Ele acordou com as gaivotas. Seu corpo estava levemente dolorido, aquele tipo de dor boa de se ter. Abriu os olhos devagar por conta da claridade que entrava pela janela, o teto branco da casa lhe trouxe uma sensação imediata de paz juntamente do corpo quente ao lado do seu. Olhou para o lado e sorriu. Era uma visão linda, o corpo nu recebendo uma claridade suave, envolvido por lençóis brancos enquanto a cortina ao redor da cama esvoaçava preguiçosa.
Saiu da cama devagar, caminhando até a pequena sala. Pegou sua calça do chão, já mais seca. A vestiu e abriu a porta da casa. O céu estava azul, o mar em cor de joia rara. Perto do pier, viu o pequeno barquinho que usou para chegar até aqui preso em algumas pedras. Respirou aliviado por saber que teria pelo menos a mochila com uma troca de roupa.
Desceu até lá rapidamente, molhando as canelas para chegar até o barco. Tirou a mochila de dentro antes que uma onda o atingisse. Ele via Ártemis de onde estava e se perguntava se ontem o povo da vila teria os escutado.
Subiu até a casa, deixando as coisas no pequeno sofá. Abriu as janelas, deixou a brisa do oceano entrar. Olhou para a pequena cozinha e pensou no que poderia fazer para comerem.
Giovanna acordou com cheiro de pão, barulho de mar, e vontade dele. Tateou a cama e sentiu o lado frio. Abriu os olhos logo, pensando ter sonhado com tudo que aconteceu ontem a noite, mas os barulho do lado de fora do quarto indicavam que ela não estava sozinha. Saiu da cama, se cobrindo com o robe.
— Que visão... — ela falou, se apoiando na estrutura da casa enquanto o olhava arrumar as frutas em uma bandeja.
Nero a olhou por cima do ombro arranhado por ela e sorriu.
— Me admiro estar conseguindo andar.
— Tenho certa dificuldade mesmo. — ela falou, se aproximando e o beijando devagar.
Ele retribuiu, se afastar e arrumando uma mecha do cabelo dela.
— Bom dia, bela.
Ela sorriu, o abraçando pela cintura.
— Gosto quando usa seu idioma comigo.
— Eu sei. — ele aponto para a mesa e sorriu. — Aqui, preparei algo.
Giovanna deu de cara com a mesa com as frutas, um pão pequeno e um jarro de vinho. Olhou para ele e sorriu.
— Fez até pão.
— Eu sou um homem de muitos talentos.
— Principalmente com as mãos. — ela o olhou provocando e ele a colocou sentada na cadeira antes de beijar seu rosto.
— Coma, rainha. Depois pensamos nisso.
A refeição simples, a mesa sem muita pompa, só os dois, foi o suficiente para aquecer o coração de Giovanna. Esse momento era tudo que ela precisava, tudo que sonhou. Não tinham os problemas da vida, ela não tinha o peso do mundo. Poderia apenas fingir que estava tudo bem.
Nero tinha o rosto dele, ele ria de algumas bobagens que falava, e ela tinha certeza que esse era o homem de sua vida, sabia que essa afirmação passaria por sua mente todos os dias.
— Não me disse... o que veio fazer nessa ilha? — ele perguntou depois de comer.
— Descansar, precisava disso.
— Diana está dando muito trabalho? — ele perguntou com saudade da filha.
— Ela puxou o pai mesmo. — ela falou, rindo suave.
— Se te consola, Atlas está terrível sem você. — ao ouvir o nome do garoto, o sorriso de Giovanna diminuiu um pouco e Alexandre percebeu. — O que foi?
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Ouro de Ártemis
FanfictionQuando os deuses ainda abençoavam humanos, Giovanna foi criada. Os Seis Reinos não poderiam aceitar a nova Rainha, e a princesa de Ártemis teve que abrir mão de sua coroa para assumir a de Alexandre Nero.