Ato III Ana - Uma nova tentativa

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15/07/2007. 15:00

Mentiras, eles mentem para mim. Dizem que se passaram anos que meu filho e meu marido morreram em um incidente. Pensei que o Jason fosse meu amigo, mas ele não acredita em mim. Estou sozinha em um quarto fechado como se eu fosse uma louca, com uma camisa de força como se eu fosse machucar alguém. Gritava, e gritava, pedindo que me tirassem daqui. Fico chorando sozinha, chamo eles. Fico repetindo seus nomes, mas eles não aparecem, eu quero ele, eu preciso deles.

A porta de aço se abre, a doutora Mendes olha para mim com um olhar de piedade. Os enfermeiros colocam algum remédio em minha boca, sem meu consentimento.

- Ana já se passaram semanas que está aqui. – ela se acachoou e passou a mão em meu rosto. – Você se lembra o porquê está aqui?

Olhei com raiva para ela, seu olhar já denunciava o que estava pensando. Achando que sou uma doente mental.

- Sou uma vítima, meu marido e filho estão vivendo suas vidas. E eu? Presa em um hospício. – cuspi em seu rosto, ela virou seu rosto e se levantou.

- Infelizmente eu não consegui fazer mais as regressões do tempo com você. Então eu chamei três especialistas para ajudá-la, elas já estão aqui.

Olhei com desconfiança, ninguém pode me ajudar. Os enfermeiros entraram na sala, e colocaram outra pílula em minha boca. Me rebati, mas com meus braços contidos não conseguia fazer nada. Três mulheres entraram na sala, uma japonesa com os cabelos lisos se aproximou para perto de mim. Ela usava um jaleco branco, as outras duas estavam atrás dela. Minha visão não estava clara, ficava embaçada a cada segundo que passara.

- Está assim por causa do remédio. – uma delas falou, só não consegui ver quem falou. Seus rostos estavam embaçados. – Marcelle, coloque-a no chão.

Uma garota a qual não conseguia ver seu rosto, me coloca no chão e tira o colete. Deixando meus braços livres.

- Meu nome é Harumi Eihara, e essas são minhas parceiras Marcelle Lessa e Shayonnara. Estamos aqui para ajudá-la.

Elas me levaram para a sala da Doutora Mendes, e fiquei sozinha com Shayonnara. Uma psicóloga que fez perguntas atrás de outra. Sobre o meu marido, dos meus familiares. E deixou eu falando tudo o que viesse a minha cabeça. Ela me deixou sozinha na sala, amarrada ao divã. Depois surgiu a Marcelle, ela me injetou uma injeção e mandou relaxar. Minha visão novamente voltou a falhar, tudo estava colorido a minha volta. Outra pessoa entrou no recinto. Ouvia apenas algumas coisas, como foque em algo bom. Então eu consegui ver onde eu estava, um som alto estava estourando meus tímpanos. Pessoas dançavam loucamente, eu estava de volta ao passado. Ninguém conseguia me vê, só uma. Ela não estava vestida para uma balada, usava um jaleco branco, era a mesma japonesa que entrou na sala naquele momento.

- Você não está vendo coisas, tudo isso em sua volta são suas lembranças. Agora eu posso me apresentar melhor. Sou Harumi, especialista em regressões do tempo. Primeiro as perguntas junto com a associação livre, todas elas formaram um caminho para chegarmos até aqui. Depois a droga certa para sua mente está preparada para as más lembranças. Eu te guiarei em busca da lembrança certa.

- Já usei muitas drogas, mas nada se compara a essa. – falei assustada pelo o realismo dessa alucinação. Parecia uma espécie de outro mundo, mas esse mundo são apenas as minhas lembranças.

- Então me diga, onde estamos? – ela pergunta.

- Parece que no nigth angel! – olhei ao meu redor, onde pessoas dançavam ao ritmo da música. Bêbados, drogados, e beijando seus parceiros como se o mundo fosse acabar naquele momento. Mulheres mostrando seus seios para alguns homens e mulheres apreciarem. Outros saindo da pista para um lugar onde seus gemidos só possam ser ouvidos por eles mesmos. Perto do bar estava quem eu estava procurando, naquele momento eu estava tendo a minha primeira e última sensação de estar beijando uma mulher. Eu a beijava loucamente, sentia seus lábios sobre os meus criando uma sensação nova que era inexplicável. Tudo estava mudando ao meu redor, ficava branco e todos sumiram.

- O que aconteceu? – perguntei para Harumi que ainda estava lá.

