01 | L u m i n u s

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     Assim que abri meus olhos, tive a sensação de estar tonta e perdida, não fazia a menor ideia do que estava acontecendo

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     Assim que abri meus olhos, tive a sensação de estar tonta e perdida, não fazia a menor ideia do que estava acontecendo. Meus sentidos estavam alterados, eu estava totalmente desnorteada. Demorou um pouco para que eu abrisse meus olhos por completo e não entrasse em pânico, mas eu o fiz. Era normal que eu lembrasse o meu nome, o porquê eu estava ali e onde era aquele lugar, mas eu não sabia. Eu não tinha como responder nenhuma pergunta, e minha mente formulava várias delas.

     Fiquei durante um bom tempo tentando juntar algo que pudesse me ajudar com a situação em que me encontrava — sem saber de nada. E tudo que eu conseguia pensar era: branco. Porque tudo estava em branco para mim, como se minha cabeça estivesse vazia, permitindo-me preenchê-la com o que eu quisesse. Mas com o que eu iria preenchê-la?

     Sentei-me e vi onde estava. Eu repousava sobre uma enorme cama branca e o quarto também era coberto por detalhes azuis e marfim. As cortinas e o dossel voavam com o vento forte que entrava pela porta da sacada, empurrando para perto de mim o cheiro da maresia. Litoral. Eu estava em algum lugar perto do oceano. E... havia alguém sentado no sofá entre a lareira e estantes de madeira negra. Puxei os lençóis e coloquei as pernas para fora da cama. Essa pessoa poderia me ajudar.

     — Olá. Onde estou? — perguntei.

     Percebi a surpresa na expressão do jovem e apenas observei enquanto ele tentava, desesperadamente, não derrubar nada ao seu redor. O que quer que ele tivesse visto em meu rosto não o deixara confortável. Mesmo assim, seu olhar verde foi acolhedor quando voltou-se para mim.

      — Meu nome é Rafael Orphman, você está em Luminus. Que bom que recobrou a consciência desta vez.— O encarei sem dizer nada, afinal, onde ficava Luminus? Não era como se eu tivesse que saber. Era? — Eu não sei... Droga! Não sei o que fazer. Eu... Acho que... Que vou chamar o diretor, espere um instante. — ele virou os olhos de um lado para o outro, pensativo e preocupado — Não saia daqui, por favor.

     Rafael se levantou e foi em direção à porta, sumindo junto com os enormes cachos negros. Suspirei, frustrada, e levei a mão à cabeça. Onde eu estava? Como eu cheguei até ali? Eu conseguia lembrar o meu nome: Teresa. É claro que esse era meu nome. Mas o pior de tudo... Quem eu era? A única coisa que eu me lembrava era de estar caída e um par de olhos azuis vir em minha direção. Mas Rafael não era aquele guerreiro. Rafael não era guerreiro — ponto. Sua aparência se parecia mais com alguém que ficava dias inteiros dentro de uma biblioteca.

     Não demorou muito para que eu visse Rafael Orphman chegando junto a um homem, supostamente o diretor. Era um homem um pouco mais alto do que o normal, com um corpo esquelético e trajando roupas finas e alisadas. Ele praticamente sumia dentro delas! Seus olhos negros se arregalaram quando me viu e ele perdeu a cor, ficando mais branco do que era – se é que era possível!

     — Anna? — ele perguntou espantado.

     — Não. Meu nome é Teresa. — disse franzindo o cenho.

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora