Ato I Emília - Sombras do passado

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30/01/2004. 13:00 / 27/09/2003

Foram lindos discursos. Isso mostra o quanto ele era amado por todos. Ah, Chris, como sentirei sua falta, falta dos seus conselhos, falta do seu carinho comigo, você parecia o irmão mais velho que nunca tive. Sempre me falava que o Patrick era um idiota, e hoje ele provou mais uma vez que estava certo. Lembro que falava que o Patrick Boyne é um puta egoísta. E tenho que concordar com ele, Patrick merece o prêmio de babaca do ano, do ano não, do século, não, do milênio, o.k., ele é um completo babaca. Depois que todos foram embora tivemos uma baita briga. Eu odeio brigas, principalmente agora que eu preciso dele, estou fraca, perdida e sem amigos. Na verdade, ninguém que ser meu amigo, me chamam de criança, atrapalhada, dizem que eu tenho só um rostinho bonito. O Patrick tem mil defeitos, e embora tenha sido uma relação forçada pelo nossos pais, mas ele sempre esteve ao meu lado. E mesmo que o que eu sinto por ele não seja amor, ele é a única pessoa que tenho agora. Mas isso não justifica o que ele fez. Não deu para aguentar, ele mereceu ouvir umas boas verdades. Ele é frio e egoísta, um homem que acha que tem o mundo em suas mãos. Ele foi debochado com o velhinho. O.K., reconheço que o que ele contou parece roteiro de filme de Hollywood, mas ele não estava mentindo, dava para ver em seus olhos que era tudo real.

Não consigo olhar muito tempo para o mural. Todos já foram, inclusive o Patrick. Estou esperando a Sofia se arrumar para irmos ao hospital. Ela e sua família irão fazer uma visita a Ana. Pode ser uma boa para ela escutar vozes conhecidas.

Tento não olhar para aquele mural, sem sucesso. Vejo fotos e mais fotos. Christian e seu pai pescando, o casamento dele com Ana, e olha eu ali, chorando, como sempre, mas espera aí. Essa foto? A foto da festa de dois meses do Jacob, meu Deus, nunca quis olhar para essa foto, foi o dia da minha libertação. Vinte e sete de setembro, nossa, lembro daquele dia como se fosse ontem. O dia em que deixei Ana na mão, prometi a ela que iria ajudar na festinha dele, porém...

— Nossa, Emília, como você é gostosa — ele sussurrou em meu ouvido, completamente nu.

— Obrigada,,, Eu acho — falei bocejando ao acordar, recebendo um carinho na cabeça.

Tinha acabado de acordar com aquilo em cima de mim, não tinha como esquecer.

— Que horas são? — perguntei dando um ligeiro beijo em seus lábios.

— Meio-dia. Já te contei que você fica linda com esse pijama? — ele falou acariciando meus seios.

— Meio-dia? Merda, dormi muito — Levantei rápido, indo ao banheiro.

Parei e olhei para ele na cama.

— Patrick Boyne me elogiando? — perguntei cruzando os braços.

— Claro, você está linda com seu pijama de...

— Teletubbies! — falei dando uma risada sem graça.

— Isso mesmo, você está linda nesse pijama de tele alguma coisa. — Ele se levantou da cama e enlaçou minha cintura. — Sabe como ficaria melhor nele?

— Sim... — respondi beijando-o e abrindo o primeiro botão do meu pijama.

— Mesmo? — ele falou com a voz trêmula enquanto beijava meu pescoço.

— Sim, pantufas de coelhinhos! — falei sorrindo. – Sabe como fica fofo, eu tenho em casa, mas achei que você podia me achar um pouco infantil. Então eu só peguei esse pijama e o meu Uni.

— Na verdade ficaria mais linda sem ele! — ele disse abrindo os meus botões.

— Não, seu pervertido — falei dando um tapa em sua mão.

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Where stories live. Discover now