Ato I Emília - Adeus Christian Blake....

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                                                             30/01/2004. 12:00


Alguns dias se passaram e Ana continua no mesmo estado. Os médicos disseram que ela sofreu um grande trauma cerebral e não sabem se ela voltará a ser como era. O que me tranquiliza é saber que o bebê está bem, e espero que ele ou ela traga de volta a felicidade para a vida de minha irmã, e que ela volte a ser a mulher forte e destemida que sempre foi.

Foi difícil deixá-la, é a primeira vez que saio do hospital e ficarei longe dela. A mãe de Christian decidiu fazer uma homenagem para ele, com todos os familiares e amigos. Patrick está comigo. Ele não concordou em eu ficar no hospital, mas eu não posso abandoná-la, tenho certeza de que se fosse comigo ela faria o mesmo sem pensar duas vezes.

Patrick estaciona o carro e eu saio. Ele fica do lado de fora, disse que não gosta de funerais. Nem sei se isso pode ser chamado de funeral já que nem temos corpos para enterrar. A casa da mãe de Christian é muito bonita, embora simples. Muitos carros do lado de fora, o que mostra como ele era querido por todos. Somos recebidos por Joana e seu atual marido, os semblantes tristes com suas vestes negras. Também estão presentes Sofia, irmã de Christian, com seu marido e filho, Enzo, priminho de Jacob. Quando olhei para ele não pude resistir e as lágrimas, que já viraram rotina, desceram pelo meu rosto.

— Eu sei que é difícil, minha querida. — Sofia se aproxima e me abraça, também chorando pelo irmão e pelo sobrinho.

— Quando olhei para o Enzo, eu lembrei dele.... — o choro aumenta gradativamente e sou consolada por Sofia.

— Isso é a vida, minha cara, ela nos dá, mas também nos tira. E não podemos mudar isso — diz Joana, pegando um copo de uísque. Cada pessoa lida com a dor de uma maneira diferente. — E como está Ana?

— Ainda está do mesmo jeito, não fala, não se alimenta, eu... — não consigo terminar de falar, não tenho forças para descrever a situação em que se encontra minha irmã.

— Eu e o Joey queremos fazer uma visita à Ana! — Sofia fala enquanto me dirijo ao sofá da sala.

— Claro, vai ser ótimo!

Sofia e Joana fizeram um mural de fotos, com uma faixa onde se lê "Christian e Jacob", com a bandeira de nosso país. O mural está lindo, mas eu não consigo olhar por muito tempo, tudo isso parece uma brincadeira de mau gosto.

— Ele era um grande homem! — Um senhor senta ao meu lado e me surpreendo quando vejo quem é.

O mesmo homem que estava no bote com Ana no dia do incidente.

— Magno, certo?

— Isso mesmo!

— Como conheceu o Chris? — pergunto.

— Nos conhecemos em um restaurante no Poseidon. Ele salvou a minha garotinha de alguns adolescentes... Esse cara é um herói!

— Sim, ele é! — olho para o lado e pergunto. — Será que eles sofreram... Sabe... Sentiram dor?

— Desculpe, menina, mas se falasse que não, estaria mentindo. Mas é melhor não pensarmos nisso — ele se levanta e diz. — Pense nas boas lembranças. Agora eu tenho que ir, minha família está me esperando, ainda hoje volto para o Brasil. Minha família ficou preocupada depois do terrível incidente. Cuide de sua irmã, Emília.

Assinto com a cabeçae ele se afasta para se despedir da família do Chris. Há muitos policiais emilitares presentes para homenagear o grande homem que foi Christian Blake. Umagarota com um violino e Joana aparecem à frente do mural. Ela começa a falar,acompanhada pela menina ao violino    

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon