Capítulo Trinta.

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Maju narrando:

Passei toda a manhã comendo os brigadeiros, salgados, o bolo e outras lembrancinhas do aniversário enquanto assistia televisão. Priscila ficou um pouco comigo mas logo se foi, ela ia pra escola. Ainda tinha os presentes de aniversário, mas estava com preguiça de abrir, se fosse lá em casa eu pediria pra empregada abri-los enquanto comia morango com chantili, mas eu precisava colocar na minha cabeça que não estava mais em casa, e que agora eu teria que fazer as coisas por mim mesma se quisesse algo.

Mal percebi quando o tempo passou, estava tão entretida com meus pensamentos. Eu pensava no que Beatriz era capaz, eu tinha medo de algo acontecer, porque ela estava com raiva por Luan me proteger e por tudo que estava acontecendo.

Ela estava com muita raiva de mim.

Tinha medo de sair de casa e aquela ameaça se proceder, ou tinha medo dela fazer algo contra os meus amigos.

Luan adentrou a sala arremessando o boné longe e encostando a arma dele na mesinha logo depois da porta de entrada, ele me olhou e tirou a camisa, aquele cheiro incrível dele veio de encontro comigo e senti meu corpo se relaxar.

Era incrível como não conhecia Luan tão bem, mas já me sentia segura com ele, talvez ele provocasse isso em mim.

Ele caminhou em passos lentos até o sofá onde estava encolhida e se jogou em cima de mim, tentei empurrar ele mas ele se grudou em mim enchendo a lateral do meu rosto de beijos molhados.

─ Aí Luan, vaza daqui.

─ Credo, sua grossa ─ ele disse se levantando e pegando alguns brigadeiros. ─ Venho almoçar com ela e veja só como sou recebido, é assim mesmo as coisas.

─ Idiota ─ resmunguei sorrindo.

─ Idiota, gostoso, delicioso ─ ele corrigiu passando as mãos pelo abdômen e me arrancando uma gargalhada.

Eu estava um pouco nervosa, não parava de pensar na mensagem de Beatriz, eu queria dizer pra Luan sobre a mensagem mas algo me alertava que não era o melhor a se fazer. Eu me sentei me endireitando no sofá e Luan se sentou do meu lado e ficou me encarando.

─ O que é? ─ perguntei rolando os olhos.

─ Tu é linda, sabia? E sem as roupas fica mais linda ainda ─ ele disse me puxando pros braços dele.

Minhas bochechas coraram e senti muita vergonha, Luan deitou minha cabeça em seu peito desnudo e ficou fazendo carinho no meu cabelo, pensei em hesitar mas aquilo era o que precisava, eu precisava do conforto de Luan, dos braços dele, da segurança, e assim eu pude me livrar dos pensamentos sobre Beatriz que estavam me deixando muito aflita.

Eu respirava fundo sentindo o cheiro da pele de Luan, sentindo aquele perfume e sentindo o coração dele batendo, me desliguei de tudo em minha volta e abracei Luan me confortando nos braços dele, fechei meus olhos por algum minuto e creio que acabei adormecendo nos braços de Luan.

Acordei ainda no sofá, e ainda nos braços de Luan que também dormia fofinho, talvez ele não quis se mexer pra me acordar, bocejei e me levantei encarando-o, logo sentir minha bexiga se apertar, droga de gravidez!

Fui no banheiro, tomei logo um banho e coloquei um vestido e uma melissa. Precisava conversar com Priscila e contar sobre as ameaças que estava sofrendo, mas não podia falar com Luan, eu confiava nele mas não queria interromper e causar mais problemas. Eu desci pra almoçar e Luan continuava dormindo, coloquei meu prato já que Julieta estava lá fora lavando as roupas e me sentei na mesa com o apetite de leão ligado, se alimentar por dois estava fazendo-me desconhecer meu apetite.

A comida era tão gostosa e me preenchia por completo, hoje era feijão preto com arroz temperado, salada, assado de panela e macarronada, eu comia aquela comida com gosto, aquele sabor era diferente das

comidas que comia lá em casa para manter meu corpo. Mas agora eu nem ligava, vir morar na favela foi algo extraordinário, porque foi me apresentado coisas que nunca imaginava vivenciar, coisas boas e coisas ruins. Mas foi mais que uma lição na qual não devo esquecer.

