Capítulo Quinze.

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Maju narrando:

Estávamos saindo da casa dele, aquele cheiro dele me fazia querer espirrar e me causava um enjoou. Mal acreditava que estava indo bater uma ultrassonografia, mas queria saber mais sobre o bebê que habitava em minha barriga, não sei porque mas tinha essa curiosidade.

Estava dentro de uma calça jeans com alguns detalhes rasgados e um moletom cinza folgado, disfarçava perfeitamente a barriga que mal aparecia.

─ Eu só tenho essa, agora estão todas apertadas porque estou engordando ─ falei deixando transparecer um deboche. Está no mesmo teto já é ruim, imagina no mesmo carro, com o seu cheiro impregnado no ar. Fitei a traseira do carro e havia duas armas enormes lá e no pota-luvas um revólver. Ele iria matar alguém?!

Me encolhi com um pouco de medo e fitei fora da janela, estávamos próximo da praia de São Conrado e paramos bem próximo dali.

─ Vem, anda rápido que por aqui fica uns vermes ─ ele pegou o revólver metendo na calça jeans.

Fitei seu rosto com os olhos arregalados, o analisei dos pés à cabeça sem acreditar.

O vento da praia pegava em seus cabelos claros fazendo-o cerrar os olhos esverdeados, dentro de uma calça jeans escura e uma camisa polo vermelha e Nike branco, ele andou na frente me deixando pra trás. Subimos o calçadão e fomos em direção à uma grande clínica ''Clínica da Ultrassom''.

Adentramos o estabelecimento que estava um pouco vazio, talvez pelo horário e Luan nem aguardou pra fazer a ficha ou outra coisa, foi logo em uma sala adentrando-a se convites.

Mal educado.

Dentro da sala estava um médico bronzeado, de meia idade eu suponho, cabelos grisalhos e olhos escuros que anotava algo em uma prancheta.

─ E aí tio, como tá as paradas? ─ Luan se sentou e espichou-se. O homem sorriu em direção à Luan.

''Dr. Robson Mendonça ─ Ginecologista/Obstetra'' li em seu crachá suas informações.

─ Olá Luan, bom dia, as paradas estão ótimas e como está sua vida? Como está seu irmão?

─ Muito crime, muita droga, muito perigo e assim vai... E Gabriel tá bem, graças à Deus.

Luan era um traficante que falava pra Deus e pro mundo quem era?! Ou ele conhecia aquele Doutor muito bem...

─ Fico feliz por seu irmão estar bem. Então, quem é essa senhorita?

─ Essa é Maria Júlia, foi no nome dela que marquei a ultrassonografia, e podemos bater logo pra saber sobre tudo? Eu não tenho muito tempo ─ disse bronco e o Doutor levantou-se e me guiou até uma sala escura entrando em uma porta de metal no mesmo cômodo, Luan não entrou e então gelei, me sentia mais segura com ele.

─ Luan não vai vim? ─ perguntei.

─ Ele vai esperar lá fora, tudo bem, não precisa ficar tensa, deite e levante a camisa deixando sua barriga à mostra.

***

Ele deslizou o aparelho pelo gel gelado que estava espalhado na minha barriga, eu tremia, na tela LCD estava uma imagem mega embaçada e distorcida que aos poucos foi mostrando um pontinho branco e bem pequeno. O Doutor apertava o aparelho contra minha barriga com delicadeza e apertava alguns botões do teclado que nunca havia visto, escutei um barulhinho rápido de tum tum tum, era o coraçãozinho?

  ─ Você está caminho pros dois meses, está com sete semanas e vinte e oito dias, ainda não dá pra descobrir o sexo mas quando estiver com os cinco ou seis já podemos tentar novamente ─ ele sorriu.

Apenas um TraficanteWhere stories live. Discover now