Ato II Cody- Só mais uma semana (Final do Ato 2)

134 33 40
                                    

— Ei, Cody, dormiu aí mesmo? — Quando abro meus olhos, mal consigo enxergar por causa da forte luz do Sol, até que Christian e Jacob se colocam à minha frente, fazendo sombra.

— Por que você sempre me acorda? — Eu me espreguiço e bocejo, em seguida beijo as bochechas rosadas de Jacob. — Bom dia, garoto.

— Ei, eu também estou aqui. — disse Christian.

— Quer beijinho também? Vem aqui. — Chego perto dele fazendo uns beicinhos.

— Não, mas aceito um bom dia.

— Bom dia, Christian, dormiu bem? — pergunto pegando o Jacob no colo, e começo a brincar de aviãozinho com ele.

— Dormi muito bem, há dias que não durmo tão bem, e você, por que não dormiu no bote? Ah, já entendi, quis ficar um pouco sozinho, né? Eu entendo, nessa idade...

— Ei, não, eu só queria ver as estrelas e acabei dormindo aqui mesmo, nada demais. — respondo rapidamente, sentindo o meu rosto esquentar de vergonha.

— Já que está segurando o Jacob, alimente-o, ainda temos bananas e papaias de ontem. Não irei muito longe, vou andar pela praia. — E ele se vira e começa a caminhar pela praia.

— Vamos, Jacob, é gostoso. — Tento dar a papaia para Jacob, sem sucesso. Pego um coco vazio e cortado e coloco duas bananas e pedaços cortados da papaia e amasso com minhas próprias mãos. Uma papinha de bebê, embora um pouco nojenta.

— Vamos lá, olha o aviãozinho. — Pego com a minha mão mesmo, já que não tínhamos talheres, e ele enfim aceita. Agora é a minha vez, coloco Jacob no berço, que estava na sombra, e limpo minha mão no mar, toda suja com a papinha e a baba da criança.

Sento no tronco ao lado do berço. Jacob brinca com o Uni, seu ursinho de pelúcia encardido. Ele adora aquele urso. Pego uma banana, quando Christian chega.

— Levanta, Cody, vamos para a cachoeira, tome isso se acontecer algo, você precisa se defender. — Christian me entrega uma machadinha.

— Mas eu nem tomei o meu café da manhã, é a refeição mais importante do dia. — retruquei.

— Você consegue comer enquanto anda, e você e o Jacob precisam urgente de um banho. — Ontem Christian disse que tinha entrado na cachoeira, isso explica o porquê de estar molhado, e eu por um segundo achei que fosse suor, ninguém sua daquele jeito. Bom, tinha um garoto na escola que suava demais, parecia ele próprio uma cachoeira de suor. Qual o nome dele mesmo? Lembrei!

— Matheus Duarte! — falei alto, Christian olha para mim sem entender.

— Quem? — ele pergunta colocando o facão na cintura.

— Pensei em voz alta. Vamos. — O Christian deve achar que eu sou maluco, e talvez tenha uma certa razão. — São quantos minutos até a cachoeira? — Bem, agora tenho pelo menos dois motivos para evitar a cachoeira. Primeiro, que entrar na mata não deve ser seguro, pode ter animais selvagens famintos, e segundo que tenho preguiça de andar, isso que dá ser sedentário.

— Mais ou menos cinco minutos de caminhada. Pode levar o berço do Jacob? — Ah, não, além de andar ainda tenho que levar o berço, mas não serei idiota em responder que não.

— Claro — respondo com desânimo.

— Então vamos. — Christian pega o Jacob no colo e coloca as garrafas de água vazias no berço, provavelmente para enchê-las.

Adentramos a ilha. A vegetação é densa, Christian disse para ter cuidado, pois o ecossistema da ilha sustenta javalis selvagens, aranhas venenosas, jiboias de três metros e muitos mosquitos. De dia faz um calor dos infernos e à noite um frio insuportável.

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora