XVIII

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Giovanna jogou a perna por cima da dele. Seu corpo se aproximou lentamente, quase como uma serpente. Nero tinha os olhos fechados, mas sabia bem quais as intenções da moça. Já tinha escutado sobre as mulheres jovens, sua energia inerente a idade. Comprovava isso com Giovanna e a vontade que ela tinha dele. E era bom demais ser desejado por ela.

Sentiu o rosto dela em seu pescoço, a língua se aventurando por sua pele enquanto a mão descia por seu abdome.

— De onde vem tanto fogo, Senhora Nero.

— Senhora Nero, é? — ela falou, o olhando.

— Já que não posso te chamar de rainha de Ariccia.

— Gosto de senhora Nero. — ela falou descendo mais a mão, envolvendo a ereção dele.

Ele fechou os olhos, gemeu, e Giovanna aproveitou para beija-lo com força. Continuou guiando sua mão como ele mesmo a ensinou, se deleitando nos sons que ele fazia. Largou sua boca, suspirou com ele.

— Você é meu. — ela falou só para ele. — Seu corpo, sua alma... todos os seus pensamentos.

— Rainha? Majestade? — ela ouviu uma voz lhe chamar, tirando seus pensamentos impuros de vista.

Estava no jardim apreciando o horizonte infinito de terras. Olhou para o lado e viu Samir, o homem dos recados, dos decretos, da caneta de pena. Ela estreitou o olhar pela claridade contra o sol.

— Sim?

— É necessário que a senhora venha até a sala do rei, existem duas mulheres da vila querendo falar com a senhora.

— Comigo? — ela perguntou surpresa.

— Bom, na verdade com o rei, mas como ele não está...

Ela olhou para o horizonte de novo, naquele momento torcendo que ele aparecesse em seu cavalo agora mesmo. Esperou um pouco e respeitou fundo, levantando de seu banco. Caminhou ao lado de Samir, pensando o que poderia ser o assunto.

— Geralmente... o que o rei faz?

— Ele analisa os pedidos, vê como podem ser feitos. Existem alguns absurdos, chegam a ser engraçados. — Samir riu. — Uma vez um homem chegou exigindo que Nero mandasse prender seu vizinho, ele tinha certeza que o cara tinha roubado sua cabra.

Giovanna soltou um riso leve, mas logo ficou séria novamente.

— E quando os assuntos eram sérios?

— Geralmente é um auxílio para construção de telhado, ajuda para plantio, coisas nesse nível.

— E o rei?

— Ele é um homem muito bom, mas ele é justo também. Se percebe que estão tentando se aproveitar de sua bondade, manda sair e proíbe de voltar.

Giovanna entrou na sala do rei, o trono em seu centro, em um largo pedestal, um lugar de destaque que só Nero merecia estar. A realidade dos fatos a assustou. A imponência do trono, das figuras cravadas nela, de tudo que representava. Respirou fundo, adotou um sorriso simpático e a postura mais leve.

Samir veio ao lado dela, olhando tudo para se certificar que nada sairia do controle.

Quando as mulheres lhe viram, uma mãe e uma filha já moça, fizeram reverência e lhe olharam um pouco tensas. Tinha a impressão que elas estavam com medo, e Giovanna se perguntou se representava isso mesmo

— Infelizmente o Rei Nero está em missão, como devem saber. — Giovanna falou. — Mas podem se reportar a mim também.

A jovem sorriu para Giovanna. A mãe, entretanto, ainda estava tensa. Percebeu que Samir a olhava questionador, bufou.

Ouro de Ártemis Where stories live. Discover now