Já se passou uma semana dentro do bote, o que deixa o Christian preocupado. Uma semana de convívio foi o suficiente para parecer que nos conhecemos há anos. Não à toa, pois o tempo se arrasta, mal consigo dormir à noite. Além do mais, Christian ronca e fala durante o sono. Antes era a Julia, agora é pela Ana que ele chama, repete várias vezes "Ana, meu amor", e quando enfim caio no sono o Jacob chora. Pelo menos agora o Christian já acordou e o Jacob também, vou aproveitar e tirar um cochilo.
— Cody, acorda, venha rápido. — Christian estava em cima do bote.
— Eu não consegui dormir essa noite, então me deixa em paz. — Viro para o outro lado e continuo tentando dormir.
— Você vai gostar do que vai ver. — Christian insiste.
Minha vontade era de mandar ele calar a boca.
— O que é? Uma baleia, tubarões, golfinhos? Porque se for eu continuo querendo dormir. — Tudo ficou silencioso, e graças a Deus ele fechou a boca, quando sinto água salgada caindo em minha face. Abro os olhos e dou de cara com ele me olhando pela claraboia.
— Por que você fez isso? — pergunto todo ensopado.
— Você não queria acordar, e eu ainda precisava me vingar pelo farelo. Venha, suba logo.
— O que é tão importante para me acordar? Se não for o barco de resgate, você vai... — Quando olho para a frente, vejo duas inacreditáveis ilhas. Uma delas enorme. — Legal, saímos do "Titanic" e viemos para a "Lagoa Azul".
— Vem, vamos ligar o motor do bote. — disse Christian entusiasmado.
— Esse bote tem motor? — pergunto bocejando.
— Sim. — confirma Christian, indo para a traseira da embarcação.
Ele liga o motor do bote e assim chegamos rapidamente na areia da praia.
— Livre estou! — falo pulando do bote para as areias da ilha. Nossa, como é bom andar livremente, sem estar confinado num espaço limitado. Sentir meus pés na areia é maravilhoso.
— Vem, me ajude a puxar o bote. — Christian parece nervoso, eu não entendo o motivo, já que ao menos não estamos mais em alto-mar.
— Pegue a corda que está na caixa. — Ordenou Christian.
— Sim, senhor! — respondo batendo continência.
— Não é hora para brincadeiras, Cody.
— Tá, não está mais aqui quem falou. — Subo no bote e pulo dentro da embarcação. — É, garoto, achamos uma ilha, agora você pode comer frutas. Bom, se houver frutas.
— Cody, pegue minha arma também. — Christian grita do lado de fora.
— OK, pode deixar. — Pego a arma e a corda e também a caixa de sobrevivência e entrego tudo para Christian. Ele pega a corda e amarra o bote numa rocha.
— Observe o que eu faço, depois irei te ensinar algumas coisas básicas para sobrevivência. — Christian estava muito concentrado.
— Também trouxe o kit. — Entrego a maleta para ele.
— Boa. — Ele pega o facão e uma faca e os coloca em sua cintura.— Fique aqui com o Jacob, vou dar uma olhada no interior da ilha, talvez eu ache algumas frutas.
— O quê?? Vai me deixar aqui sozinho? E se essa ilha tiver canibais, ou se for uma dessas ilhas onde fazem experimentos científicos, tipo o parque dos dinossauros? — Sabia que estava viajando, só queria convencê-lo a não me deixar só.
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Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1
General FictionChristian e Ana Blake brigam constantemente e temem ver seu casamento ruir, então decidem embarcar em um "cruzeiro de reconciliação". Nesse mesmo cruzeiro está Cody, um jovem que fugiu de casa depois de ser agredido pelo próprio pai. Emília é irmã d...