Capítulo Cinquenta e Sete.

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Maju narrando:

Hoje era quarta-feira, dia de ultrassom do sexto mês.

Me levantei cedo, tomei um banho gelado, vesti um conjunto de calcinha e sutiã rosa bebê, em seguida coloquei uma calça lavagem azul claro e uma blusa branca com uma estampa florida. Saí do banheiro escovando os dentes e visei Luan sentado na beira da cama, ele mexia no celular com uma cara séria, ainda estava desarrumado.

Fui até o banheiro de novo e terminei de escovar os dentes saindo e calçando a sapatilha cor salmão, penteei os cabelos recém lavados e passei perfume pegando a necessaire com minhas maquiagens.

─ Amor, você não vai se arrumar? ─ gritei e Luan apareceu sério.

─ Não vai dar pra mim ir, teve um problema na boca e preciso correr pra lá, vou pedir pro RL ir contigo.

─ Aconteceu algo grave? ─ indaguei passando batom.

─ Nada demais ─ senti tensão em sua voz, ele veio até mim, me abraçou por trás e beijou minha bochecha com amor. ─ Quando chegar quero saber de tudo.

Ele saiu do banheiro e assenti voltando a passar o batom, terminei tudo ali e guardei pegando minha bolsa de colo e colocando tudo que precisava dentro, quando terminei de arrumar minhas coisas desci e tomei um pouco de água.

─ O RL já te espera aí na porta, cuida logo menina! ─ Julieta foi me expulsando da cozinha e corri até lá fora encontrando o carro do RL estacionado.

─ Bom dia, flor do dia ─ ele abriu a porta do carro e bufei adentrando.

  ─ Bom dia, cadê a Priscila? ─ perguntei colocando o cinto.

─ Escola, hoje é dia de prova e ela tava toda estressadinha, ela lascou uma mãozada na minhas costas hoje só porque falei que a maquiagem dela tava borrada.

Eu gargalhei alto e RL deu partida ligando o rádio, fomos em silêncio mas resolvi quebrar o mesmo no caminho.

─ O que aconteceu na boca? ─ perguntei e RL me olhou rápido.

─ Nada pra falar a verdade, Luan não pôde vim, ele não pode ser visto por aqui.

─ E custava ele me dizer isso?

─ Não sei, não te contei nada, ele só tá tentando deixar o tráfico... sabe... ele tá se esforçando muito, por você.

Eu assenti e repousei minha cabeça no banco, fiquei olhando a paisagem pelo vidro até chegarmos na clínica. Desci do carro sentindo o vento assoprar meus cabelos e os bagunçar por completo. RL e eu atravessamos e entramos rápido na clínica, a sala de espera estava vazia por conta do horário, me apressei em ir na recepção e dar minhas informações.

Dentro de cinco minutos fui chamada, acompanhei a recepcionista até a sala do doutor Robson e adentrei com RL que já foi se sentando.

─ Bom dia, Maria Júlia ─ ele sorriu se levantando e me cumprimentando.

─ Bom dia, doutor Robson.

─ Vamos lá ver essa pequena!

Antes de ir bater a ultrassonografia, ele me pesou e anotou, mediu a massa e também anotou, e finalmente fomos até a sala onde estavam os equipamentos de ultrassonografia.

Me deitei na maca e levantei a blusa deixando minha barriga à mostra, olhei para RL que sorriu e pude ler em seus lábios ''gorda'', dei língua pro mesmo e esperei o doutor Robson ligar os aparelhos. Ele passou aquele gel verde e gélido por toda a extensão de minha barriga, aquele gel não era de Deus, em seguida pegou a máquina e começou a desliza-la por minha barriga, fazia movimentos circulares, e olhava atentamente pra tela.

Apenas um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora