Capítulo Cinquenta e Dois.

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Maju narrando:

Douglas fez um sinal colocando o dedo sobre os lábios para que eu fizesse silêncio, os passos de Luan se aproximavam cada vez mais.

─ Maju? Onde tu tá? ─ Luan perguntava, meu coração estava tão acelerado que me tremia, precisava me controlar.

Douglas me soltou devagar e foi tirando a pistola da minha barriga agora apontando pra porta, bolei rapidamente um plano estratégico em minha cabeça. Usei meus saltos pra chutar com toda minha força Douglas, o chutei no abdômen e o mesmo caiu na parede fazendo sua cabeça bater na mesma, seu revólver foi parar longe e me levantei chutando pra mais longe ainda.

─ Luan?! ─ gritei com todas minhas forças. ─ Me ajuda, socorro!

Ouvi os passos rápidos até o cômodo e Luan surgiu com os olhos esverdeados arregalados demonstrando nervosismo, era a segunda que vez que quase via a morte e todas essas duas vezes foram por causa de Luan.

Em apenas um momento Luan sacou o revólver da cintura e apontou pro Douglas que levantava com um sorriso nos lábios, não sabia de onde havia arranjado tanta coragem, mas foi impulsivo, não ia deixar ele acabar com a minha vida e da minha filha que ainda nem tinha nascido. Instantaneamente as lágrimas desceram pelo meu rosto, eram tantas que nem sabia de onde estavam vindo, era coisa do momento, era a adrenalina, permanecia imóvel e sem expressão, meu coração estava descompassado e eu arfava com medo, com medo de morrer.

─ Pra uma patricinha... ─ Douglas se levantou passando a mão sobre o nariz que sangrava. ─ Até que tu é bem corajosa.

─ Se afasta dela, Douglas ─ Luan gritou.

Puta que pariu!

─ E se eu não afastar? Tu vai fazer o quê? Vai atirar em mim? ─ Douglas sorriu com ironia, o mesmo caminhou em passos lentos até mim. ─ Vamos falar a verdade aqui, que tal? Vamos falar a porra da verdade aqui!

Senti as mãos de Douglas me puxarem com força, eu acabei caindo no chão e quase por cima da barriga, mas me equilibrei, eu não conseguia ter reação, não sentia minhas pernas, aquela adrenalina me fez ficar totalmente imóvel.

─ Tu tá drogado Douglas, solta ela agora! ─ Luan apontava a arma pra nós. 

─ Eu já disse que não vou soltar porra nenhuma! ─ Douglas me segurou pelos cabelos e tirou um canivete do bolso abrindo-o. ─ Não antes de acabar com a vida dela.

Senti o canivete ser passado delicadamente pelo meu braço, meu coração só faltou saltar pela goela.

─ Tu é uma gostosa, tô louco pra tirar essa tua roupa aqui...

─ Para... Para, por favor! ─ eu sussurrava sem conseguir ter controle sobre mim.

─ Douglas, caralho! Solta ela agora! ─ Luan gritou ainda com a mira em nós.

Douglas me empurrou no chão com força e apontou o canivete pra Luan.

─ Tu é uma desgraça mesmo, sabia? Tu não morre de jeito nenhum, só vive pra ser um empecilho na minha vida, matar teu pai foi bem fácil, agora tu... ─ Douglas dizia em um tom alto. Os olhos de Luan brilharam naquele instante. ─ Vamos falar a verdade aqui, é Luan, quem matou teu pai não foi a polícia não, nenhuma bala perdida, eu só inventei isso e todos vocês caíram como idiotas que são.

Vi os olhos de Luan se enchendo de fúria, eles estavam se avermelhando e podia a força que Luan colocava no revólver firme em sua mão.

─ Quer que eu confesse? Foi, eu matei o desgraçado do teu pai e vou matar tu também, a Rocinha é minha e tu só atrapalha meu comandando naquela porra ali, fica querendo colocar ordens, ninguém manda em mim, teu pai mandava mas eu matei ele, já te contei como foi? ─ Douglas sorria com ironia. ─ A gente tava na laje, teu pai todo chorão lá em baixo, ele tava muito vulnerável, sabe? Havia perdido a mulher, não queria ver o filho de jeito nenhum, não queria mais o papel de pai de família, ele não queria mais vocês, ele mesmo me disse. Disse que sem a mulher não era nada, bom, eu já tinha matado sua mãe dando uma notícia falsa, matar seu pai já estava em meu plano, depois mataria você e seu irmão, e pronto, a família Lima não existiria mais, e quando meti a bala na cabeça do teu pai, você não sabe o prazer que me causou, tentei meter uma bala em você também mas acho que tu é duro na queda mesmo!

Apenas um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora