Ato III Ana - O recomeço... ( Fim)

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30/05/2011. 15:00

Senti um conforto tão grande, quando autografei alguns exemplares de minha obra. Ao ver o sorriso de cada pessoa ao pegar seu livro, e me dizer que minha obra inspirou ela continuar. Não desistir dessa vida tão difícil, que um dia tudo irá ficar melhor. Eu não queria mais viver, mas minha irmã queria que eu ficasse viva. Jason me mostrou que ainda vale a pena viver. E o amor de duas pessoas, criou uma nova vida dentro de mim.

Ao decorrer do meu tratamento com Harumi, eu fiquei praticamente curada. Mas não posso deixar o Jason, eu preciso dele e ele precisa de mim. Pedi a diretora Mendes, um emprego no Garden. Eu fico morando aqui, enquanto cozinho, limpo e ajudo os enfermeiros. Tudo para ficar ao lado dele. A cada ano que passara, o Jason fica pior. A crise vem aumentando, e ele só fica mais calmo com a minha voz.

Finalmente chego ao Garden, saio do taxi e vou em sua direção. Ele sorri para mim, me pega pela cintura e me dá um demorado beijo. Ele me derruba no chão, eu dei uma risada, mas ele me beija novamente. Mexi em seu cabelo, ele estava com um sorriso tão lindo. Ele fazia um carinho em meu rosto, e era tão delicado.

— Como foi a inauguração do seu livro? – ele me perguntou, ainda fazendo um carinho em meu cabelo.

— Foi tudo tão lindo Jason, algumas pessoas falaram que estavam passando por um momento difícil. E que minhas palavras a fizeram continuar.

— Você é uma vencedora meu amor. E todos sabem disso, eu me orgulho muito de você.

Estávamos deitados no gramado do hospital, uma árvore fazia uma sombra, que nos protegia dos raios de sol. Aquele momento estava sendo tão lindo. Eu olhava para ele, e ele para mim, eu segurava sua mão forte, se eu pudesse eu nunca a soltaria. Jason está sendo o meu pilar em minha vida...

— Eu te amo Jason... – falei enquanto me jogava para cima dele. Dei um leve selinho em seus lábios.

— Eu também minha vida! – ele sorria, mas por instante aquele sorriso foi embora. – Ana, eu pensei que iria comemorar a estreia do seu livro em um restaurante com sua irmã e seus amigos. Você chegou um pouco cedo, certo?

Ele falou com um tom de estranheza, sai de cima dele. E comecei a me explicar.

— Eu não quis ir, eu revi todos na livraria. Aquilo já foi suficiente, sabe? – me expliquei.

— Não eu não sei, sua irmã sempre te chama para sair para comer com ela. E suas respostas são sempre as mesmas. – ele falou com tom grave. – Ana, você precisa viver. Você já está curada, saia daqui enquanto é tempo...

Coloquei meus dedos em sua boca, o impedido de falar. Me aproximei dele, e sorri. Cheguei perto do seu ouvido, e sussurrei...

— Eu estou gravida...

— Gravida? Eu vou ser pa...i? – ele falou incrédulo, assenti com a cabeça dando um ligeiro beijo. O abracei, e rapidamente olhei para o seu rosto, que estava perplexo. Seus olhos estavam cheios de lagrimas.

— Nós iremos ter uma criança Jason! – falei já chorando de felicidade.

Ele colocou sua mão em minha barriga, e encostou sua cabeça na minha testa. Ele sorria tanto, mas sua lagrimas não eram somente de felicidade...

— Ana, você é a minha razão de viver. – ele falou tristemente. – Você trouxe felicidade para minha vida, você me ajudou quando eu mais precisava. Mas não podemos ficar juntos, eu sou um esquizofrênico. Eu nunca irei sair daqui, por isso você precisa ir.

— Jason iremos fazer isso dá certo. – eu falei calmamente, sabia que um dia isso iria chegar.

— Cuide do nosso filho, eu amo vocês dois. – ele me beijou na testa, e foi andando me deixando sozinho nas gramas do Garden.

Me deitei e olhei para o céu, eu não diria que ele me abandonou. Ele fez isso pelo o meu bem. Eu devia chorar, mas não consegui. Chamei um taxi, e olhei para o Garden por uma última vez. Anos atrás eu iria fazer a mesma coisa, mas ele precisou de mim. Talvez ele ainda precisa de mim, mas esse bebê também irá precisar. 

O taxi chegou a casa de Emília e Patrick, toquei o interfone e o Martin me deixou entrar, fui revistada pelos os seguranças do Patrick. Mas não me importei, olhei para a mansão do Patrick, era tão grande quanto o Garden. Entrei na sala e fui em direção a minha irmã, a abracei forte. Vi que tinha malas por toda sala.

— O que está fazendo aqui Ana? – ela me perguntou, me levando para o sofá da sala.

— Eu decidi sair do Garden, eu não posso ter meu filho em um hospício.

— É claro minha irmã! – ela me abraçou novamente, mas olho para as malas. – Eu vou cuidar de vocês dois...

— Você vai viajar? – perguntei.

— Eu ia, eu e Patrick íamos para o Brasil. Búzios novamente, mas agora eu irei cance...

— Não precisa, eu quero ir junto. – falei convicta. 


Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora