XI

615 68 83
                                    

Dedicado ao aniversário de @WindyLucerina (Lady M.H),  feliz vida





Nada em sua vida de princesa a preparou para a avalanche de sentimentos que tomou conta dela. Tinha um misto de medo pela novidade daquilo tudo e um desejo que querer mais e mais, pois o mínimo toque dos lábios quentes de Alexandre foi o suficiente para deixá-la dependente.

Adicionando mais aos seus descobrimentos, Giovanna tocou os braços dele, enquanto sua boca se abria para a exploração experimente de sua língua, tão quente quanto o resto de seu corpo. Ele não a soltava um segundo, com medo de que talvez ela se afastasse, mal sabia que suas pernas viraram massa de pão. Ele a dominava como o dominador que era, e, pelas deusas, ela esperava que não fosse errado gostar disso tudo.

A música ao redor deles sumiu, e não porque parou, mas porque sua mente desligou para qualquer outro estímulo. Seus dedos se emaranharam nos fios de Alexandre, tocando a maciez, sentindo.

Quando o ar foi necessário para ambos, Nero se afastou primeiro. Giovanna já tinha os olhos bem abertos, querendo analisá-lo. Ele ainda estava fechado, respirando ofegante como se saísse de um culto aos deuses.

Como se ela fosse a deusa.

Quando ele a olhou, porém, foi como se tivesse sendo arrancado desse lugar confortável e desejado. Seus olhos estavam bem mais escuros do que ela se lembrava, e se perguntava se os seus também estavam combinando com os dele e com o céu estrelado. 

— Me perdoe. — foi a primeira coisa que ele falou.

Giovanna suspirou confusa, estranha de ouvir aquelas palavras.

— O que?

— Eu... não devia ter feito isso! — ele deu um passo para trás como se Giovanna fosse fogo.

O fogo já estava dentro dele.

Ela olhou ao redor, incerta se as pessoas estariam olhando para elas, mas como esperado, só estavam preocupados com a própria festança.

— Por que está me pedindo perdão por algo que...

— Você queria isso? — ele perguntou ansioso.

Giovanna não soube responder. Os filósofos sempre lhe diziam que era impossível querer algo que não se conhecia, desejar pelo desconhecido era contra a natureza humana, já que a ignorância gerava medo e te empurrava para a zona de conforto. Ela não poderia dizer que queria um beijo dele, pois não conhecia, mas agora era diferente.

— Eu não... eu nem ao menos sabia o que era isso, eu nunca...

Ele respirou fundo, trêmulo. Era óbvio que ele era o primeiro, e aquilo abalava sua razão.

— Então eu não deveria ter feito isso. — ele falou.

— Tem algo de errado comigo?

Ele olhou para cima, pedindo intervenção de qualquer coisa.

— Vamos embora, Giovanna.

Ela ficou muda, intimidada por toda aquela forma. Quando ele saiu andando, o seguiu. Quando ele apontou o cavalo, subiu. Foram mudos até o castelo, e o calor que irradiava do corpo dele para o seu estava lhe dando ódio. Desejava nunca ter saído do castelo hoje se soubesse que estaria envolvida nesse comportamento esquisito.

Ao chegarem no castelo, desceu do cavalo ignorando a ajuda dele. Entrou no castelo sem olhar para trás, mas sabia que ele a estava seguindo. Quando subiu as escadas, acelerou o passo.

— Giovanna, espere.

Entrou no quarto pronta para fechar a porta na sua cara, mas ele colocou o pé no meio. Se perguntava que força deveria colocar para quebrar aquele homem.

— Aqui você não entra. — ela falou irritada.

— Vamos conversar, me deixa explicar.

— Explicar? Não tem nada para explicar, a verdade é bem simples! Deve ter me confundido com uma de suas cortesãs e por isso me beijou naquela festa.

— Cortesã? Giovanna!

Ele empurrou a porta com mais força e ela se afastou irritada. Ficou de costas para ele pois não poderia suportar olhar em seus olhos agora. Alexandre também estava ofegante de raiva. Essa mulher não fazia ideia mesmo.