- Espere e verá!

Tudo voltou a ter vida, estava em uma sala que guardava bebidas. Estava com Hanna dando uns amassos. Estava com vergonha por Harumi está vendo essa cena que queria apagar da minha mente.

Estava com ela no chão, ela me beijava passando a mão pelo meu corpo. Até eu conhecer o Chris ninguém tinha me deixando naquele estado.

- Então linda, vai me levar quem te vendeu essa maconha? – Hanna perguntou beijando minha barriga.

- Não precisa, eu ainda tenho na minha bolsa. – Ana do passado se levantou e pegou um cigarro de maconha.

- Eu quero mais de uma princesa! – Hanna falou pegando o cigarro da mão de Ana. Dando um ligeiro beijo em seus lábios. – Depois terminarmos o que começamos no meu apartamento. Fumamos e fazemos amor quando nunca fizera em toda sua vida.

Foi assim que eu dei as informações de quem me vendeu, onde encontra-lo, nome, o custo das vendas, tipos de drogas. Ela me beijou com vontade para me recompensar. Me levou até a prateleira e me algemou na prateleira.

- Achei que íamos brincar no seu apartamento! – Ana do passado falou ficando ainda mais excitada.

- Hoje não gata, fique aí. Que eu decido se levarei para a cadeia junto com esse traficante de bosta que está vendendo trocas para essa cidade.

- Como você foi burra. – falei quando olhava para mim chorando sem saber o motivo de suas idiotas lagrimas.

Depois de um tempo a policial Jones entrou na sala.

- Prendi o maior traficante do pais, tudo isso por causa de você linda. – ela riu impiedosamente, ela faz qualquer coisa para resolver seus casos. Dorme com homens e mulheres, bons e maus. Isso não importava para ela, mesmo que tenha que passar na frente de todos.

- Você me enganou! – exclamei com raiva.

- Cala a boca linda, senão você irá direto para a prisão. Você tem sorte de não leva-la direto para lá. Como você foi uma garota boa, está livre. – Hanna pegou suas chaves e tirou as algemas. – Sua sorte é que beija bem.

Tudo começou a ficar branco de novo. Olhei para Harumi assustada.

- Fique calma, só estamos acelerando o tempo.

Agora estávamos na rua, meu porshe vermelho estava parado. E atrás uma viatura de polícia. Um policial saiu da viatura, vê-lo novamente é uma das melhores coisas da regressão do tempo. Minha vontade é de ir para seus braços, mas sei que estou em uma lembrança. Ele se aproximou para perto do carro, e me encarou.

- Sabe que está dirigindo acima da velocidade permitida moça? – ele perguntou para mim, mas vomitei para fora do carro. Ele fez uma cara de nojo me tirando do carro. – Está presa por dirigir bêbada, colocando a sua vida e de outros ao tentar dirigir.

Ele a colocou na viatura. E nesse instante eu estava no banco traseiro da viatura junta a uma mulher bêbada que quase foi presa por comprar drogar, e em seguida foi presa por dirigir bêbada. Como esse dia foi louco.

- Ótimo meu primeiro dia, e prendo uma mulher bêbada. – ele bufou com desgosto.

Eu ri dessa situação, não lembrava que ele estava assim. Com seu jeito durão, tentava não olhar para mim.

- A cala a boca. – Ana do passado resmungou.

- Além de bêbada, responde um policial. Isso é desacato autoridade. – ele gritou com ela. Não lembrava como ele foi grosso comigo, amei.

- O.k, seu guarda. – Ana do passado começou a zombar dele.

- Você me chamou de guarda? – Disse ele ainda mais bravo.

- Shiu, eu quero dormir. – Ana do passado, estava tão sonolenta. Que Christian decidiu ligar o rádio para desperta-la.

E foi aí que começou a tocar a nossa musica. What's Up começou a tocar, e quando a musica começou, eu cantei junto por toda a viajem. Ele sorria ao me vê cantar, até a delegacia, ele não resmungava mais, e sim curtia ao me vê cantar. Começou a chover. Mas ele pegou seu casaco e o colocou em mim, saímos da viatura e ele me levou até a delegacia. Ele sussurrou em meu ouvido que ele gostaria de me vê cantar novamente. E um clarão branco surgiu novamente, e estava no meu apartamento dançando ao som do What's Up e depois no meu casamento. Os clarões estavam ficando mais rápidos, mas a música ainda estava lá.

And I say, hey yeah yeah, hey yeah yeah
I said hey, what's going on?

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Where stories live. Discover now