AMOR PERDIDO (Revisão)

40 | A r t i f í c i o s S o m b r i o s

Teresa

Tudo estava uma verdadeira confusão. Quando chegamos em Luminus, nosso plano de ir e voltar do Vale dos Caídos sem sermos descobertas deu errado. Isso tudo por conta de Lívia Orphman. Tínhamos que contar aos reis e rainhas o que houve, mas a história não tinha acontecido em Luminus. Eu, Tatiana e Megan estávamos como testemunha, Ottavio tinha desaparecido assim que chegamos no castelo. Os guardas vieram ao nosso encontro e carregaram Megan e Lívia para dentro.

A coisa ficou difícil para a família Orphman.

Fomos permitidas entrar na sala de reunião para relatar o que houve, uma de cada vez para confirmar a história certa. Porém, mesmo estando do lado de fora, conseguíamos ouvir os reis e rainhas discutindo no interior do salão. Além das lágrimas da rainha Orphman. Afinal, não era fácil saber que sua filha tentou matar a outra e que, além de tudo, trabalhava para os Sombrios. Pelo menos, era o que acreditavam: Lívia estava do lado inimigo.

Durante a minha volta não consegui me encontrar com o Felipe, e eu queria muito poder conversar com ele. Tati havia dito que ele, Leo e Lucas estavam ocupados com os generais. Cada estação tinha 4 generais espalhados nas principais cidades, mas com esse período de guerra os 16 se reuniram em Luminus. Os príncipes e princesas ficavam o dia todo trancados na salão de luta para desenvolver estratégias e caçar os inimigos. E isso não estava dando muito certo visto que todos os Sombrios que pegavam não falavam nada.

E Natan continuava desaparecido, assim como meu colar.

Falaram que eu e Tati precisávamos descansar, mas eu não consegui dormir. No outro dia, minha cabeça estava latejando e a preocupação não parava. Preocupação por conta da guerra. O Vale dos Caídos estava silencioso, e isso não era um bom sinal. Isso significava que as tropas inimigas estavam preparando-se e que a batalha podia estourar a qualquer momento. As estações foram alertadas e os alunos da Escola Real também, mas nunca tinha como se preparar totalmente para uma guerra. Uma das evidências foi quando, logo depois do café da manhã, os Sombrios começaram a atacar a escola e os arredores do castelo.

— TODOS FORA DO JARDIM PRINCIPAL! — Gritou um dos guardas.

Nossos professores nos mandaram para as salas subterrâneas. Os jardins estavam sendo atacados desde manhã, outras estações também, principalmente nas áreas próximas às famílias reais. No entanto, era importante para nossos superiores que continuássemos preparando-nos, ou seja, treinando habilidades físicas e mágicas até cairmos cansados. 

O subterrâneo era maior do que eu imaginava. Havia 30 alas diferentes equipadas com tudo que precisássemos. Uma ala ficou com os conjuradores do Inverno, outra com a Primavera, a oposta com o Outono e a seguinte, com o Verão. Por conta de eu e Felipe sermos os únicos a manusear todos os elementos, treinamos juntos. Um general do Inverno quis ficar conosco para dar mais sugestões e aplicar táticas de guerra. 

— Acerte o pescoço, Teresa! — gritou Denny.

Tentei direcionar meu punho para o pescoço do Felipe, mas ele desviou e acabei acertando a parede. Soltei um palavrão e me agachei rápido para não ser golpeada. Denny gritou algo sobre usar magia para não nos desgastar fisicamente, então foquei na parte do Felipe que ele mais usava: suas mãos. Primeiro, as congelei, e depois, dei uma rasteira para que não conseguisse levantar. Claro que ele podia reverter facilmente qualquer magia que eu lançasse contra ele, então, quando ainda estava no caído, sentei em cima da sua barriga e o prendi no chão.

— Bom trabalho, Teresa. — Os olhos castanhos do Denny pousaram em Felipe — Está distraído hoje, não? 

Saí de cima do Lipe e estendi as mãos para ajudá-lo. Ele aceitou a ajuda e resmungou algo para Denny. Com esse mal-humor, não estava em seus melhores dias, eu só não sabia o porquê. Voltamos a treinar mais uma vez e eu ganhei novamente. Denny ficou impaciente.