Ato III Christian - Adeus

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Adeus

— Eu... a matei? — Cody gagueja ao falar, ele está visivelmente nervoso.

— Não, eu a matei. Ei, garoto, olha para mim. — Coloco minhas mãos em seu rosto e prossigo. — Você salvou a minha vida. É uma questão de escolha. Você fez a escolha certa e chegou na hora exata.

Dou-lhe um forte abraço. Ele ainda treme muito, a respiração ofegante, o coração a mil. Sei o que ele sente, tirar uma vida é difícil, mas às vezes é necessário. Aprendi isso da pior maneira.

— Jacob! Onde ele está? Ele está bem?

— Ele sim, você nem tanto. — Cody pega sua camisa e enrola no meu ferimento. — Você matou todos eles?

— Não, faltam dois ainda. — Levanto e pego a M-416 de Sarah.

— Então isso é o fim? — Cody pergunta.

— Não diria o fim, e sim um novo começo. — Olho para as rosas. — É a hora de darmos adeus para essa maldita ilha.

— Então é um adeus. — Cody insiste.

— Sim, é um adeus, mas por enquanto fique com o Jacob, isso não vai...

— Não, vamos terminar isso juntos. — Cody me interrompe com um sorriso largo.

Assenti. Como ele mudou nesses dez meses, está bem mais maduro. Cody, você é um grande homem. Andamos juntos até a praia. Cody me ajuda a andar. Eu me apeguei tanto a ele, que não sei qual será a minha reação se ele decidir ficar aqui. Talvez bata em sua cabeça e o coloque no barco, mas não, não farei isso novamente. Chegando na praia, nos escondemos atrás de uma árvore frondosa e de tronco suficientemente grosso para nós dois ficarmos ocultos.

— Um homem armado saiu da floresta e atirou em vocês. Claro que acredito, o coelhinho da Páscoa no trenó do Papai Noel passou aqui e me deu esse delicioso cachorro-quente. — Bob dá uma mordida.

— Eu não estou mentindo, se você não acredita venha ver, a Sarah provavelmente já o matou.

— Cody, me passe a pistola e fique aqui, isso será rápido. — Pego a pistola e começo a atirar. Primeiro acerto em Bob, um tiro certeiro em sua cabeça, e depois despacho Daniel com dois tiros no abdome.

— Cody, pode sair.

— Quem são eles? — ele pergunta.

— Eu não sei direito, mas eles estavam atrás das rosas do Éden, eles fazem parte de uma...

— Uma?

Acho melhor ele não saber, isso aqui é muito perigoso. Talvez uma ameaça internacional. Uma facção criminosa, que afundou um navio daquele porte.

— Christian, você está bem? — Ele coloca a mão em meu ombro.

— É melhor não saber. Aquele notebook pode explicar algumas coisas. — Pego o notebook na mesa da tenda.

— Nossa, esse barco é muito grande, você sabe navegar? — Cody se aproxima da beira do mar para ver o iate de perto.

— Sei sim, o namorado da minha cunhada tem um desses, já naveguei uma vez em Malibu.

Cody olha para baixo, parece feliz, fico contente que ele tenha mudado de ideia a respeito de ficar sozinho na ilha. Ele solta um suspiro e pergunta.

— Aquilo que você falou é verdade? Que eu posso morar com você e o Jacob? — Cody pergunta, com os olhos de uma criança cheia de esperança.

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Where stories live. Discover now