Ato III Ana- De volta para o presente

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17/07/2007. 14:00

A música ainda soava em minha cabeça, e no ritmo da música eu sentia o toque do seu beijo. Nós dançamos, eu o segurava forte. Eu não estava mais vendo uma lembrança eu estava lá com ele. Mas o clarão apareceu novamente, eu sabia que quando a luz se for, ele não estaria comigo. O clarão se foi, e quando eu abri meus olhos estava no meu quarto, e um rosto familiar se aproximava de mim. Seu rosto delicado chegou perto a mim, seus olhos estavam lacrimejando. Mesmo fraca me levantei e abracei minha irmã. Seu abraço forte, me trouxe uma paz que não tive a dias. Olhei para o quarto e Harumi estava sentada, escrevendo alguma coisa em um bloco de nota, ela sai do quarto me deixando sozinha com minha irmã.

- Me desculpe – sussurro em seus ouvidos.

- Eu que tenho que me desculpar por está aqui mesmo que não queira a minha presença. – ela chorava enquanto me abraçava forte. – Uma psicóloga chamada Marcele ligou para mim, me disse que você precisava de ajuda.

- Ela tem razão, eu fui uma idiota em não querer te vê minha irmã. – falava com tom triste, mas não chorava. As lagrimas que se tornaram rotina em minha vida, já não apareceste como era antes. – Eu só precisava de um tempo sozinha.

Ela me soltou, e coloquei minha mão no seu rosto, ela se apoiou na minha mão e sorria de felicidade. Estava tão feliz que não queria saber o porquê estava no quarto e não na sala confinada. Estava na regressão do tempo e agora estou aqui com minha irmã.

- Me conta minha irmã, como está sua vida?

- Eu....

- Vocês ainda terão tempo para isso! – Marcele interrompeu Emília, e logo Shayonnara e Harumi entram na sala.

- Eu volto logo Ana. – Emília me deu um beijo em meu rosto e se retirou do quarto me deixando com as três.

- Você deve estar se perguntando o que aconteceu com você? – Shayonarra senta em uma cadeira ao meu lado. Marcele pegou um bloco de nota e começou a falar.

- Sua regressão do tempo funcionou felizmente. Eu anotei tudo, a boate, o seu primeiro encontro com seu marido, e até sobre a música de vocês dois.

- Ao fim da regressão você desmaiou, você achou que eu estava lá com você, não é mesmo? – Harumi perguntou, e eu assenti minha cabeça confusa com o que estava se passando naquele momento.

- Foi magico ao relembrar cada momento, e agora que eu revi a minha irmã...

- Nós queremos o seu bem Ana! – Shaynorra falou com uma voz que tranquilizava minha alma, como se a minha alma que tivesse em mil cacos, agora esses cacos se restauravam aos poucos. Até que se tornasse um vidro forte e belo como já fosse um dia.

- Imagino que queira fazer a regressão novamente? – Harumi perguntou.

- Claro, eu quero muito! – respondi rapidamente.

- Ana a doutora Mendes te explicou que as regressões são perigosas, você mesma ficou desacordada por dois dias depois da última regressão. Eu mesma pedi para trazer sua irmã aqui com ou sem sua permissão. Eu mesma irei vim ao Garden uma vez na semana, para uma consulta de uma hora. Quando for a hora, nós três iremos fazer mais uma regressão, até lá converse com sua irmã.

Eu assenti minha cabeça, não tinha mais escolhas. Elas saíram e minha voltou com aquele sorriso, me abraçou novamente.

- Vamos continuar onde paramos? – perguntei e ela deu um sorriso forçado. – O que aconteceu Emília?

- Nada minha irmã, estou morando com Patrick, e estou feliz! – ela fala com um semblante triste. – Coisas terríveis aconteceram comigo quando você veio para cá. Se não fosse o Patrick talvez eu não estaria aqui.

- Emília do que está falando? – falei com tom de preocupação.

Ela segurou minha mão e falou com um sorriso.

- Nada Ana, o que importa é que estamos juntas agora! Agora me fala de você, um passarinho me contou que conheceu alguém, e ele é um gatinho.

- Sim eu conheci, e ele é um grande amigo! – afirmei.

- Ana! – ela exclamou e deitou do meu lado na cama. – Está mesmo deixando aquele gato na frindzoone?

- Ele é só um amigo, não estou deixando ele na frindzoone! – ela fazia carinho em meu cabelo, como eu sentia falta disso.

- Amigo... sei, do jeito que fala dele está apaixonada. E olha deixou o cabelo crescer?

- Já que está aqui, tem como corta-lo?

- Você fica tão linda com o cabelo grande, mana!

- Você sabe que Christian ama meu cabelo curto.

- Ana... você ainda acredita...

- Sim Emí, acredito, vai ou não corta meu cabelo? – exclamo com ignorância.

Ela cortou meu cabelo, como fizera a anos atrás. Nossa mãe nos colocou de castigo por isso. Eu fiquei tão linda com o cabelo curto, eu ao olhar para o espelho que Emília trouxera em sua bolsa, eu me reconhecia. E isso mostra que talvez eu não deva desistir e me afogar com minhas lagrimas. É isso, Ana Blake ainda está viva, e pronta para viver...

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt