Capítulo Quarenta e Três.

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DG narrando:

Raiva!

Eu sentia muita raiva, mas muita raiva mesmo!

Era pra bala ter se alojado e Luan ter morrido, mas não aconteceu, por qual diabos aquela vadia tinha que surgir?

Mas por um lado foi bom, eu podia usar Lívia em meu novo plano contra Luan! Fui até a sala do médico que estava cuidando do caso do Luan e tirei minha pistola batendo com ela sobre a mesa e deixando-o de olhos arregalados, eu sabia quem era ele, o mesmo já havia me costurado diversas vezes. Mas eu o mataria se ele não me desse o quê eu desejava, e aquilo me comprometia.

─ Cadê a bala, porra?

─ Que bala?

─ Não se faz de desentendido, se tu não me disser onde tá a bala eu meto uma na tua cabeça e te mostro que bala é essa. Eu quero a bala, a bala que estava no ombro de Luan, eu quero ela agora se tu não quiser morrer!

─ Não sei do que você está falando, Douglas. Eu tirei aquela bala, mas ela foi pro lixo, mas por quê você queria aquela bala?

─ Não é da sua conta porra, e espero que você não esteja mentindo ─ eu ameaço e saio da sala.

Me encosto na parede e bato minha cabeça ali, espero que essa merda de médico não esteja mentindo, se algum esperto tiver pegado essa bala eu tô lascado, mas ninguém mente pra mim então fiquei suave.

Saí dali ficando de longe e observei Maju sentada, ela estava sozinha, ela mexia no celular e sorria de forma doce e ingênua, um dia eu ainda vou fazer o quê bem quiser com ela e não existirá nenhum Luan pra me impedir, pra ser um empecilho, eu iria fazer o quê quiser com toda a Rocinha e mal esperava essa hora chegar!

Saí dali e esfreguei as mãos em direção à saída, Luan ainda iria me pagar! Ou melhor, eu iria apagar ele!

Maju narrando:

Já ia dar quatro da tarde, eu já tinha ido em casa, trocado de roupa, lanchado, tomado um banho e descansado e agora estava com o Gabriel esperando o médico terminar de atender um paciente para nos levar até Luan, ele já havia descido e estava em um leito em um dos quartos e já podíamos visitar ele.

O médico veio em nossa direção e sorriu nos chamando para acompanha-lo. Gabriel segurava com firmeza em minha mão e estava ansioso demais pra ver Luan, e nem preciso falar que meu coração falta explodir.

Chegamos em um quarto e havia dois vapor na porta, eles estavam armados e me olharam com um sorrisinho de lado assim que me aproximei.

─ E aí, patroa, tudo nos trinque? ─ um deles me cumprimentou e assenti sorrindo com nervosismo.

Gabriel cumprimentou eles também e me concentrei na batida do meu coração, parecia mais uma escola de samba, e piorou mais ainda após o médico deixar que adentrasse ao cômodo branco. Assim que o vi senti minha garganta secar e o som do meu coração batendo forte foi o único som que ouvi no momento. Meu peito ardeu e encheu-se, estava com tanta saudade do meu amor, pra mim era uma eternidade ficar longe do mesmo.

Estava imóvel o vendo.

Luan estava respirando pelos aparelhos, estava com o lençol cobrindo apenas a metade de seu abdômen pra baixo e deixando seu peitoral à mostra e junto aquela tatuagem que me fascinava, havia um grande curativo no ombro, meu peito doeu ao vê-lo de olhos fechados e cheio de tubos. Ele continuava lindo, mesmo estando desacordado e um pouco pálido, mas ainda era o meu Luan e mal podia esperar pra ver aqueles olhos esverdeados colados aos meus novamente.

Gabriel correu até uma poltrona que havia do lado do leito e se sentou pegando na mão livre de Luan que não estava com o soro.

