Ato I Christian- Meu pequeno Jacob ( Final do Ato I)

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  Revisado

A noite passada foi inesquecível. Achei que as consultas com o doutor Linderberg fossem inúteis, mas a ideia do cruzeiro funcionou. Ana e eu não transamos assim há um bom tempo.

A semana passou muito rápida, fomos ao cinema (foi bem chato, mas ao menos estava ao lado dela). Jogamos minigolfe, foi bem divertido, até deixei ela ganhar, depois fomos para a sala de jogos, onde jogamos em muitos brinquedos. E todos os dias fomos para a balada dançar. Parecíamos dois adolescentes. Fizemos amor durante a semana toda.

Depois de sete dias de viagem, o dia amanheceu perfeito. Ana conseguiu me convencer a ir ao baile de máscaras. Coloquei meu smoking azul com a máscara e o chapéu do Zorro. Me arrumei e fui para a sala, onde Ana já me aguardava, usando um vestido dourado e uma máscara preta com penas de pavão. Ela segurava o Jacob. Acho que agora seria uma boa hora para seguir o conselho de Magno e dizer para a Ana que estamos falhando com nosso filho.

— Ele é lindo, puxou a você — diz ela, com os olhos cheios de lágrimas.

— Que nada, ele tem os seus olhos — olhei para o lado com medo das minhas próprias palavras, tenho medo de dizer algo que magoe. — Ana, eu preciso falar uma coisa.

— Eu também – diz Ana com sua face corada, colocando Jacob no berço.

— Você até pode ficar com raiva de mim, mas as coisas não podem ficar assim pra sempre. É um fato que nós não cuidamos bem do nosso filho. Ana, pare pra pensar, você é mãe dele e nunca trocou uma fralda sequer.

— Você acha que eu não sei? É por isso que quero abortá-lo. – Ana murmura e se vira ao falar. Eu a olho atônito.

— Abortar o quê? – pergunto abismado.

— Christian, estou grávida – diz Ana envergonhada, como se ela fizesse a maior besteira de sua vida. Mas não sabe ela que esse bebê é um anjo em nossas vidas.

— Era isso que você estava conversando com sua irmã e ainda não tinha me contado? — perguntei quando todas as peças do tabuleiro faz sentindo. Uma rotina de estresse, mudanças de hábitos e principalmente uma mudança repentina de emoções diversas.

— Eu sou uma péssima mãe, não sirvo para isso, não quero ter esse filho – Ana chora ao falar. Se sentia envergonhada pelo o que dissera, mas em seus olhos havia um leve arrependimento. Fazendo eu pensar que ela realmente não quer abortar o nosso futuro filho. Só estava perdida em seus pensamentos.

— Mas eu quero! Se você quiser contratar babás para cuidar dos nossos filhos, tudo bem, mas eu estarei ao lado deles pelo resto da vida. — olhei para o Jacob com orgulho e depois olhei para a minha esposa envergonhada por seus terríveis pensamentos.

— Meu Deus, como eu montr..... — Ana fala chorando muito, coloco meu dedo em seus lábios, a impedido de termina a blasfémia que sairia de sua boca.

— Eu não quero brigar, então vamos logo para o baile.

Ana dá um demorado beijo em Jacob, e saímos para o baile. Lá chegando, vemos todos em trajes formais com suas respectivas máscaras. Ana não parece bem, está claramente confusa. Nunca imaginei que ela poderia pensar em um aborto, lembro que ela sempre foi contra, isso explica a estranheza dela nos últimos dias.

— Christian eu não estou bem. Por favor, vamos voltar para o nosso quarto – pediu Ana tristemente.

— Ei, não foi você que me convenceu a vir nesse baile? Vem, vamos para fora — pego-a pela mão.

— OK, estou precisando de um pouco de ar mesmo.

Vamos ao convés e esbarro em um homem careca, que parecia nervoso. Vejo uma tatuagem em seu pescoço, uma faca entre rosas. Uma tatuagem bem peculiar, me lembrou de um caso que eu e policial Jones estamos investigando, mas devo estar enganado. Está frio, uma tempestade parece se aproximar.

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora