Ato III Ana - Regressão do tempo

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                                                        30/09/2004. 15:00

Meu quarto era pequeno e monótono, tudo aqui era branco, o que não me incomodava. O que de fato me incomodava, era as câmeras, elas estão em todo lugar, até no banheiro do meu quarto, que se assemelhava a um reality show, onde minha privacidade não existisse. Era pequeno, com uma janela que não consigo abrir, e uma cama muito confortável. E um modesto banheiro, não era nada de luxo, o que era de se espantar pela grande mansão que esse hospício.

Me sinto sozinha, que estranhamente me deixava feliz, o silencio era tão tranquilo e sereno, que faz despertar pensamentos felizes. Sempre vivi em um mundo da imaginação, me colocava em uma vida paralela, isso me fazia me sentir mais feliz nesse mundo. Foi quando eu decidi passar esses pensamentos para o papel. E esses pensamentos que para mim era uma loucura de minha cabeça, se tornou em arte.

Christian, estou com saudades até de nossas brigas. De nossas reconciliações principalmente. Saudades de seus beijos, do seu carinho. Antes de conhece-lo, em minha cabeça, eu criei um homem perfeito, só para satisfazer meus pensamentos. Mas quando eu o conheci, o personagem em minha cabeça, era inferior a você. Eu não o vi morrer, eu não sei se está vivo. O estranho é que acho que você realmente se foi. Mas eu sinto que o meu Jacob não!

O bom de ter uma mente fértil, é quando eu fecho meus olhos eu os consigo vê-los. Estão tão felizes, olhando para mim. E meu filhinho tão lindo. Agora eu me arrependo muito por não ter cuidado de você. Eu prometo meu filho, que se um dia, você retorna para mim, eu serei a melhor mãe do mundo.

Em todos os meus felizes e infelizes pensamentos, olhei a minha mala que Emi a vez para mim. E nela não tinha roupas. Apenas livros, muitos romances o meus preferidos. E uma máquina de escrever! E nela tinha um bilhete.

Querida Ana.

Eu quero muito que você me perdoe, você precisa de tratamento, as coisas ficaram fora de controle, você tentou se matar umas duas vezes, não irei aguentar perder você minha irmã. Eu prometo que irei te ver pelo menos uma vez na semana. Como aí não pode laptops ou qualquer tipo de tecnologia, comprei essa máquina de escrever, eu sei como você ama escrever, e espero que continue fazendo esses maravilhosos livros.

Eu te amo muito Ana.

Com carinho Emilia Clarke sua irmãzinha.

A minha irmã, você está certa, eu preciso de tratamento. Mas algo que realmente eu preciso e ficar sozinha. Mesmo que isso me doa tanto, eu quero você bem longe de mim. E vou seguir seu conselho e irei escrever.

Então vamos lá.

Em busca de uma luz.

Prologo

Queria tanto entender como funciona o verdadeiro significado da vida. Saber o porquê sentimos dor? Porque temos que perder aqueles que tanto amamos? Nesse livro, todos os versos que escreverei, será sobre minha vida, não será de uma garota que bebe uma xicara de chá em Paris, e que acaba encontrando o amor de sua vida. Esse livro será sobre uma mulher, que está em busca de uma luz....

Com meus dedos digitando sobre a máquina, escuto alguém bater na porta do meu quarto. Me levanto com raiva, odeio quando me interrompem na hora de escrever.

- Senhora Gonsalves, quantas vezes eu tenho que falar.... – brigo com ela, quando abrem a porta. E não era a senhora Gonsalves. Merda, esqueci que estou nesse lugar.

Um homem com estatura grande, com braços bem fortes, trajando seu uniforme de enfermeiro. E de uma aparência nada amigável, se a próxima de mim.

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Where stories live. Discover now