─ Maninho! Eu pensei que você tinha me abandonado igual mamãe e papai, mas você não me abandonou, eu pensei que ia te perder, eu pensei que ia perder minha única família ─ Gabriel falava baixinho mas escutava mesmo assim.

Até o coração mais congelado se derretia com a cena de Gabriel segurando a mão do irmão enquanto conversava com o mesmo. Eu me aproximei analisando Luan mais de perto e tocando seu rosto pra ver se era real ou um sonho, mas o senti, senti aquela barba roçar meus dedos que tocavam seu rosto.

─ Eu tô sentindo muita falta sua, e tô sentindo falta de você brigar comigo ─ ele falava olhando firme pra Luan.

Segurei no ombro de Gabriel e apertei devagar, o mesmo me encarou com olhos esverdeados cheios de lágrimas e não me contive também.

─ Se eu pudesse eu queria estar no seu lugar, maninho.

─ Ele vai ficar bem, Gabriel. Logo ele vai estar com a gente de novo, firme e forme ─ tranquilizei-o suspirando fundo.

Sentia falta daquele homenzarrão me forçando beija-lo, parecia que cada vez esse sentimento ficava mais forte, mesmo várias pessoas querendo destruir meus sentimentos por Luan, mas isso não aconteceria, eu amava Luan e não era por causa de algumas pessoas que iria deixar de amar o mesmo.

É até engraçado pensar na minha história com Luan, o quanto eu mudei, mas dizem por aí, que o amor muda as pessoas.

E agora eu sabia que ele muda mesmo.

Me aproximei beijando o rosto de Luan com delicadeza e sentindo aquela barba roçar meus lábios, aquele cheiro dele foi inalado e senti-me mais confortada de certa maneira, Luan sabia como me confortar e ele sabia exatamente como me trazer paz.

Mal esperava ele acordar.

Três dias depois...

Luan havia sido tirado do coma induzido antes de ontem, mas até agora não havia acordado e o médico disse que podia demorar um pouco, ontem de manhã foi retirado os aparelhos respiratórios e de início ele demorou pra estabilizar a respiração mas logou conseguiu respirar sem os aparelhos e isso foi mais um motivo de comemoração para mim.

Luan estava se recuperando rápido, mas aguardava ansiosamente para ver aqueles olhos me fitando.

Já era duas da tarde eu acho, estava aqui no hospital na sala em que Luan estava, não deixava ele por momento nenhum, era preciso as enfermeiras me expulsarem daqui quando o horário de visita terminava. Não queria sair do lado dele nunca mais, queria ver ele acordando.

Hoje estava fazendo muito calor como de costume, estava de short jeans e uma camiseta azul bebê que deixava minha barriga bem marcada. Eu quase não via Lívia já que só vivia por aqui, mas creio que ela ainda não foi embora, não antes de Luan ter acordado. Estava segurando a mão de Luan e conversando com a Priscila quando senti um aperto leve em minha mão.

Eu me levantei rápido e olhei atônita para Luan, foi quando assisti os olhos dele se abrindo devagar, eu só faltei gritar de alegria, só faltei pular e beijar aquela careca do médico até cansar.

Luan estava acordando, e não existia felicidade maior dentro de mim.

Meu coração dançada de alegria, minha garganta estava segurando um grito de alegria e sentia as lágrimas de emoção escorrendo pelo meu rosto. Luan segurou minha mão levemente enquanto me analisava, seus olhos brilhavam, aqueles olhos esverdeados brilhavam como estrelas enquanto fitavam os meus.

─ Maju? Você tá muito gostosa dentro desse short ─ ele disse fraco e esboçou um sorrisinho de lado que me deixavam no chão, não me limitei em beijar os lábios de Luan e ele reclamar de dor.

Dei vários selinhos no meu Luan, nem acreditava que ele havia acordado, eu nunca mais ia deixa-lo dormir, nunca mais!

Apenas um TraficanteWhere stories live. Discover now