02 | O R i t u a l D e E v e

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     Demorou um pouco para que eu não me sentisse completamente perdida

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     Demorou um pouco para que eu não me sentisse completamente perdida. O dia já tinha sido agitado, era ainda pior se eu ficasse indo de lugar em lugar — a sensação era de que eu nadava de um lado para o outro, nunca sabendo se iria me afogar ou o quão profunda a água seria. Mesmo assim, eu segui Tatiana e Larissa até o local que ocorreria a Cerimônia. Percebi que todos os outros alunos também estavam deixando seus aposentos e indo na mesma direção que nós. A maioria conversava animadamente.

     A maioria de conjuradores estava trajando seus próprios mantos, túnicas ou vestidos de cores lisas e variando entre tons de verde, vermelho, amarelo e azul. Era um verdadeiro arco-íris ambulante. Se a lua não estivesse no alto do céu, o caminho teria sido iluminado ainda assim por esferas de luz que atravessavam de lado a lado nas mãos de conjuradores. Encolhi-me diante do pensamento que eu ainda não era capaz de conjurar uma simples luz.

     Caminhei com as meninas até o solo do campus, em uma trilha iluminada que ficava entre o jardim e os outros espaços de lazer — eu já a tinha visto, mas nunca quis adentrar aquela mesma floresta de onde tinha saído. A trilha era iluminada com luzes fluorescentes e pedras azuis, parecidas com cristais, que pulsavam como se tivessem vida própria. Isso dava uma sensação do lugar ser mágico, dava mais expectativa. E como todos seguiam o caminho sem hesitação, soube que iam ao ritual com frequência. Limitei-me a seguir as meninas e o resto das pessoas que também caminhavam.

     A Cerimônia, pelo que descobri caminhando mais, era feito em um pequeno castelo, perecido com um templo. Era uma construção em mármore branco, composta por pilastras com mais de quinze metros espalhadas e contornadas por diversos cristais que pareciam ter nascido ali mesmo. Era possível ver várias estátuas também. E a escola não pecava com a segurança do templo. Para entrar no espaço, era preciso passar por duas sentinelas que liberavam a passagem após certificar que éramos usuários e pó dourado. E foi aí que um pensamento estranho me ocorreu: tinham outros que não eram conjuradores? 

     Segui os mesmos passos que as garotas. Ás vezes, eu ficava impressionada com uma coisa ou outra que via e acabava parando por alguns segundos. Logo depois, fui liberada para ver a parte de dentro da linda construção. E eu só tinha o que elogiar! O interior era composto por lustres enormes feitos em mínimos detalhes com ouro branco, bancos extensos para os alunos estavam enfileirados no grande espaço do centro, da direita  da esquerda, e um grande palanque na frente de todos, onde ficavam cinco tronos, — os quatro das beiradas eram pequenos e o do meio era maior em altura e comprimento.

     Sentei-me ao lado da Tatiana e, observando melhor, pude perceber que todos só sentavam juntos da sua associação. Era como se todos já soubessem com quem se sentar, quais daquelas pessoas seriam favoráveis aos seus reinos quando se tornassem reis e rainhas. Muito restritivo, eu pensei, amizade feitas fora de associações eram vistas como erradas. Mexi-me desconfortável quando percebi que estava recebendo olhares de várias pessoas. Era por estar usando a cor errada? Porque eu realmente não sabia qual era a minha terra natal!

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora