XIX

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negação. 


— Como assim?

A voz dela era calma ainda. Simplesmente por não conseguir acreditar que algo assim poderia estar acontecendo com eles. Era impossível Alexandre ter desaparecido.

— A batalha foi sangrenta, e apesar de termos conseguido retomar a fronteira, o rei desapareceu. E... seu cavalo foi encontrado morto.

— Samir, o que está me dizendo? O que pensa que está me dizendo? — ela perguntou mais agitada, mais brava.

— Majestade...

— Está me dizendo que meu marido morreu? — ela deu um passo para frente como se o desafiasse a confirmar. — É isso?

— Eu... majestade.

— Se está dizendo que meu marido morreu, o que eu deveria fazer agora?

Samir balançou a cabeça, sem saber o que responder.

— Eu vou dizer o que fazer. — ela falou com a raiva saindo de sua boca. — Vou até o acampamento, porque o que está escrito nessa carta é uma mentira. O meu marido não morreu.

Giovanna saiu andando firme, de cabeça erguida, mas em seu peito o ar não entrava e seus olhos ardiam. Que inferno, quem pensava que eram? Puniria quem quer que fosse o responsável por aquilo. Pediria a cabeça se chegasse lá e encontrasse Alexandre comemorando a vitória. Seu coração estava tão acelerado que ela temia cair no chão a qualquer momento. 

Era óbvio que Alexandre não estava morto, tudo aquilo não passava de um grande engado. 

Quando percorreu o corredor até a entrada principal do castelo, encontrou Alessandra com os olhos vermelhos. Viu a amiga se aproximar e se perguntava porque ela estava naquele estado, que outras mentiras estavam ali? 

— É verdade o que dizem? — Alê perguntou. — É verdade, Giovanna? 

— É claro que não! — a mulher exclamou de volta. — Acha mesmo que seria verdade? 

— Realmente acredita que não? 

— Rodrigo está bem, Alessandra. Os dois estão bem. — Giovanna falou, segurando a amiga pelos ombros. 

Giovanna olhou para os lados procurando o primeiro empregado. Encontrou o menino que cuidava dos jardins e gritou o nome dele. Seus olhos verdes eram assustados e ela mandou ele se aproximar em voz firme. 

— Corra até o estábulo e peçam que tragam o Kara imediatamente. Vá! É uma ordem! 

— Onde vai? — Alê a olhou confusa, secando as lágrimas. 

— Onde mais eu poderia ir, ver com meus próprios olhos que é tudo uma mentira. 

Não demorou para dois homens trazerem Kara para ela, pronto para qualquer que fosse a necessidade. Giovanna montou no cavalo e olhou para um dos homens que trabalhavam no estábulo. 

— Tem mapa aqui nessa bolsa de couro? 

— Tem, majestade. 

Giovanna puxou de dentro daquele compartimento a folha escura e marcada. Abriu e procurou o reino de Otto, vendo onde faziam a fronteira mais próxima. Depois de se localizar, Giovanna guardou aquilo a tempo de ver Samir saindo correndo do castelo. 

— Majestade, fique aqui! Vamos esperar mais notícias! 

Com raiva, lançou apenas um olhar que foi capaz de calar o homem. Deu a ordem para Kara correr e assim partiu na direção da fronteira. Samir observou a rainha partir e respirou fundo, olhando para a carta novamente e realmente torcendo para tudo aquilo ser uma mentira, um mal entendido. Alessandra olhou para ele. 

Ouro de Ártemis Where stories live. Discover now