13 | P r e o c u p a ç õ e s

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     Parece que minha estupidez não tem limites! , pensou Felipe

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     Parece que minha estupidez não tem limites! , pensou Felipe.

     Ele ficou repassando sua briga com Teresa durante a última semana. Fora por um motivo tão estúpido e nem por isso ele conseguiu se desculpar. O problema era que tudo estava enchendo sua cabeça desde que ela chegou em Luminus. Não pelo sufoco ser ela — porque não era —, mas tudo veio para cima dele, a atribulação toda.

     Nessa última semana, o sol mal aparecia em Luminus, ele estava no Inverno, e as nuvens negras, no Verão. Em Luminus nevava, e os outros reinos estavam com mais desordens. Além de resolver isso, ele tinha que dividir seu tempo entre pensamentos sobre Teresa que invadiam sua mente a toda hora, assim como tinha — seria melhor dizer que tentava suportar — que ficar ao lado da sua prometida. Não que ela fosse a pior pessoa para passar um tempo. Lívia Orphman conseguia ser gentil, quando queria.

     Mas ele se revirava o tempo todo entre os lençóis, pois sua mente também viajava a um mundo do qual prometeu nunca mais pensar: Anna. Seus pensamentos bloqueavam qualquer outro detalhe ou preocupação, e vários flashes passavam por trás das suas pálpebras, ainda que fechadas. O sorriso dela, suas lágrimas, a sensação dos seus cabelos escorregando entre os dedos dele e estes percorrendo cada centímetro da sua pele, ou o toque dos seus lábios macios nos dele e...

     Felipe se sentou na cama com metade dos cobertores o cobrindo e a outra metade no chão. Ele estava um pouco ofegante e com muito calor, o que sempre acontecia quando pensava nela. Não que ele não tenha superado sua perda, pois havia décadas que ela tinha partido, mas tinha algo que o deixava aflito: sua aparência. Ao sonhar com Anna, rever todos os momentos apaixonantes, tristes, alegres e inesquecíveis... Ela ia se transformando em Teresa.

     Não, não. Ele não podia deixar-se pensar muito naquilo.

     Após passar a mão pelo rosto úmido por lágrimas e suor, percebeu que Tessa não estava ao seu lado. Felipe passou a mão pelo lençol, percebendo que ela não havia saído há muito tempo visto que o lugar não havia esfriado. Uma pontada de preocupação o percorreu quando percebeu a porta do quarto aberta.

     — As escadarias...as escadarias... — sussurrava sua consciência.

     Ele se levantou rapidamente ao ouvir os sussurros. Felipe olhou a sacada, mas não havia ninguém. Logo, retirou sua espada da cômoda e direcionou-se para a porta — o objeto fazendo um peso confortável em suas mãos. Entretanto, como suspeitava, não havia ninguém atrás da porta. Nem em nenhum lugar do quarto!

     — As escadarias...corra...corra... — as vozes não paravam.

     Ele abriu a porta e saiu em disparada pelas rampas e escadarias, afinal, quem quer que estivesse lhe guiando provavelmente estava naquele caminho. Nesse momento Felipe só conseguia pensar em Teresa, se, por acaso, as vozes eram por conta dela. Mas o sussurro só foi aumentando — ele conhecia origens daquelas vozes, sempre estiveram acompanhando-o desde que nascera. Então, começou a correr mais rápido. As luzes dos corredores estavam apagadas e não havia nenhuma porta aberta, então não se importava com sua aparência ou com o fato de estar correndo feito louco.

AMOR PERDIDO (Revisão)Where stories live. Discover now