— Eu não quero ouvir suas palavras de arrependimento, sei muito bem onde eu estou encaixada na sua vida! Só espero que não me venha cobrar um filho!

— O que você está dizendo? — ele falou exasperado.

— Não sou sua esposa, Nero. Está claro isso para mim, então não venha me beijar para depois chorar de arrependimento porque não sou a mulher que queria!

Irritado, se aproximou dela e a puxou pela cintura, a trazendo para seu corpo quase como se quisesse fundir os dois.

— Você é a minha esposa, Giovanna! Pare de falar que não é!

— O que quer que eu fale? Deixou claro que não me quer.

— Eu te beijei! Vê se entra na sua cabeça que eu estou aos seus pés! Te respeito tanto que jamais te obrigaria as convenções

Giovanna sentia o corpo arder. De raiva ou alguma outra coisa que ela não conhecia. Por tudo que entendia, por tudo que pediu dentro do templo de Ártemis, não sabia se isso que vivia com ele era o certo.

Mas também não parecia errado.

— Sai do meu quarto, por favor. — ela pediu com a voz pequena.

Os olhos dele encontraram os dela. Ficou hipnotizada, queria a boca dele de volta na sua e por um segundo pensou que ele fosse lhe dar isso. Nero se afastou logo, antes que seu bom senso ruísse bem ali aos pés da rainha.

Saiu do quarto pegando fogo, entrou em seus aposentos arrancando a camisa com força. Se aproximou de sua pequena bacia de água e jogou um pouco no rosto, sentindo o corpo arder quando as gotas desceram por seu peito.

O beijo de Giovanna estava impregnado nele. Estava completamente louco com o simples toque explorador em seu braço, diferente de qualquer coisa. Ele poderia dizer que foi um encanto, bruxaria, poderia marcar prendê-la até desvendarem que pode era esse que a maldita tinha.

Só que pensar em sua boca, em seu corpo desenhado pelo espartilho, Nero sentia a ereção fisgar dentro de sua calça. Por noite ele tentou evitar, mas não havia nada que pudesse fazer.

Chegou em seu limite.

Rapidamente ele tirou a calça, ficando nu para a luz do luar e das poucas velas que iluminavam seu quarto. Envolveu a mão ao redor de seu membro, aplicando a pressão certa para fazê-lo suspirar e fechar os olhos. Sentou na poltrona, jogou a cabeça para trás, e no movimento de vai e vem que fazia com as mãos podia fantasias tantos cenários que se sentia um contador de história.

Ela sorrindo, ela lhe olhando, sua mente foi além, com Giovanna em sua cama, sobre ele, delirando em prazer intenso. Maravilhosa como sempre seria.

Gemeu alto, pouco se importante se algum empregado estivesse passando no momento. Ele tinha esse direito, não tinha? Não havia mulher alguma, não cometia nenhum crime.

Acelerou os movimentos a medida que imaginava a voz dela lhe pedindo para beijar, para amar, de forma tão intensa, tão sensual, que só uma mulher como ela poderia fazer. Tinha certeza que Giovanna não fazia a mínima ideia do efeito que causada.

Acelerou os movimentos, ficava cada vez mais ofegante, agitado. Queria mais, queria senti-la ao seu redor, tremendo sobre ele, lhe molhando com seu prazer.

— Porra! Giovanna... — ele gemeu quando sentiu a fisgada inesperada, rápido demais.

Queria se torturar para ver se esquecia de tudo.

Sentiu o prazer em seu abdome. Nero largou a ereção, ofegante, tentava desesperadamente controlar o coração. Olhou para baixo e viu todo estrago, mas não importava.

Não era nada comparado ao estrago que ela fazia em sua mente.

Sem ter ideia que do lado de fora do quarto Giovanna tinha uma expressa confusa e o coração acelerado, parada tentando decifrar o que tinha sido aquilo que ouviu.

Ouro de Ártemis Onde histórias criam vida. Descubra agora