35 | L ó t u s B r i n c a C o m O P a s s a d o

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Felipe

- As meninas estão demorando demais. Onde está a minha mãe? - os dois garotos começaram a ficar preocupados com o fato de o plano não dar certo - Eu seguro o meu pai aqui na biblioteca. Procure as meninas.

- Certeza? - Felipe perguntou.

- Claro - Leonardo revirou seus olhos esverdeados - É só eu fingir que estou interessado na política do reino. Meu pai me enche com isso já que eu sou o herdeiro.

Felipe desejou sorte ao amigo e correu pelos corredores brancos e enormes. Enquanto corria, se lembrou de todas as vezes em que esteve ali na mesma situação, correndo. Geralmente, ele corria de suas professoras ou dos guardas, mas os momentos mais legais eram quando corria com sua irmã, com Rafael e com a Anna. Nessa ocasiões o castelo ficava cheio de vida, como se realmente fosse o seu lar.

Lar.

Essa era uma palavra estranha para ele, pois eram poucas vezes que já havia se referido ao Inverno como o seu verdadeiro lar. Quando essa palavra despontava em sua mente, consequentemente, vinham as palavras: conforto, amor, harmonia. Era um refugio para a dor, o medo e a solidão. Antigamente, isso se aplicava à Anna. Agora, isso se aplicava à Teresa. Ele tinha certeza de que ela era o seu lar.

Não era atoa que ele havia ficado perdido quando Teresa havia sumido por alguns meses em Moscou. Para ela poderiam ser apenas semanas, mas o tempo era contado diferente no mundo dos humanos e dos conjuradores. Ficar sem ela o deixara perdido, sem contar que o fizer ficar muito tempo na presença da princesa Lívia.

Felipe estava quase passando pela porta principal do salão quando, de repente, sua irmã surgiu ao lado de um guarda. Ele se escondeu perto de uma pilastra e ficou observando a cena.

- Olhe aqui, eu já disse o que eu estava fazendo. - disse ela.

- Sim, senhorita. Mas eu tenho ordens para levá-la aos treinos no jardim oeste.

- Bem, sendo assim, gostaria de ir sozinha.

- Receio dizer que terei de acompanhá-la. - ele manteve sua postura rígida, o que não era muito fácil quando se tratava da sua irmã, Felipe sabia. Tatiana era muito insistente.

- Só vou falar mais uma vez, - ela se aproximou do guarda, como se estivesse o afrontando - eu disse que quero ficar sozinha. Compreende? - Tatiana se abanou com as mãos, fazendo drama - Estou com...problemas femininos, está bem?

O guarda imediatamente mudou sua postura, ficando meio vermelho e desconfortável. Felipe segurou um riso.

- Pois bem, como acha que me sinto agora? - sua irmã cruzou os braços e fungou - Estou humilhada. Ainda se atreve a me seguir? Conseguiu o que queria?

- E-eu peço... perdão, alteza. - ele fez uma reverência rápida - Não queria...humilhá-la. Vou me retirar agora mesmo.

Tatiana esperou um pouco no salão e, quando viu que não havia ninguém, seguiu na direção das salas de entretenimento. Porém, antes que ela conseguisse fazer algo, Felipe pegou seu o pulso. Ela quase gritou com o susto.

- Minha Deusa, Felipe. O que foi? O que está fazendo aqui?

- Vim verificar o porquê de tanta demora. Já conseguimos levar o rei Carlos para a biblioteca, estamos tentando enrolá-lo. Aliás, bela interpretação com o guarda.

Tatiana revirou os olhos.

- Espera! - ela arqueou suas sobrancelhas loiras - Deixou o Leonardo distrair o rei? Ficou maluco?

- Não é só que...

- Minha Deusa! - ela voltou a andar e Felipe a seguiu - É melhor nós irmos rápido, senão é capaz de o rei ficar estressado e sair correndo da biblioteca.

AMOR PERDIDO (Revisão)Where stories live. Discover now