30 | O R e t o r n o

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Teresa

— Vamos comer alguma coisa? — Perguntei á Thiago.

Já fazia mais de uma hora que nós estávamos andando de um lado para o outro, comprando e vendo objetos lindos no GUM. O GUM era um shopping que tinha o aspecto de palácio real, abrangendo artigos de algumas das marcas mais famosas do mundo humano, atividades de lazer e culturais, e inúmeros restaurantes e cafés.

 Apreciei o teto de vidro enquanto Thiago me guiava até uma área mais tranquila para que eu não esbarrasse em ninguém.

— Vamos esperar Diego e Rafael ou quer comer agora?

— Bem... — disse hesitante, afinal, Diego e Rafael tinham saído há muito tempo para encontrar livros e poderiam demorar muito mais — ...eu estou com fome.

—O.k., vamos.

Caminhamos pouco e entramos em uma cafeteria bem jeitada. Sentamos em mesinhas de madeira e vimos um pouco dos noticiários que passavam na TV. Na verdade, eu não compreendi nada, nem mesmo soube fazer o meu pedido, quem fez foi o Thiago. Eu era péssima em falar russo. Tatiana, Felipe e Thiago — os Inter perfeitos — tinham aprendido quase todas as línguas do mundo humano, mas eu não tinha o menor interesse.

— Eu vou ir ao Castelo Inverso. — disse aleatoriamente.

Thiago parou de comer o seu croissant de chocolate e me olhou com surpresa. Bem, eu não esperaria menos. O castelo inverso e o Vale dos Caídos ficavam no reino do Outono, na parte proibida aonde ninguém ia. A não ser os Sombrios. Mas seria bom se eu me encontrasse com o Natan, ele teria respostas. Muitas delas.

— Você está brincando, certo?

— Não. Pretendo ir lá e depois no Vale dos Caídos. 

— Alguém sabe sobre isso? Você ao menos sabe onde ele fica? Tessa, — ele olhou para os lados e se inclinou para frente — lá é um local perigoso. Não acho bom você ir...

— Eu vou. — disse firme e bebi meu achocolatado.

Vendo que eu não mudaria de ideia, ele suspirou e se recostou na cadeira.

—O.k., mas leve alguém junto. Como eu.

— Por que você pode me proteger? — disse revirando os olhos.

— Sim. Exatamente, por isso.

— Bom saber que você confia em mim, obrigada. — disse irônica — Foi você mesmo que me treinou.

E quando ele abriu a boca para falar algo, meu celular tocou. Eu ainda estranhava ele, porque era diferente do de Luminus. Como nós tínhamos o pó dourado, nosso celular ficava á base dele e era "conectado" á nós, como se fizesse parte de nós e pudéssemos ativá-lo quando bem quiséssemos. Aqui ele era era mais...concreto e pesado, por falta de palavra melhor.

— Teresa?

— Sim?... Ei! Como conseguiu meu número?

— Não tenho muito tempo. Preciso que me encontre no endereço que eu te mandar, ás 7:00 em ponto. Não me decepcione e eu não te decepcionarei. Tenho informações muito importantes. Sei quem você é.

— Espera! professor Y...

Desligou. No mesmo instante, uma mensagem chegou com o endereço. Estranho era a palavra perfeita para descrever o que houve. O que poderia ser tão importante que o Yuri achava que era urgente? E ele faria isso de graça? Eu não sabia o porquê de ele me ajudar agora e no teatro. Vendo minha expressão, Thiago se aproximou.

AMOR PERDIDO (Revisão)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora