o Pedro jogador de futebol, famoso. - eu disse
- Muitas mulheres em cima dele - Ana riu
- É verdade. - eu disse
- Relaxa amiga. Não duvide do amor que ele tem por você, sério. - ela disse
- Eu sei... Mas sei lá, o que mais tem por aí é mulher mais bonita e mais gostosa do que eu. - eu disse
- Mas a única que ele ama é você. - Ana sorriu
- Amor... Um caso sério. - eu ri
- Né - ela riu
Felipe apareceu uns cinco minutos depois dessa nossa conversa e sentou do nosso lado. Desde que a gente conversou aquele dia na aula eu nunca mais tinha o visto. Ele estava de bermuda jeans e uma blusa preta, e o cabelo molhado.
- E ai meninas - ele nos deu um beijo do rosto
- Ei - eu disse
- Oi - Ana disse
- Onde você vai? - minha curiosidade falou mais alto
- Vou no shopping. Quer ir comigo? - ele sorriu maliciosamente
- Não obrigada. - eu peguei mais sorvete
- Então, já vou. Tchau pra vocês - ele se levantou e foi embora
- Meu Deus. Cada dia mais lindo. - Ana disse
- É. - eu concordei
- E cada dia te dando mais mole. - ela riu
- É - eu ri
- Esse aí com certeza deve te achar uma das mulheres mais gostosas e mais bonitas do mundo viu. - ela disse
- Coitado. - eu ri
- Coitado mesmo. Tão bonito e são solteiro! - Ana fez biquinho
- Safada, para com isso - nós rimos
- Agora falando sério... - eu disse
- O que? - Ana perguntou
- Dependendo do que vai acontecer daqui pra frente, eu e o Pedro podemos ficar bem distantes. - eu disse
- Distância que pode aproximar. - ela piscou
- Não sei não. Sei que isso é bom pra ele, é o sonho dele. Mas me preocupo com o que vai ser de nós daqui pra frente, sabe? - eu falei
- Te entendo amiga. Mas não fica enchendo sua cabeça com essas coisas não. Deixa acontecer - ela sorriu
- É né... - eu disse
Ficamos ali a tarde inteira e ela acabou indo pra minha casa ver malhação. Depois mostrei a ela as imagens que eu tinha feito pra tal festa e ela também escolheu a que o Pedro e meu pai mais gostaram. Quando ela foi embora, tomei um banho e fiz janta. Fiquei vendo TV até meu pai chegar, depois jantamos juntos e fomos dormir.
Na escola as coisas estavam as mesmas. As férias se aproximando, a festa se aproximando... Pedro já estava jogando como titular no clube, ele era meio de campo. Acompanhei ele em alguns jogos que foram na minha cidade mas em outros que eram em cidades mais distantes eu não ia. No ultimo jogo ele tinha feito os dois gols que garantiram a vitória do time na partida. Eu, Ana, Matheus, meu pai e minha madrasta fomos no estádio. Depois comemoramos em um barzinho que já tínhamos ido uma vez, jogamos sinuca e bebemos um pouco.
Tudo estava ótimo. Nas terças e nas sextas que ele não tinha treino depois da aula, ele ia lá pra casa pra '' namorarmos '' um pouco. Fui junto com a Ana alugar um vestido para a festa que já seria semana que vem. Alugamos numa lojinha pequena de fantasias no centro da cidade, dois vestidos. O meu era azul, pra variar. E o da Ana era salmão. Os vestidos eram do mesmo tamanho, compridos. Cobriam tudo, até nosso pé. O da Ana tinha mais brilho que o meu, mas também não era pra menos, ela era a anfitriã da festa. As máscaras alugamos na mesma loja, a minha era branca com uns detalhes azuis da mesma cor do vestido e a da Ana era toda salmão com brilho.
Numa sexta feira em que Pedro foi lá pra casa, já estávamos deitados na cama ofegantes e cansados, ele me conto que iria viajar para outro estado, pra um jogo do campeonato brasileiro.
- Quanto tempo você vai ficar fora amor? - eu perguntei
- Não sei... Acho que uma semana no máximo. - ele disse
- Será que você volta a tempo da festa? - eu fiz biquinho
- Não sei também amor, acho que não. Pena, porque já até aluguei minha máscara! - ele disse
- Ah não - eu resmunguei
- O amor... Você sabe que eu queria ficar, mas eu tenho que ir - ele me beijou
- Eu entendo amor... Tomara que você volte a tempo, vou rezar pra isso acontecer ok? - eu ri
- Isso mesmo meu amor - ficamos abraçados.
Segurei meu sorriso até a hora que ele foi embora. Depois liguei pra Ana.
- Alô - ela atendeu
- Você acredita que o Pedro vai viajar e não sabe se vai na festa? - eu disse nervosa
- Calma amiga. Me explica direito. - ela disse
- Ele vai viajar! Pra jogar bola! Vai pra outro estado essa semana e não sabe se volta até o dia da festa, acredita? - eu ainda estava nervosa
- Nossa. Mas amiga você sabe que é complicado esse negócio de jogar né.. - ela disse
- Já tô até vendo. Vai ser isso sempre amiga! - eu disse
- Ele sabe que você tá bolada ? - ela perguntou
- Não. Não demonstrei que fiquei com raiva, mas creio que ele imagina. - eu falei
- É. Não demonstre mesmo, isso é importante pra ele. Ainda mais agora que ele tá sendo mais conhecido, ele precisa continuar sabendo que você tá apoiando ele, entende? - ela disse
- É... Você tem razão. - eu disse
- É, e vamos aproveitar a festa do mesmo jeito. Te garanto ok? - ela disse
- Ok. - eu ri
- Fica bem. - ela disse
- Tá bom amiga. Beijos. - eu desliguei
Á noite fiz a mesma coisa de todos os dias. Esquentei a janta, vi TV e jantei junto ao meu pai. No outro dia não encontrei o Pedro no caminho do colégio mas encontrei Felipe,
- Oi oi - ele andou do meu lado
- Oi - continuei andando
- Cadê aquele seu namoradinho? - ele perguntou
- O meu namorado, que você quer dizer né? - eu o olhei
- Você entendeu. - ele piscou
- Não sei, ele não estava na porta de casa hoje. Deve estar atrasado. - eu disse
- Hum... Olha, não vou falar nada mais com você. Vamos calados daqui até o colégio, só pra ver se você gosta mais de mim, ok? - ele sorriu
- Ok - eu ri
Fomos calados até o colégio, ele só disse '' tchau '' quando entrei pra minha sala, sorri pra ele e me sentei.
- Bom dia, já vi que você veio acompanhada. - Ana riu
- É - eu disse
- Ou melhor: bem acompanhada. - ela continuou rindo
- Da pra parar? - eu a olhei
- Tá bom nervosinha - ela riu
- Chata. Você viu o Pedro por ai? - eu perguntei
- Vi. Já está na sala. - ela disse
- Ah... - eu concluí
Quando bateu o recreio Pedro já me esperava na porta da sala, nos beijamos por um tempo sem falar nada. Eu já estava esperando o que ele ia dizer.
- Amor... - ele disse
- Você viaja hoje, né? - eu sorri
- É... Depois do almoço - ele abaixou a cabeça
- Tudo bem amor, então vamos aproveitar o tempo que a gente tem, porque agora só semana que vem né? - eu fiz biquinho
- É... - ele me beijou
Nos beijamos durante todo o recreio, num cantinho escondido da escola, até o sinal bater e um pouco mais. Ana teve que me chamar, depois fomos pra sala. Meu coração estava apertado, e eu já estava com saudades.
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Era só meu irmão...Where stories live. Discover now