34 | O l h a r I n o c e n t e

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Teresa

A festa toda parecia estar prestando atenção no que estava acontecendo, o único som vinha da música, porque o povo estava calado. Nesses momentos eles ficavam em silêncio?! Isso era a maior injustiça, porque eles não estavam nem aí para o que tinham acabado de ouvir, ainda mais bêbados do jeito que estavam, e eu apostava que eles estavam torcendo para ver uma boa luta.

Encarei Felipe, que estava meio aturdido, sem saber se, provavelmente, a garota na sua frente era real ou uma alucinação. Enquanto isso, eu fiquei parada perto do palco feito uma idiota, e a Tatiana e o Leonardo se colocaram na minha frente, tentando amenizar a situação. Porque mesmo que nada tenha acontecido, era óbvio para todos que iria acontecer. E não era coisa boa.

— Vou ter que perguntar de novo? Que droga está acontecendo aqui? — perguntou Lívia.

— Olha, foi tudo um mal entendido, nós só estávamos, quer dizer, eu só estava...

— Você sempre foi uma invejosa não é, Teresa? — Cortou Lívia com um sorriso debochado.

Fiquei de boca berta.

— Se não percebeu, estou tentando explicar que...

— Não precisa explicar o óbvio — Falou revirando os olhos — Acho que além de ter visto com meus próprios olhos, nosso querido príncipe fez o favor de compartilhar com todos a vadia barata e sem graça que ele pega quando não esta comigo.

Fiquei com raiva, digo, muita raiva. Juro que eu não entendi o que estava acontecendo até ouvir os gritos. Minha visão parecia esta tingida de vermelho. Eu tinha ódio daquela vaca.

— BRIGA! BRIGA! BRIGA! — Entoava a multidão enquanto nos circulava, e... Agora sim entendi o que aconteceu. Eu já estava em cima da Lívia, puxando seus cabelos.

Ela deu um grito e então me jogou pra trás enquanto se colocava de pé.

— Vou mostrar quem é vadia barata e sem graça aqui. — Falei com os olhos brilhando em fúria.

Minhas mãos se mexeram involuntariamente e então lançaram fogo no vestido horrendo e exagerado que a 'princesinha' usava.

— Não pense que fico pra trás — falou tomando fôlego, após apagar as chamas do vestido agora chamuscado, enquanto lançava uma torrente de ar, que me jogou de costas contra a parede.

Soltei um gemido sentindo as costas doloridas e assim que me afastei da parede mantendo o equilíbrio, notei Tati do meu lado.

— Tessa, vamos embora.... Não precisa fazer isso. Deixa ela.

— Ah! mas não mesmo! Aquela vadia vai ter um gostinho das minhas habilidades. — Exclamei enquanto ouvia Felipe cantando desafinado ao fundo.

Foquei os olhos nos castanhos da Lívia, imaginando um truque, e então sorri para o gelo que deslizou na direção da princesa, qual vinha em minha direção, fazendo-a deslizar.
Não perdi meu tempo enquanto corria para cima dela, agora caída no chão, e lançava minhas mãos estapeando-a.

Fiquei satisfeita com o grito de dor dela, mas então me vi embaixo, em posição invertida, enquanto suas unhas arranhavam meu rosto provocando ardência.

— ELE. É. MEU — Disse a morena com olhos furiosos puxando meu cabelo.

Empurrei-a para o lado e quando ia atacar, uma voz nos interrompeu meio incrédula

— Estão brigando por conta de um garoto?!?! Sério???

Tres coisinhas a se dizer: 1:° Não notei que a musica tinha parado; 2°: Fiquei estressada por o garoto não saber que estávamos falando dele (o que era óbvio) e 3°: Nos viramos pra Felipe em perfeita sincronia, e creio que nossos olhares não era dos melhores, pois ele se encolheu passando a mão pelos cabelos.

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora