Ato II Cody - Um sorriso em meio ao caos

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— Ei, senhor, por favor, me ajude! — Tento segurá-lo, mas ele me ignora.

— Ajudar, garoto? Não percebeu que o navio está afundando? — Antes dele ir para as escadas, tomo uma medida drástica, pressiono-o na parede e digo:

— Agora você vai me ouvir, tem um bebê trancado em um desses quartos e se você não me ajudar ele vai morrer afogado — falo com um tom sério e urgente para intimidá-lo, mas com meus olhos com lagrimas, meu corpo parecia agir por conta própria. Meu corpo que sair daqui, mas o meu consciente vence.

— O.K, então vamos logo antes que afundemos, onde é esse quarto? — O faxineiro pergunta com raiva.

— Quarto 264 — respondo, e corremos até ele. O faxineiro pega o seu cartão e abre a porta.

— Muito obrigado! — Entro no quarto, quando o navio todo treme. A energia cai e a porta se fecha, prendendo-me. Tento chamar o faxineiro, mas ele já havia se afastado.

— Merda. — xinguei me levantando. — Se controla Cody! Merda comecei a falar sozinho, isso quer dizer que já estou enlouquecendo.

Olho para o lindo quarto, uma suíte presidencial. Nem o Nathan, filho do dono do Poseidon, tinha um quarto assim. Em cima do rack, uma foto da família. Eles parecem felizes. O homem é o mesmo que ajudou aquela garota das mãos do Nathan, e junto a ele, uma linda mulher de cabelos curtos e castanhos, segurando um bebê, certamente Jacob. Ele é lindo, loiro, os olhos azuis iguais aos do pai.

Ouço um barulho. É Jacob, de pé em seu berço, trajando um macacão azul com seu nome gravado. Em meio ao caos, ele abre um sorriso. Um sorriso tão doce e inocente.

— Ei, rapaz, prazer em te conhecer

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— Ei, rapaz, prazer em te conhecer. — Pego ele no colo. Continua sorrindo, com a inocência de quem não tem ideia do risco que corre. — Vem, vou tirar você daqui.

Ao lado da porta tem uma placa onde se lê: "Caro passageiro, se o cartão não funcionar, acione a senha de emergência, número 10-01-1998-18".

Eu me acalmo ao ler a placa. Pelo menos conseguirei sair do quarto. Digito a senha, mas não funciona. Repito mais devagar, mas continua dando erro. O que farei?

— Ei, garoto, fica aí que eu já volto. — Coloco-o novamente no berço, e dou o ursinho para ele se distrair.

Vou até o quarto do casal procurar por um cartão reserva. Olho no armário e na estante, sem sucesso. Vou ao convés, mas chove muito. Ótimo, logo agora que o navio está afundando vem uma tempestade.

O que farei? Será que o Nathan tem razão e eu sou idiota em querer salvar o garoto, se agora nós dois morreremos? Mas ninguém sentirá minha falta mesmo. Meu pai, se souber que morri aqui, provavelmente vai morrer de rir. O Nathan e o Josh vão ter que procurar outro fantoche. Praticamente toda a minha vida vivi em uma bosta completa, então acho que é até melhor que ela acabe mesmo. Sinto pena mesmo é do garoto. Nasceu em uma família feliz que o ama, e perderá uma grande vida pela frente.

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Where stories live. Discover now