Em Luminus, conjuradores mágicos e Humanos são separados em um mundo do qual as estações são diferentes reinos. Primavera, outono, inverno e verão, todos os principais reinos estão tendo dificuldade de se manterem intactos, isso por conta de uma ant...
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— Graças aos deuses! — exclamou a rainha.
Depois do baita susto que tomamos, mesmo que estivéssemos em choque e felizes, fomos rápidos ao tentar tirá-las de dentro do calabouço. As grades eram revestidas de piche, o que não facilitou muito para o nosso lado, mas demos um jeitinho. Felipe ateou fogo nas grades, enquanto eu tentava encontrar alguma forma de derrubar a parede de pedras ao lado, o que colaboraria na hora de fazer com que as grades caíssem por terra. Volta e meia eu olhava para trás, me certificando de que não havia nenhum Sombrio por perto, o que era estranho visto que nenhum aparecer por ali desde que chegamos.
Tinha algo muito, muito errado nisso tudo.
Quando finalmente o ferro das grades começou a derreter, usei todos os meus elementos juntos e com a maior potência para que o muro caísse. Senti como se minhas energias estivessem se esvaindo, mas consegui derrubar as pedras, o que ajudou as grades a caírem. A mulher loira e esbelta correu em direção ao filho e envolveu-o em um abraço apertado e cheio de emoção. Ambos choravam. Mas eu que não ia estragar o momento do reencontro! Entrei no calabouço, com cuidado para não pisar no ferro quente, e fui ao encontro da outra mulher. Pelo que parece, era a rainha Sofia, do reino do Verão.
— Majestade?!
Seus olhos âmbar se voltaram na minha direção. Fui ao seu encontro e a fiz se apoiar em meu ombro para depois carregá-la até o lado de fora. Todas as duas realmente pareciam esgotadas, tanto emocional, quanto fisicamente. Ambas estavam desnutridas, as maças do rosto fundas e os olhos perdidos. As rainhas se sentaram em uma pedra grande e negra enquanto eu e Lipe nos entreolhávamos. Entretanto, os olhos azuis da Lorena não desviavam um minuto sequer do filho.
— Pronto. — eu disse, suspirando — Precisam de algo? Porque temos que sair daqui o mais rápido possível!
Vi os olhos da rainha Lorena brilhando em compaixão, mas assim que me virei para o outro lado, observando o rosto pálido e fino da outra, a apreensão tomou conta de mim. A expressão no rosto da rainha Sofia era de surpresa, intriga e tristeza. Mas não podia falar nada, afinal, elas ficaram trancadas aqui em baixo por muito, muito tempo. Eu só não entendia porque ninguém queria dizer nada!
— Sofia, o que houve? — perguntou Lorena Inter.
Mas Sofia não respondeu. Ela se levantou e caminhou em minha direção. Era como ver um fantasma de uma mulher que um dia fora a rainha mais calorosa e esplêndida de todas as estações. A princípio, fiquei receosa e dei alguns passos para trás, mas assim que encontrei o olhar terno de Lipe me acalmei. Ela franziu o cenho enquanto observava minimamente o meu rosto, como se quisesse guardar cada traço. Então, ela me surpreendeu com um abraço apertado e lágrimas nos olhos.
— Anna... — sussurrou quase incompreensivelmente.
Enrijeci e olhei para o fundo, procurando a ajuda do Felipe. Ele veio rapidamente ao meu alcance.