─ Por que tu não me esperou pra almoçar? ─ Luan despertou se levantando, ele estava muito fofo, com os cabelos bagunçados, os olhos cerrados e a cara amassada.

─ Você tava dormindo, não quis te atrapalhar ─ eu disse bebericando o suco natural de maracujá.

─ Tu não me atrapalha em momento nenhum, nem mesmo se quiser dormir comigo, é um prazer dormir contigo nos meus braços.

Ele sorriu e subiu, e dentro de minutos desceu enxugando as mãos em uma toalha e indo colocar o almoço dele, logo ele estava na minha frente comendo.

─ Que horas você vai voltar pro serviço? ─ perguntei um pouco apreensiva.

─ Três da tarde, agora que é uma hora ─ ele disse verificando o relógio de pulso e então inalei o ar. ─ Por quê?

─ Queria que você me acompanhasse até na casa da Priscila ─ pedi e ele assentiu estranhando.

─ Ialá Maju, cê não gosta de andar comigo ─ ele disse e dei-lhe ombros.

A verdade é que estava com medo de andar sozinha pela favela, não queria ser surpreendida pela Beatriz.

Luan terminou de almoçar e deixamos as louças na pia, eu subi pro quarto e escovei os dentes me deitando na cama pronta pra cochilar mais um pouco, mas Luan entrou no quarto onde estava hospedada apenas de samba-canção, e veio se deitar do meu lado. Folgado!

Ele me abraçou por trás e me encolhi sentindo sua barba por fazer roçar em meu ombro, me virei ficando de frente pra ele e beijei os

lábios dele, ele passou seu dedo indicador pelos meus lábios e acariciou meu rosto colocando as mechas de cabelo que caiam no meu rosto pra de trás da orelha, em seguida ele me beijou tirando meu fôlego. Aquele beijo tipo Luan, quente, nervoso, gostoso, cheio de fogo!

E agora esse fogo estava dentro de mim.

Tirei o vestido do meu corpo e em seguida o sutiã ficando apenas de calcinha, subi em cima de Luan e enquanto o beijava ele tirava sua samba-canção, ele me beijava com vontade, explorava minha boca, explorava meu corpo com suas mãos quentes, e segurava em minha cintura.

Em alguns minutos Luan já estava dentro de mim, e nós se beijávamos sem ter noção de nada, ele segurava em minha nuca e eu em seu rosto enquanto nossos corpos se roçavam e se esquentavam, minha respiração estava desregulada e sentia cada vez aquela sensação de prazer se aumentando. Luan segurou em minhas costas desnudas e com a outra mão segurou em minha cintura me fazendo remexer em seu colo. Eu o beijei quando sentir o orgasmo se aproximar.

Fixei meu olhar em seus olhos e o vi gozar junto comigo.

─ Aí Maju, o que cê fez comigo? ─ ele perguntou respirando pesado.

─ O que você fez comigo também?! ─ questionei e selei nossos lábios demoradamente.

Eu não sabia o que acontecia comigo...

DG narrando:

Eu andava de um lado pro outro naquela salinha, eu formava um plano pra tirar Luan do meu caminho, ele só atrapalhava tudo como sempre!

Eu queria mesmo era apagar ele igual fiz com o pai dele, mas não podia fazer isso, só sabia que tiraria tudo de Luan e inclusive a patricinha, eu sempre consigo o que quero, aliás, eu sou o chefe.

─ Jordan, quero atacar uma base policial ─ eu disse determinado. ─ E eu quero Luan, RL, Piteco, Canela e Dani nessa parada, vou fazer esse ataque próximo mês!

─ Claro, chefe ─ ele sorriu traiçoeiro e saiu do meu escritório me deixando sozinho com meus pensamentos. Acendi um cigarro de maconha e sorri, eu ia apagar Luan nesse ataque, iria ser uma simples bala perdida.

E então teria tudo que sempre quis, Luan fora de cena!

Apenas um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora