Septuagésimo sétimo capítulo!

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- Tá bom amor. - eu concordei
- Vou ter que passar na casa de um amigo meu antes, mas vou deixar um táxi aqui pra levar você pro lugar que a gente vai. - ele disse nervoso
- Que amigo? - perguntei desconfiada
- Amor. Confia em mim. Te amo. - ele me beijou e fechou a porta
- Pedro, volta aqui! - eu gritei
Tarde demais. Ele já tinha ido. Tentei não imaginar coisas ruins, já que o lugar que iríamos era importante demais pra ele. Terminei de arrumar e quando passei meu perfume, o telefone do hotel chamou.
- Senhora, seu táxi chegou. - disse um mordomo que se esforçou muito pra dizer isso em português
- Obrigada. - desliguei e desci
Quando cheguei, não era exatamente um táxi. Era uma limousine maravilhosa, preta e muito grande. Um cara com uma roupa de mordomo já estava com a porta aberta e disse: Bem vinda. E sorriu.
- O que que o Pedro tá fazendo? - perguntei ele
Ele não me respondeu, então entrei. Ele dirigiu até um lugar onde fazia um pouco de frio, mas o clima estava bom. Quando chegamos, ele abriu a porta e fez um sinal que parecia: desce, já chegamos. Mas não disse nada, então desci e vi que estávamos na beirada de um rio. Ele pegou minha mão, e me levou para onde ficavam uns barcos e ficou parado.
- Já chegamos? - perguntei
Quando terminei de perguntar, um barco que estava todo apagado se acendeu, ficou todo iluminado e de longe consegui ver que era o Pedro, me esperando.
- Sobe aqui, vem. - ele me chamou
Parecia um sonho.
Subi no barco e não disse nada, só observei. Tinha uma mesa, com um champagne e duas taças. Olhei pro Pedro, sem entender muita coisa mas ao mesmo tempo achando tudo lindo. Pedro pegou minha mão e me convidou a sentar na cadeira, me sentei e ele também.
- Aceita champagne? - ele se serviu
- Aceito. - respondi
Eu ainda só observava o lugar. Tocava uma música mais lenta, e de um lado era só água e do outro a cidade toda iluminada. Ele só me olhava e sorria, um sorriso que sempre me passou segurança, então não me preocupei com nada e fiquei mais tranquila.
Pedro chamou o garçom.
- O que vai querer comer, amor? - ele me perguntou
- O mesmo que você, pode ser. - eu sorri
Ele disse alguma coisa em francês e o garçom saiu.
- Aqui é lindo demais. - eu disse
- Eu também acho. Vim aqui uma vez, á tarde. O sol estava se pondo. Pra mim, é o lugar mais bonito da França. - ele disse
- Realmente, eu também achei amor. - eu disse
Conversamos um pouco, e depois comemos. Estava tudo normal, até quando ele me chamou pra dançar.
- Eu não sei dançar. - eu ri
- Eu também não. Mas a gente pode tentar, né? - ele sorriu e pegou minha mão
Nos abraçamos e tentamos dançar, um ritmo lento e romântico.
- Você fica linda com esse vestido vermelho. - ele disse
- Obrigado amor. - o beijei
- Aposto que vai ficar linda de branco também. - ele me olhou
- Como assim? - não entendi
Ele se ajoelhou e tirou uma caixinha vermelha de dentro do bolso, eu não acreditei e minha ficha demorou demais pra cair.
- Luiza, você aceita se casar comigo? Você aceita ser minha mulher, pelo resto das nossas vidas? - ele abriu a caixinha.
Olhei nos olhos dele, e pude ver que ele estava emocionado. Sem conseguir segurar, chorei. Chorei de felicidade, de emoção, de amor... Sorrindo, e sem outro sentimento além do amor no meu coração respondi.
- Sim, sempre! - disse ao meio de algumas lágrimas
- Eu te amo tanto...- ele me abraçou
Pude sentir as lágrimas dele molhando minhas costas, ficamos abraçados e nos beijando por um tempo. Era como se existisse para cada movimento do meu corpo, um movimento do corpo dele. Fiquei olhando pra ele, tentando acreditar que isso tudo era real, que não era só mais um dos meus sonhos loucos de adolescente.
Devagar ele pegou minha mão e tirou o anel da caixinha. Tinha um diamante nele, que só não brilhava mais do que meus olhos porque não era possível. Colocou no meu dedo e beijou minha mão. Dançamos novamente, e eu me deparei denovo tentando registrar todos aqueles momentos, não queria deixar que nada daquilo se perdesse, não queria correr o risco de esquecer nenhum detalhe.
- E se eu te disser que não quero te perder nunca mais? - ele me olhou
- Vou te dizer que é tudo o que eu mais queria ouvir. - o beijei
- Esse lugar, é perfeito. Eu sempre sonhei em te pedir em casamento aqui. Posso ficar aqui pra sempre? - ele riu
- Só se eu puder te fazer companhia. - eu ri
Aquele momento me fez repensar, me fez lembrar, me fez ver que se você tem muitos motivos pra chorar, com certeza terá o dobro pra sorrir! E que o amor, o amor é um sentimento muito complexo.. Que nós somos pequenos demais pra conseguir entender. E que o que é realmente nosso, nunca se vai pra sempre. O destino sempre dá um jeitinho de fazer com que volte pra nós. Algumas coisas simplesmente foram boas demais para permanecerem somente no passado. Não é justo, e a vida prova isso! Por isso, se você quer muito alguma coisa não deve nunca desistir, ou nunca dizer nunca. Porque a vida faz a gente aprender com essa palavra, e nos faz rir de tudo isso depois, graças a Deus.
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