VIII

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O sol a todo vapor e o céu azul foi uma verdadeira novidade em tempos. Era nítido pelo alvoroço dos servos em fazer todas as coisas que dependiam de um tempo desses. Giovanna desci a animada, tinha decidido que hoje treinaria com Kara, já tinha pedido pra Ascânio separar o animal e com o tempo de sol ela se sentia mais confortável até para usar suas próprias roupas.

Era um alívio estar em seus trajes mais leves.

Observava como todos a olhavam, curioso com sua roupa por não ser comum por aqui. Quando encontrou Alessandra, percebeu que havia um motivo para serem inseparáveis.

— O dia está ótimo! Perfeito para andar de cavalo. — Giovanna falou sorrindo, tirando um sorriso da amiga também.

— Toma cuidado com esse cavalo, viu? Mas estou animada para ver você fazendo esse guerreiros calarem a boca.

— Eles vão ver só, até separei meu arco se estiver me sentindo aventureira. — ela falou convencida.

Ao se aproximarem do estábulo e do cercado, Giovanna já viu Kara isolado em um canto do cercadinho. Atlas já estava ali, esperando, os olhos curiosos. A rainha se aproximou dele, beijando sua bochecha.

— Pronto para o espetáculo? — Alessandra perguntou para o menino, apoiando as mãos em seus ombros pequenos.

Ele olhou para cima, sorrindo com seus dentes de leite.

— Que roupas diferentes! É do reino de vocês?

— É sim! Gostou? — Giovanna perguntou, dando uma voltinha.

— Muito! Vou pedir uma igual, os homens usavam assim também?

— Um pouco diferente só, quando a costureira vier, podemos pedir. — ela falou, passando os dedos pelos cabelos do menino.

— Majestade? — um rapaz nosso chamou a atenção dela. — Kara está pronto.

— Perfeito.

Giovanna se afastou com um sorriso. Estava se sentindo em casa porque adorava o sol, adorava o calor, adorava cavalos e adorava estar em contato com eles. Não se deixaria intimidar por homem medrosos, Kara não era um demônio. Antes que ela pudesse entrar no cercado, sentiu alguém segurar seu braço com força.

Encontrou o olhar duro de Alexandre sobre ela.

— Não pensa em fazer isso, não é? Só pode estar brincando! — ele falou, grosso, mas em tom baixo para não chamar mais atenção.

— O que está fazendo? Está maluco? — ela falou, puxando o braço do aperto dele.

— Kara é perigoso!

— Ele é só um cavalo, vocês estão exagerando.

— E você está brincando com a própria vida, Giovanna.

— O que é? Você mesmo disse que eu cavalgo muito bem!

— Cavalos como Oríon, não como ele.

— Está demonizando um animal, que os deuses lhe perdoem.

— Os deuses devem estar puxando os cabelos vendo você se arriscar assim.

Giovanna cresceu a postura, irritada com essa atitute superprotetora e desnecessária.

— Se não quer ver, vá embora. Eu não vou desistir só porque está mandando. — ela falou nervosa, preparada para entrar de novo.

Dessa vez Nero segurou sua mão, com muito mais delicadeza do que fez com o braço, o que a deixou sem jeito ao olhá-lo.

Ouro de Ártemis Where stories live. Discover now