P r ó l o g o

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     Corra!, pensei em meio a um turbilhão de pensamentos.

     Eu não sabia a quanto tempo estava trancada, mas tinha noção de que pessoas presas pensavam em uma única coisa: Corra! E foi o que eu fiz. Assim como todos os outros conjuradores de Luminus, a imortalidade corria por minhas veias e condenava-nos pela eternidade, então era suporto que eu não me importasse tanto se haviam se passado anos ou meses em que estive presa nessa maldita fortaleza vermelha. Mas eu me importava. Importei-me com todos os momentos que eu perdi enquanto estive lá dentro. Eu ainda tinha que voltar para os braços quentes do meu reino e da minha família... com ele

     Se eu tinha uma chance de ser livre, era aquela.

     O castelo era enorme e muito bem protegido, com lacunas e terraços amplos. Havia homens que cercavam cada centímetro da área na qual eu estava, e isso não me ajudava muito no quesito de fuga. Os muros eram fortificados com materiais resistentes ao extremo, mais do que uma liga de metais com argila, impossíveis de serem quebrados por magia — aquela que morria dentro de mim a cada dia que o veneno percorria por minhas veias, encontrando o caminho para o meu coração. E só quem tinha reconhecimento das passagens subterrâneas era a realeza, porque o mínimo pó acumulado fazia com que eu me perdesse entre teias de aranha e esgotos mal-cheirosos. Então, minha única opção era a porta principal. Ela me permitia atravessar tudo de uma vez, tanto os corredores e cômodos fechados quanto o muro. Era passagem direta para a floresta. Para a minha liberdade!

     Corri pelos corredores vazios, ouvindo o som dos sapatos batendo contra o mármore claro. Subi e desci lances de escadas, passando entre cômodos fechados e vigiados que dariam até a imensa porta branca no fim do corredor do qual eu estava. Era lá que eu tinha que chegar: a porta branca. Eu já havia conseguido chegar até ela algumas vezes, mas sempre me barravam antes que eu pudesse atravessá-la. E por mais que eu tenha sonhado com o meu momento livre daquele lugar, eu sabia que era muito improvável sair sem ajuda nenhuma — subornos não funcionavam com aqueles homens e guerreiros. Aquela terra não somente era desprovida de terras férteis, como de sensações e sentimentos.

     Minhas mãos se esticaram, tocando a maçaneta da porta e sentindo a frieza do metal contra minha palma. Mas... No momento em que fui puxá-la, senti mãos me arrastando para longe dali. Não! Com firmeza, braços puxaram-me pela cintura para cada vez mais distante da porta branca. Joguei meu corpo para frente, tentando não deixar que as lágrimas rolassem na frente daqueles homens que me julgavam como covarde; tentando me apegar à esperança de que, dessa vez, eu conseguiria!

     Infelizmente, eu estava errada.

     — Larguem-me! — gritei, debatendo-me.

     — Chegou muito perto desta vez, querida. — reconheceria aquela voz grave e cruel de longe.

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora