Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1

Ato I Christian- Ana e o meu Jacob

Sinopse da primeira parte:"O drama trata-se de um policial chamado Christian Blake que fica entre duas vertentes, sua profissão e sua família e no decorrer da história ele vê cada uma das suas vertentes se distanciar mais e mais, cabe a ele lutar pelo o que quer. 

                                        Se apaixone por essa emocionante história.

Ana e o meu jacob

Ao abrir meus olhos lentamente, um raio de luz me obrigou a desviar o olhar para o lado, onde se encontrava minha belíssima esposa, com seus longos cabelos castanhos, em um profundo sono que se colocava à frente da minha vontade de ver seus lindos olhos, semelhantes ao mel que saíra da fazenda do Patrick. Levantei do meu leito e fui ver meu pequeno Jacob, que dormia como um anjo. Acariciei suas mechas douradas enquanto ele abria os olhinhos, azuis como os meus. Logo após, chamei a senhora Gonçalves para alimentar Jacob, pois precisava me apressar para o trabalho. Voltei para meu quarto, vi Ana acordada e a chamei para tomar banho comigo. Tomamos um longo banho gelado, que me deixou ativo para começar o dia.

Enquanto Ana descia para recepcionar sua irmã, eu recebia um SMS do parceiro pedindo para eu não me atrasar... idiota! Eu que sou o chefe posso chegar quando quiser! Desci para encontrar minha família, que estava comendo ovos e bacon, e os acompanhei em um agradável café da manhã. Beijei minha mulher e meu pequeno Jacob, dei tchau para a senhora Gonçalves, para minha cunhada (que por sinal só falava do seu namorado Patrick) e para os funcionários. Ufa! Que bom que me livrei da Emília...ela fala demais, além do mais, é raro começar um dia sem brigar com Ana...pode-se dizer que o dia estava sendo adorável até aquele momento, beirando à perfeição.

Ao chegar na delegacia, peguei o carro e comecei a fazer a patrulha com meu parceiro, como todos os dias.

Parecia uma patrulha calma, mas uma sensação inexplicável me gelava a espinha e me deixava inquieto. Ao longo do percurso, o sono me dominava, porém Jimmy me despertou aflito, informando que recebemos uma chamada de emergência de uma mulher desesperada, gritando pelo seu filho.

À medida que soava a sirene, a velocidade do carro aumentava gradualmente. Tudo parecia normal, até que na metade do caminho notei algo estranho nas ruas.

— Jimmy, não está notando algo estranho?

— Não, chefe, tudo normal — disse meu parceiro, confuso.

— Mas, Jimmy, cadê os carros? Cadê as pessoas? Cadê tudo?!

— Ah, chefe, nã-não sei. — Jimmy falou gaguejando.

— Droga, Jimmy, fala direito!

Quando olhei para o lado, notei que Jimmy misteriosamente sumira. Parei o carro bruscamente e logo saí com minha arma em mãos. Em questão de segundos, percebi que não havia mais luz do sol. Parecia cego e, devido à perturbação nos olhos, não conseguia ver onde estava o carro. Tomado pelo desespero, comecei a gritar:

— SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! ALGUÉM ESTÁ AÍ?

Ninguém me ouvia, o que será que estava acontecendo? Corria desesperado, tentando achar alguém que pudesse me ajudar naquele momento de angústia, conforme perdia minhas forças. Será que eu morri? Será que estou no inferno?

Ah, meu pequeno Jacob, agora percebo como não dei a atenção que você merecia. Ana... será que todas as nossas brigas realmente valeram a pena?

— Nossa... um homem dessa idade chorando? — disse uma voz feminina infantil.

Não é possível...será que é ela? Mas ela está morta!