Ato III Ana - Jason

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                                                                           24/12/2004. 14:00

  Dois meses e dezoito dias que estou aqui, os dias passaram tão rápido, as regressões desses dois meses, foram inúteis. Nada surgiu na minha cabeça, o que resultou em um grande bloqueio criativo em meu novo livro. Emília tentou me visitar, mas eles respeitaram a minha decisão de não querer vê-la. A dor não foi embora, e a saudade ainda me consome. Hoje é a primeira noite de natal que irei passar longe da minha família, sem eles acho que essa noite não terá significado algum. O hospício ganhou vida com as decorações natalinas, os doentes estão animados. Está alegrando o lugar já que hospital está sofrendo um grande processo, por uma falha na segurança. Natalie acabou cometendo suicídio, pulando do terraço, foi uma cena horrível. Muitos parentes acabaram transferindo seus familiares para outra clínica psiquiátrica.

Hoje estou tentando escrever no jardim, aqui é simplesmente lindo, mesmo no inverno, hortênsias, girassóis, um chafariz lindo e até uma arvore de flores de cerejeiras, claro que hoje as flores estão murchas, mas mesmo assim é lindo. Aqui é perfeito, calmo, nem parece um hospício.

Sinto alguém se aproximando, quando eu me viro para olhar quem é, alguém tapa minha visão com as mãos.

- Adivinha quem é? – com sua voz divertida, não há dúvidas de quem são essas mãos fortes e quentes com o tecido das luvas sobre meus olhos.

- Jason para com essas brincadeiras. – Ele tira suas mãos e diz.

- Feliz Natal. – Ele fala enquanto me dá um presente.

- Jason hoje é véspera de natal, não natal. – corrigi surpresa pelo o presente.

- Não aguentei de ansiedade, queria logo te dá esse presente. – ele falou empolgado com uma criança.

- Obrigada. – Falo abrindo um sorriso. – Eu não tenho nada para te dar desculpa.

- Não preciso de nada, só esse sorriso, já é um dos melhores presentes da minha vida.

- Jason, você sabe que eu sou casada, – falei o repreendendo - se Christian te ver dando em cima de mim, nem eu posso te proteger.

- É sério que você é casada? Porque ninguém vem te visitar, eu to achando que não existe Christian nenhum, você deve ser maluca, ele deve ser um fruto da sua imaginação. E o Jacob ele não... – antes dele terminar de falar, estapeio seu rosto.

- Você não tem direito de me bater. – Jason muda totalmente seu rosto. – OUVIU NUNCA MAIS ENCOSTE O DEDO EM MIM.

Jason começa a gritar, ele coloca sua mão em sua cabeça, e em seguida ele começa a chorar.

- Jason, me desculpe eu...

- NÃO FALA COMIGO. – Jason começa a bater sua cabeça na árvore.

- Jason, pare. – tento encosta nele, mas ele cai no chão, chorava como se o mundo dele estivesse no fim.

Os enfermeiros, chegam para agarra-lo. Ele tenta lutar com eles, mas eles injetam uma injeção que faz ele dormir. Meu deus, então essa é o transtorno de bipolaridade de Jason, mas porque só agora ele mostrou ser desse jeito?

Vou até a sala da diretora do hospital, para ter notícias dele.

- Ana, aconteceu alguma coisa?

- O Jason, qual o problema dele? – Pergunto preocupada.

- Jason sofre de transtorno de bipolaridade, ele fica agressivo. As vezes ele está bem... já outras. Ele começa a se bater em si mesmo, e muitas vezes ele se machuca muito. Jason vai ser levado para passar o natal com sua família.

- Isso é possível?

- Os pais de Jason contrataram enfermeiros particulares, então sim ele vai poder passar o natal com sua família. Mas logo ao fim do feriado ele irá voltar.

Estava surpresa com aquilo, e preocupada com o Jason. Tomo um pequeno susto ao ouvir alguém batendo a porta.

- Pode entrar. – Diz a doutora.

Uma mulher, com um casaco de borboletas e um cachecol vermelho, entra na sala.

- Você é a Ana? – Ela se aproxima para perto de mim.

- Sim, sou eu! – respondo confusa. – Como sabe o meu nome?

- Ele não para de falar de você querida. – Ela se abaixa e coloca sua mão em meu rosto. – Meu nome é Camila Baker, sou a mãe do Jason.

- Jason? Ele está bem? – Pergunto.

- Mandei os enfermeiros o levaram para casa, porém ele não para de falar em você querida. – Ela olha para a doutora Mendes – Gostaria de saber, se pode liberar Ana, para passar a ceia de natal conosco?

- Olha eu...

- Eu aceito. – aceito instantaneamente. - Olha eu não vou fazer nenhuma besteira, além disso, tem enfermeiros na sua casa, certo Camila?

- Sim, contratamos quatro enfermeiros!

- Então está tudo certo! – falei com um tom alegre, parecia uma garotinha indo para o parque de diversões.

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 Leitores, eu sei que não estou sendo um escritor pontual. Comecei minha faculdade, e infelizmente fiquei sem tempo, mas não irei desistir desse livro, e espero que não desistam também, mesmo eu dando motivo para isso. Só posso dar minha desculpas e postar com mais frequência, e isso eu juro que vou tentar.  

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Where stories live. Discover now