Capítulo Quatro.

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Maju narrando:

Uma semana havia se passado, minhas férias estavam completamente sem animação. Porque em primeiro lugar, não gostava dos hóspedes da minha casa de praia, não gostava daqueles favelados e tenho certeza que eles nos roubariam, até tinha medo de dormir de noite e um deles entrar pela porta e me assaltar, queria logo que eles fossem embora e por isso nem interagia lá, ficava mais na minha, não participava das festas, ficava só de longe ou no jardim. Em segundo lugar, esse mal-estar não passa, já tomei remédio mas só parece piorar, não contei pra Rafa porque não queria preocupa-lo ou acabar com as férias dele.

Sempre aquele Luan ficava me olhando, as vezes nossos olhares se encontravam e eu bufava rolando os olhos, eu odiava ele e ele também me odiava. E viver debaixo do mesmo teto que ele é o cúmulo do absurdo, mas esperava o dia deles irem embora pra sempre!

Era sexta e sentei-me na frente do notebook em plenas às sete da manhã, tinha acabado de comer muito e vomitar tudo em seguida. Não conseguia segurar comida no estômago. Fui até o Google pesquisando resultados sobre os sintomas que sentia, todos as pesquisas me levavam sempre à um resultado ''gravidez'' mas eu não podia estar grávida, claro que não, que absurdo!

Peguei minha agenda com meu calendário menstrual e vi realmente que estava atrasada um mês. 

Foi nesse momento que me desesperei totalmente, mas não tinha certeza, eu iria ter agora!

Tomei um banho vestindo uma calça jeans lavagem clara, uma bata floridinha, rasteiras e amarrei o cabelo em um rabo de cavalo alto passando uma simples maquiagem. Ali em Angra dos Reis tinha hospitais que pegavam meu plano e era lá onde iria.

─ Vai pra onde? ─ questionou Rafael e suspirei processando alguma mentira na cabeça.

─ Vou dar um passeio por aí.

─ Toma cuidado.

Assenti passando meus olhos por Luan que também me encarava, Priscila deveria estar dormindo mas não queria estressa-la ou dar preocupação, principalmente agora que ela estava grávida.

Grávida...

Essa palavra me causava um arrepio tão grande.

Pedi o táxi descendo em frente ao hospital e dando meu cartão com plano de saúde, a recepcionista anotou tudo e pedi o teste de sangue Beta HCG, ela mandou-me aguardar na recepção até me chamarem para coleta. Eu estava muito ansiosa, sentia um frio, sentia um medo, enquanto esperava ponderei... Merda! Minhas mãos suavam e sentia o calor tomar conta no meu corpo mesmo no ar-condicionado. A enfermeira surgiu carregando uma ficha nas mãos.

─ Maria Júlia Arezzo Ferreira ─ chamou-me e me levantei rápido quase tropeçando. Eu rezava pra dar negativo e então eu poder levar minha vida, mas estava com todos os sintomas.

─ Está com quatro horas em jejum? ─ a moça da coleta perguntou e assenti, ela amarrou com uma liga meu braço e sorriu. Quase chorei quando senti aquela picada da agulha grossa em meu braço.

Fiz todo o processo e saí segurando o algodão em meu braço e completamente nervosa e ansiando pelo resultado que sairia em menos de trinta minutos por eu ter um plano vip.

Me sentei contando os minutos. Parecia uma eternidade.

Logo estava pronto e pude buscar na recepção.

Com as mãos trêmulas abri aquele resultado e deparei-me com a seguinte coisa.

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TESTE SANGUÍNEO BETA-HCG ─ Maria Júlia A. Ferreira

12987609: (Qualitativo)

Unidade: Unidade de Saúde Angra dos Reis

Apenas um TraficanteWhere stories live. Discover now